Capítulo 25

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Você pensa que a situação ia melhorar? Não melhorou. Dakota Que não dormiu a noite toda. Não, pode parecer cruel, mas ela não sentia tanto a morte do bebê. Você não pode sofrer por algo que nunca quis, nunca planejou... Nunca teve. Ela apenas lamentava, mas não chegava a ser dor em potencial. O que doía era a atitude dele. Ela queria poder deixar seu cabelo crescer, subir as escadarias, entrar debaixo dos lençóis dele, abraçá-lo e dizer que o amava, que o amou o tempo todo... Mas a dor da traição não permitia. Ela não poderia. Sempre se achou segura por estar com ele, mas no final foi ele que a atacou. Jamie tão pouco dormiu. Sentia o molde do corpo dela ainda em suas mãos, o calor, o gosto do beijo... Mas que diabo! Ele virou de lado, impaciente. No escuro viu a silhueta de Amélia no porta retrato. "Está morta porque era sua mulher.". E ele se virou de novo, colocando a cabeça debaixo do travesseiro, esperando que finalmente amanhecesse.

— Meu cabelo é curto como o seu. – Dulcie disse, acertando o cabelo de Dakota com as mãozinhas. Estava sentada nos pés da cama, com travesseiros a suas costas, e Dakota sentada no chão, com um grande espelho a sua frente. – Mas o seu é mais curto.

— Você não gosta? – Perguntou, sorrindo, vendo a menina procurando um jeito de fazer seu cabelo parecer maior.

— Eu gostava grande. – Dulcie apanhou uma boneca e, segurando-a pela cabeça, pôs o cabelo na cabeça de Dakota, onde o cabelo acabava. A cor era diferente, mas a intenção era clara – A gente pode tentar colar... – Pensou, em voz alta. Dakota riu gostosamente com isso.

Jamie parou do lado de fora da porta apenas para ouvir o som do riso dela. Quando parou ele bateu na porta do quarto, e ouviu o: "Entra" da filha. Dakota se levantou imediatamente do chão, se afastando, como sempre fazia. Jamie se aproximou de Dulcie, pondo-a sentada no lugar certo na cama, e sentando-se ao lado dela.

— Dormiu bem? – Perguntou, beijando-lhe a testa. A menina assentiu.

— O que é isso? – Perguntou, passando a mãozinha nas olheiras do pai. Dakota estava ocupada arrumando a cômoda, dobrando roupas, de costas pra ele. Jamie negou, beijando a testa da menina de novo – Eu desisto. O cabelo da Dakota some, seu rosto fica preto, não quero mais brincar. – Disse, e se jogou, caindo de lado na cama, com a cara no colchão. Nessa Dakota e Jamie olharam. Dakota riu de leve e Jamie fez uma careta, puxando a menina sentada de novo.

— Ei. – Dulcie tinha a cabeça pendurada, os cabelinhos caindo pela cara – Dormiu. – Disse, entrando na brincadeira – Ei, princesa, acorde e brilhe. – Disse, mordendo o ombro dela. A menina se encolheu, dando um gritinho.

— Tá, acordei. – Disse, tirando o cabelo do rosto – Mas o cabelo da Dakota não era melhor grande? O senhor não acha, papai? – Houve um silencio pesado dentro do quarto. Jamie observou Dakota, de costas pra ele, por um instante antes de responder.

— Sim, eu preferia como era antes. – Ele estava falando com ela.

— Eu não disse, Dakota? – Perguntou, inocente da situação. Dakota assentiu sem olhar.

— Dulcie, eu vou até a lavanderia buscar tuas roupas. – Disse, fechando a gaveta. – Não me demoro, sim? – Dulcie assentiu. – Com licença, senhor. – Pediu, sem encará-lo.

Jamie tão pouco respondeu. Viu ela se afastar, sumindo logo pela porta. A situação era insuportável, podia  ser sentida no ar. Por todos menos Dulcie, é claro. Ele se segurou por um instante, mas...

— Anjo, vai ficar bem se eu sair por um instante? – Dulcie assentiu.

E ele se levantou, saindo a passadas largas. Atrás dela, novamente.

— Ei, com licença, você viu Dako... Sangue de Cristo tem poder. – Tony disse, quando Dakota se virou.

— Creio que vi. – Disse, vendo a cara de choque dele. Será possível que os boatos não chegaram a Tony?

Apenas mais uma de amor Where stories live. Discover now