Capítulo 36

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Dias depois...

Dakota estava decidida: Iria contar. Qualquer coisa devia ser melhor que aquela angustia. O pai de Dakota não fora covarde; Morrera porque gritara a verdade aos 4 ventos. Dakota não tinha a metade da coragem do pai, mas ainda assim... Ela caminhou de forma rápida até a sala, onde sabia que ele estava, entrando lá de forma quase intempestiva. Ele estava parado num canto da sala, com um papel na mão. Ao vê-la entrar ergueu os olhos azuis, inocentes da verdade, para encará-la.

— Precisamos conversar. – Disse, antes que ele pudesse interromper – Eu preciso dizer algo. Não posso mais escon... – Ela parou, olhando.

Havia algo diferente nos olhos de Jamie. Ele esperava ela falar, era verdade, mas o azuis dos olhos dele parecia ressaltado... Mais intenso. Estava transbordando felicidade.

— O que houve? – Perguntou, confusa. Qual era o problema?

— Eles estão vindo. – Disse, e sua voz quase tremia de ansiedade e excitação. Dakota engoliu em seco.

— Q-qual deles? – Perguntou, sem querer saber bem a resposta. Se fosse Victor, ainda podia haver esperança. Por favor, que seja Victor...

— Andrew. – Disse, e um sorriso nasceu em seu rosto. Dakota quase desmaiou – Victor também. Estão vindo os dois, e as esposas juntamente. – Uma viagem naquela época era oficialmente importante quando a rainha era retirada do castelo, levada junto – Sua idéia foi brilhante, brilhante! – Disse, caminhando até ela.

Jamie a apanhou nos braços, erguendo-a do chão e abraçando-a. Estava transbordando felicidade. Como ela podia matar aquela felicidade, em nome de Deus?

— Você disse que queria me contar algo. – Disse, pondo-a no chão. Dakota hesitou, encarando-o. Como seus olhos estavam lindos, pareciam duas safiras vivas...

— Não é nada. Só que eu amo você. – Ele franziu o cenho, sorrindo – Eu... Senti a necessidade de dizer isso. Para que nunca esqueça. – Disse, acariciando o rosto dele.

— Não vou esquecer. Nunca. – Prometeu, e abaixou o rosto, tomando-a em um beijo doce. Dakota retribuiu, abraçando-o. Uma vez que já não parecia ter coragem no normal, nessa circunstancia seria impossível.

~~~

Era um dia frio. Era outono, o céu estava nublado e ventava muito. Faltava pouco para o baile, e para a chegada dos tão esperados. Dakota caminhava no jardim com Jamie ao seu lado. Ela andara angustiada. Seu relacionamento com ele estava perfeito, melhor que nunca antes, mas ela tivera um pesadelo dias atrás. Ela andava sozinha, não havia nada a sua volta, só neblina... Como se ela estivesse dentro da nuvem. Então uma voz clara disse a ela: "O céu cairá quando o inverno chegar.". O inverno estava quase chegando, faltavam poucos meses. Ela acordara gritando, as lágrimas, mas Jamie estava lá, deitado do lado dela. Ele a abraçou e prometeu que estava tudo bem. Ela se acalmou, mas a 'mensagem', ficou. Desde então o inverno a apavorava.

— Preciso trabalhar. – Disse, se virando para ele – A noite nos vemos. – Ele sorriu.

— O que vai fazer agora? – Perguntou. Ele estava aquecido, usando uma capa de veludo pesado, mas ela usava apenas seu uniforme.

— Lenha. As da lareira do seu quarto deram cupim. – Disse, debochada. Jamie riu gostosamente. Não passava as noites em seu quarto: Só ia lá tomar banho, se trocar e ir atrás dela. Logo a lareira não era acesa. Ele riu até ver ela ir até o toco de uma arvore, apanhando o machado cravado ali.

— Ei. – Ela o olhou – Vai se machucar.

— Já fiz isso antes. – Dakota disse, apoiando o machado no chão. Era pesado.

— Isso é trabalho de homem. – Impôs, e Dakota ergueu as sobrancelhas. Ela riu ao vê-lo tirar a capa.

— Vai cortar lenha, vossa alteza? – Perguntou, se apoiando no machado.

— Sou homem. – Ele passou a capa pelos ombros dela, que revirou os olhos.

— É um rei. – Rebateu.

— Fui homem antes de ser rei. – Respondeu, afivelando a capa. Estava quente e tinha o perfume dele. – Eu odeio isso, sabe? – Perguntou, desabotoando o punho da camisa.

— Isso o que? – Perguntou, vendo-o dobrando das mangas da camisa.

— Estereótipos. Porque eu sou rei, eu não posso fazer nada pesado. Porque uma pessoa está doente, ou magra demais, ou gordas demais, ou baixas demais, se elas tem dinheiro demais ou de menos, elas tem que andar com pessoas do mesmo estereótipos que os dela. – Disse, segurando o machado, olhando-a. – Eu acredito que o que interessa é quem são por dentro. Pessoas julgam sem conhecer, isso tira do sério.

— Você não julga as pessoas sem conhecer? – Perguntou, observando-o.

— Não. – Disse, olhando em volta – Se perde muito por julgar as pessoas apenas por fora.

— E se você conhecesse uma pessoa por dentro. – Começou, e ele esperou. Os dois estavam pálidos pelo clima, mais brancos que o normal – Por dentro e parcialmente por fora.

— Parcialmente por fora? –Perguntou, confuso.

— É. Se você conhecesse alguém totalmente por dentro, e por fora faltasse um detalhe... Um detalhe razoavelmente importante. – Jamie esperou – Quando você soubesse esse detalhe você julgaria a pessoa por dentro?

— Eu gosto do interior da pessoa? – Perguntou, levando a história hipoteticamente.

— Aparentemente ama. – Ela sorriu com a ingenuidade dele.

— Se eu amo o interior dela... – Ele deu de ombros – Quão grave é o que eu não sei?

— Muito. – Disse, se abraçando a capa dele. Jamie passou a mão na cabeça, o cabelo dele ficou bagunçado, bonitinho. Ela sorriu.

— Iria depender. Estou confuso. Porque está me perguntando isso?

— Não sei. Seu discurso sobre 'não julgar sem conhecer' me deu essa curiosidade. Mas vamos lá, majestade.

Tony, que estava no castelo, observou, confuso, a cena. Viu Dakota parada, com a capa de Jamie, que ergueu o braço, olhando o machado. Dakota o olhou de modo duvidoso e riu. Ele ergueu a sobrancelha pra ela e tomando impulso, desceu o machado na madeira, que se rachou em duas. Não era o jeito exato de se fazer, mas era lenha. Ele sorriu pra ela, vitorioso, equilibrando o machado na mão, e ela bateu palmas, dando pulinhos.

— Ham? Ham? – Disse, andando pra ela de braços abertos, sorrindo, todo orgulhoso.

— Meu herói. – Disse, caminhando até ele, rindo.

Tony viu Dakota pular no pescoço dele, beijando-o. Jamie a segurou no ar, retribuindo o beijo apaixonado. O vento sacudiu os dois, os cachos dela ricocheteando ao vento, e Tony negou com a cabeça, suspirando, e saindo dali. Ficava a questão: Ele seria capaz de perdoar?




Fala aí minhas leitoras lindas!
O que vocês acham? Jamie será capaz de perdoar a Dakota? Desculpe a demora. Espero que gostem não esqueçam de votar e comentar pra mim saber que estão gostando! Amanhã tem mais, bjs amo vcs❤️

Apenas mais uma de amor Where stories live. Discover now