Capítulo 47

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Tony gritou por horas. Esbravejou, apanhou, gritou mais ainda. Exigia ver Jamie. Gritou até não poder gritar mais, então continuou gritando.

— Senhores, licença. – O guarda pediu. Andrew, Victor, Luke e Jamie olharam. O guarda explicou a situação rapidamente.

— Bata nele. – Victor ordenou, sem entender.

— Já o fiz, senhor. Ele continua gritando. Parece estar possuído. – O guarda disse, quieto.

— Dê-lhe uma pancada, faça-o desmaiar. – Luke disse, franzindo o cenho.

— Já fizemos, senhor. E ele acorda já aos gritos novamente. – Respondeu.

— Quebre-lhe os dentes. – Andrew propôs.

— Não, tudo bem. – Jamie disse, quieto. Até a voz de Jamie mudara, estava mais morta. – Eu vou ver o que é. Com licença. – E ele se levantou, saindo.

Caminhando pelo corredor Jamie se perguntou brevemente o que esse homem teria de tão importante para fazer tal escândalo. Mas nem a curiosidade mais ele conseguia manter, todos os sentimentos eram muito passageiros.

— É ele, senhor. – Apontou para Tony, que estava amarrado na cadeira. Tony ergueu o rosto, inchado, com o nariz partido, e cuspiu um tantinho de sangue que estava em sua boca.

— Jamie! – Disse, aliviado. Jamie ergueu as sobrancelhas – Digo, alteza. O senhor tem que impedi-la. Ela está indo para a morte. – Agora que conseguira falar com Jamie, Tony tecnicamente entrara em pânico. Já se passara tempo demais.

— Quem está indo para a morte? – Perguntou, franzindo o cenho.

— Dakota. – As feições de Jamie repentinamente estavam alertas – Ela está indo atrás de Jordan. Quer apunhalá-lo, matá-lo, para acabar com a guerra, voltar e poder casar-se com o senhor. – Ele respirou fundo – Diz que vai matá-lo em seu nome. – Jamie era a incredulidade viva – Se Jordan pôr as mãos nela, sabendo que o senhor a ama, vai matá-la.

Mas Jamie já havia saído batido dali. Dakota era louca! Ele partiu direto para a sala onde ficavam as armas. Se Dakota disse que ia matar Jordan em seu nome, precisaria se armar ali. Dito e feito, em um faqueiro, onde costumavam haver 48 adagas, haviam 47 e um bilhete. Luke entrou logo atrás e viu Jamie lendo o bilhete. Era curto, apressado, e estava amassado.

Dizia apenas poucas frases: "Vou matá-lo, Tony. Vou matá-lo em nome de Jamie. Isso tudo acaba hoje. Se eu não voltar... Conte a verdade a Jamie e diga que eu o amei mais que a minha vida. Dakota." Bastou para Dakota sair correndo de novo. Por favor, que não seja tarde...

Enquanto isso, na floresta... Dakota passara da fronteira alegando estar levando lenha. Ninguém nem ligou. Ao se afastar ela soltou o cavalo da carroça, montando-o, e saiu a galope. Não sabia ao certo quanto tempo cavalgara, mas não podia mais ver o topo da torre do castelo de Jamie, então devia estar longe. Mas estava escuro. Não havia lua e as arvores eram altas. Ela parou o cavalo, com medo de tombar com uma arvore, e tentou enxergar uma trilha no escuro. Foi então que uma voz cortante chegou até ela, fazendo-a estremecer, e assustando o cavalo.

— Procurando por alguém, Dakota? – Perguntou a voz, malevolamente divertida e debochada.

— O que está fazendo aqui? Como me alcançou? – Perguntou, gelada.

— Eu conheço meu reino como a palma da minha mão. E você provavelmente estava correndo em voltas no escuro há um bom tempo. – Jamie respondeu, a voz se aproximando – Você perdeu o juízo?! – Perguntou, em um silvo.

— Me deixe ir. – Pediu, olhando o escuro – Me deixe acabar com isso, Jamie.

— Desça daí. – A mão dele agarrou o pulso dela, trazendo-a ao chão – Primeiro não, eu não vou deixar. Segundo sou eu que vou matá-lo, não tu. Terceiro, vamos sair daqui.

Apenas mais uma de amor Where stories live. Discover now