Capítulo 44

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Só que Jamie não teve coragem de dizer a Dakota. Esteve com ela, a noite, e tentou dizer. Mas ela, ao vê-lo tenso daquele modo, pensou que ainda era uma consequências pela visita indesejada de Jordan, e o beijou. Ele não a reprovou, e terminaram na cama. Foi assim pelos dias que se seguiram. Ele sempre empurrava, adiava... Nunca fora covarde, mas aquilo a magoaria, ele não sabia como fazer. Porém o diabo pode ser sujo...

— Tá me olhando porque, perdeu algo? – Dakota perguntou, erguendo a sobrancelha. Nina estourou de rir. Dakota esperou, aérea, mas como a outra não parava de rir ela revirou os olhos, começando a desfazer a bandeja do jantar de Dulcie.

— Como se sente agora, Dakota? – Perguntou, ofegante em seu riso. Dakota franziu o cenho, respirando fundo.

— Perfeitamente bem. Você pode dizer de uma vez porque está rindo? Está começando a me irritar. – Disse, suspirando. Ela tirou a louça da bandeja, colocando-a na pia, e desmontou a bandeja. Elena se levantou, rindo, e se aproximou dela. Tinha um papel na mão.

— Então... – Ela respirou fundo – Teu conto de fadas vai ter um final feliz, ham? – Perguntou, pondo o papel na mesa, levando-o até a visão de Dakota. Dakota não olhou.

— Pelo amor de Deus, despeito criou graça e eu não sabia? – Perguntou, suspirando.

— Leia. – Pediu, divertida. Dakota revirou os olhos novamente e se aproximou, olhando o papel. Era um folheto.

Um folheto que anunciava um baile. O folheto dizia que Jamie iria escolher uma princesa. Que se casaria com ela. O chão de Dakota sumiu aos poucos, sua audição era apenas um zumbido. Não era possível. Ele prometera que dissera aquilo só para se livrar de Luke.

— Não é possível. – Murmurou, olhando o papel. Elena pipocou rindo novamente.

— Creio, pela tua reação, que a escolhida não será tu, verdade? - Dakota continuou parada.

Elena só viu o olhar de Dakota um instante antes de acontecer. Os olhos estavam de um azuis gelo. Então, no instante seguinte, com um golpe rápido, o braço de Elena sangrou. A loira gritou, assustada, e cambaleou. Dakota a esfaqueara. Ainda tinha a faca ensangüentada nas mãos, a faca de prata do jantar de Dulcie, que ficara sob a mesa.

— SUMA DA MINHA FRENTE! SUMA AGORA! - Gritou, fora de si, e Elena, atordoada, saiu, segurando o corte fundo do braço. Dakota largou a faca que caiu no chão – Ah, não. Isso não, Jamie. – Rosnou, apanhando o papel na mão e saindo desembalada pelo corredor.

Nada bom, nada bom...

— SUA ALTEZA! – Dakota gritou, possessa, abrindo as duas portas do quarto dele. Jamie, que saíra do banho, abotoava o punho da camisa.

— Jesus, me proteja. – Murmurou para si próprio, vendo a entrada dela.

— Jamie, o que é isto? – Perguntou, mostrando o folheto a ele. Jamie suspirou, passando a mão no rosto. Ela o observou – Eu ainda tive esperanças de que tu o negasse, MAS OLHE ISSO! – Disse, furiosa, largando o folheto no chão.

— Se acalme. – Pediu, olhando para ela.

— Você me disse... Me prometeu que não se casaria. – Disse, e ofegava de raiva – Prometeu olhando nos meus olhos. Eu nem acredito nisso.

— É necessário. Tente entender, carinho. – Pediu, sem saber como falar.

— Eu entendo. – Disse, encarando-o, e ele esperou. Ela tirou uma chave do decote, a chave do seu quarto, e atirou na direção dele, que se esquivou – Entendo completamente. Obrigada por tudo. Me esqueça. Adeus. – Disse, e deu as costas, batendo em retirada.

— Nem mais um passo. – Rosnou, irritado. Jamie bem tentava controlar seu temperamento perto dela, mas algumas vezes era impossível! Tipo agora. Dakota respirou fundo, se virando.

— Precisa de algo, majestade? – Perguntou, formalmente.

— Está sendo infantil. – Observou. A raiva dela piorou consideravelmente com isso.

— Como o senhor preferir. Com licença. – E tentou sair de novo, mas...

— DAKOTA! – Rugiu, fazendo-a parar.

— NÃO GRITE COMIGO! – Rebateu, se virando. Jamie ergueu as sobrancelhas.

Perdeu o juízo, mulher?

— O conselho estava todo indo embora, o que queria que eu fizesse?

— Não é da minha conta. Eu sou só uma criada. Meus sinceros votos de que seja feliz com a princesa que escolher, senhor. – Disse, debochada.

— Eu não vou brigar com você, você está com raiva. – Agora ele também estava – Tome. – Ele catou a chave no chão – Vá para o seu quarto, e se acalme. Mais tarde conversaremos. – Para surpresa dele Dakota gargalhou, a cabeça caindo para trás, segurando a barriga. Era ironia. Jamie odiava ironia. Ele deu as costas a ela, se bloqueando da visão, tentando por tudo não se irritar mais...

— Que pensa, alteza? Que irá se casar, e quando tua esposa dormir tu irás escapar, em silencio pela madrugada, me procurar e que eu te aceitarei?

— Tu não tens escolha. – Lembrou, em voz baixa. Ela via os ofegos de raiva dele. O peito forte subia e descia conforme ele respirava. Assustaria qualquer um. Mas não agora, ela estava com ódio demais.

— Pois me deixa te dizer uma coisa, Jamie. – Disse, e agora não havia ironia em tua voz. Ela falava sério, em tom baixo – A partir de hoje tu não me tocas mais. Uma vez sendo casado, esquece que um dia colocastes as mãos em mim. Aliás, guarde como uma boa lembrança: Você tirou minha pureza. Mas não se equivoque, acabou aqui. Com sua licença

Jamie a puxou pelo braço fazendo a virar de frente pra ele. Dakota parou, ofegando, com o puxão de ele lhe deu e olhou para o chão, Antes que ela pudesse se recompor ele apanhou o rosto dela pela maxilar, fazendo-a encará-lo.

— Já o disse, não se equivoque, carinho. Tu pertences a mim, não importa a circunstancia. – Dakota apenas o encarava com um ódio que não podia ser descrito.

— Me force. – Desafiou, os olhos fixados aos dele. – Pois faça. Me obrigue. É o único modo de me ter em sua cama agora, querido. – Disse, parecendo subitamente tranqüila. Apenas seus olhos e a cor pálida de seu rosto denunciavam seu ódio. Jamie sorriu.

— Sabe que eu posso fazê-lo. Quantas vezes me der vontade. – Assinalou, e ela esperou. – Posso forçá-la a inicio. Mas me rejeitar nunca foi uma capacidade sua, não é? – Brincou, malévolo, e ela aguardou – Por fim estará se espreitando por mim, feito uma gata.

— Me force, Jamie. – Repetiu.

Jamie a observou por um instante, a raiva pulsando em seu sangue, então ele a beijou. Dakota franziu o cenho, travando os lábios e o empurrando. Ela estava blefando, ele iria mesmo forçá-la? Pode isso, produção? As mãos dela não eram ofensa pra ele, nem de longe ela tinha força para reprimi-lo. Apanhando-a de surpresa Jamie mordeu os lábios dela, que perdeu um instante em sua resistência. Instante esse em que ele conseguiu a passagem que procurava: A beijou.

Mesmo tentada pelo gosto dele, o ciúme por saber que teria que partilhá-lo e o ódio porque isso seria pela vontade dele venceram. Ela o empurrou, o esmurrou, até que devolveu na mesma moeda: O mordeu. O gosto do sangue dele veio na boca dela, mas ele não se demoveu. Ela continuou. Tinha os dentes cravados no lábio dele, que parecia nem se importar. Ele parou na tentativa, mas não pela dor, pois não se afastou. Apenas a encarou, observando-a. Dakota queria machucá-lo. Ela só parou instantes depois, os lábios cobertos de sangue, e ele continuou observando-a. Ela o encarou por bem um minuto. O sangue descia pelo queixo dele, pingando na camisa, mas ele nem estava ligando. Parecia procurar algo nos olhos dela. Por fim ela se soltou dele, saindo correndo. Jamie respirou fundo, pensativo. Dor física era algo muito fútil. Se ele quisesse tê-la forçado, assim o seria. Mas ele a amava demais para isso. Pena que ela não parecia entender.


VOLTEI GENTEEE!
Espero que gostem, próximo capítulo é o Baile e garanto a vocês que vocês vão se surpreender! ESSE BAILE VAI DAR O QUE FALAR❤️
Amanhã volto com mais, não esqueçam de votar e comentar pra mim saber que estão gostando, bjs ❤️

Apenas mais uma de amor Kde žijí příběhy. Začni objevovat