Capítulo 49

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Era madrugada. Chovia forte. Jamie desceu as escadarias desembestado. Não dormia há três dias, sua cabeça não parava de doer. Estava frio, soava. Entrou nas masmorras no mesmo ímpeto. Estremeceu. Dakota pendia para frente, a cabeça baixa. Por um instante Jamie entrou em pânico, mas se ela tivesse morrido teriam avisado. Ele avançou até ela, decidido. Um guarda se opôs. Jamie apenas o olhou, fazendo-o sair. O segurança saiu da masmorra. Ele apanhou os braços dela, que ergueu o rosto.

— Jamie? – Dakota perguntou, rouca, sentindo os braços dele puxando os nós.

— Shhh. – Pediu, e se abaixou, soltando os pés dela. Em seguida a cintura, logo os braços. Ele a carregou e Dakota gritou de dor ao sentir as pernas se dobrarem. Logo não as sentia. Ele puxou uma cadeira com o pé, pondo-a sentada com cuidado, e apanhou seu rosto entre as mãos – Pode me ver? – Perguntou, quase desesperado. Dakota fez um esforço hercúleo para abrir os olhos. Conseguiu abrir um mínimo e assentiu.

— Você não ia me matar? – Perguntou, vendo ele rasgando seu vestido, soltando as amarras, deixando o peito dela livre pra respirar.

— Eu ainda vou. Eu acho. Não me faça perguntas agora, eu estou confuso. – Dakota ficou quieta – Onde dói?

— Onde não dói? – Dakota perguntou, irônica consigo mesma. – Estou feliz que tenha vindo.

— Me deixe te ajudar. – Disse, rasgando um pedaço da própria camisa. Ele apanhou um vaso com água que havia ali, molhando o pano. Limpou o nariz dela sutilmente, removendo o sangue seco. Dakota respirou fundo.

— Se está aqui é porque ainda me ama. – Disse, meio lesa pela dor.

— Você mentiu para mim. Não há perdão para isso. – Jamie respondeu, molhando a área dos olhos dela.

— Mesmo eu tendo mentido, você voltou. Vai me matar no final, mas se importa. – Disse, e parecia satisfeita.

— Isso tranquiliza você? – Perguntou, incrédulo.

— Menti para você, mas não sou a espiã. Veja, estou morrendo sem nem reclamar. – Jamie molhou o pano de novo, levando aos olhos dela – Me tranquiliza, porque mesmo eu morrendo, você se importou.

Nessa hora Andrew, Victor e Luke entraram na masmorra, acompanhados pelos guardas. Jamie não respondeu Dakota.

— Jamie, o que está fazendo? – Andrew perguntou, observando a cena.

— A partir de agora ninguém, eu repito, NINGUÉM, tem autorização para bater nela, nem atá-la. Ela não vai fugir. Deixem-na presa aqui. – Disse, limpando os olhos de Dakota. Ela olhava ele agora, pelos olhos entreabertos – Se eu descobrir que alguém encostou o dedo nela, eu juro por Deus, nosso senhor, a pessoa morre.

— E vamos fazer o que com ela? Ela não fala, não há modo. – Luke ressaltou.

— É porque eu não sei de nada. – Dakota disse, remotamente.

— Você sabe o que vamos fazer com ela. – Emma disse, aparecendo atrás dos outros. Victor a encarou, e ela assentiu – Deixe que Dakota fique em paz esta noite. Amanhã tiraremos a verdade dela. – Disse, quieta. Luke aquiesceu, e Jamie se perguntou se perdera alguma coisa.

— Eu estou com sede. – Dakota murmurou, quieta. Os outros saíram, dando as costas. Apenas Emma ficou.

Jamie rasgou outro pedaço da camisa, molhando-o em água fresca e limpa. Ouvira os engasgos dela; fazê-la beber não funcionaria. Molhou o pano e levou até os lábios dela, que aceitou grata, sugando a água. Ela bebeu um bom bocado, então não conseguiu mais.

Apenas mais uma de amor Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt