Three Words ↬ Jikook

35 | You Ruined Everything

Jimin acordou na manhã seguinte decidido a não ir à universidade. Sua cabeça estava prestes a explodir, devido ao número de pensamentos que circulavam em sua mente. Seokjin o havia acalmado na noite anterior, mas foi tudo passageiro.

O pânico crescia no fundo do peito, ele sabia que chegaria a hora em que Jeongguk bateria em sua porta. Após passar alguns minutos deitado encarando o teto, Jimin foi verificar Jeonghan.

A criança dormia tranquilamente em sua cama com a chupeta na boca e os cabelos em sua testa. Jimin passou a mão para ajeitá-los, deixou um beijo por lá e desceu para preparar um chá.

Com a caneca em sua mão, Jimin olhava pela janela da cozinha perdido em pensamentos. Logo passos foram ouvidos na escada, tirando-o de seus devaneios.

Jeonghan surgiu apenas de fralda, com o rostinho amassado de sono, sorriu assim que viu o pai.

— Você acordou, amor. Está com fome? – Jimin deixou a caneca sobre a pia e o pegou nos braços. Jeonghan pousou a cabeça em seu ombro.

— Hmmm. – resmungou.

Jimin o pôs na cadeirinha e foi esquentar o leite para colocar no cereal. Jeonghan comeu calmamente, ainda meio sonolento. Depois que finalizou o café-da-manhã, Jimin levou-o para tomar um banho e o vestiu.

— Hoje nós temos o dia todo só para nós dois, amor. O que você quer fazer? – perguntou, ao terminar de vesti-lo.

— Lego? – Jeonghan sorriu, feliz em passar algum tempo a mais com o pai.

— É uma ótima ideia, bebê. Vamos pegá-los! – Jeonghan saiu correndo para o quarto para pegar seus brinquedos, Jimin o seguiu.

Após bons minutos montando construções aleatórias, Jeonghan se cansou e Jimin sugeriu que vissem algum filme na TV. Nemo acabou sendo escolhido e Jimin já havia esquecido quantas vezes havia assistido aquele filme.

Jeonghan tagarelou o filme todo sobre os peixinhos e suas cores, e repentinamente se silenciou. Ele havia adormecido. Jimin desligou a TV e o ajeitou em uma posição mais confortável para que pudesse dormir. Aproveitou o momento para fazer as tarefas domésticas.

Era quase horário de almoço e Jeonghan ainda dormia tranquilamente, a casa já estava limpa e organizada, Jimin achou melhor acordá-lo. Jeonghan fez um pouco de manha, mas aceitou comer em seguida, enquanto o pai pulou a refeição novamente.

O restante da tarde foi gasta com desenhos a giz de cera e mais lego.

Passava das seis da tarde quando alguém bateu na porta. Jimin achou que fosse Seokjin, mas teve uma pequena surpresa ao abri-la:

Era Jeongguk.

— Podemos conversar? – Jeon se manifestou, segundos depois de um silêncio constrangedor.

— Sim. – concordou Jimin.

Jeonghan estava concentrado demais em seus desenhos para notar a movimentação ao seu redor. Jungkook sorriu ao vê-lo sentado no tapete da sala, rodeado por lápis de cor e folhas de papel.

Jimin seguiu até a cozinha e sentou-se. Jungkook o seguiu, mas não se sentou.

Jungkook já não tinha mais o mesmo brilho no olhar ao olhá-lo, notou Jimin. Seu olhar era quebrado, triste e magoado.

— Por que, Jimin? – soltou Jeongguk. — Você mentiu pra mim!

— Eu não queria atrapalhar a sua vida, você foi admitido em uma das melhores universidades do mundo, era seu sonho, eu não podia tirar isso de você. – justificou-se Jimin, olhando diretamente nos olhos de Jeongguk.

— Eu me formei. – começou. — Realizei meu sonho, mas você tirou de mim algo muito mais importante que a droga de um diploma, você tirou de mim três anos da vida de nosso filho!

Jimin encolheu-se à aquelas palavras.

— Eu sinto muito, eu sei que errei, eu sei. – assumiu, lágrimas já banhando seu rosto novamente.

Jungkook respirou fundo, tentando controlar-se.

— Nós tínhamos uma vida, uma relação, sentimentos... Íamos construir uma família juntos e você arruinou tudo. – prosseguiu Jeon.

Jimin continuou em silêncio, as palavras de Jungkook atingindo-o em uma intensidade devastadora. Não havia argumento a ser dito, desculpas a serem pedidas, nada faria o tempo voltar. Jimin havia arruinado tudo, ele sabia, Jungkook jamais o perdoaria.

— Chorar não vai consertar as coisas, hyung. Pare, okay? – acrescentou suavemente. — Eu não vim aqui para gritar com você, nem discutir, isso não mudaria em nada.

Jimin assentiu, limpando as lágrimas que manchavam seu rosto.

— Papai? – Chanyeol surgiu na cozinha, curioso à procura do pai.

O semblante de Jungkook suavizou por completo. Um sorriso discreto surgiu em seu rosto, o olhar se iluminou.

— Jeonghan-ah. – Jimin chamou. — Venha aqui, bebê. Quero que você conheça alguém.

Jeonghan se aproximou, o olhar desconfiado em Jeongguk. Ele estava curioso com o estranho ali, não era natural Jimin receber muitas visitas.

Jimin o tomou no colo.

— Você colocou o nome que eu pedi. – Jeon murmurou, perdido no olhar da criança.

Ele era tão lindo quanto havia imaginado, era perfeito.

— Sim. – respondeu. — Hannie, olhe para mim, amor. – Jimin pediu novamente. — Esse é Jeongguk. – explicou, apontando para o mais alto. — O que se diz quando conhecemos alguém?

— Oi, Gguk. – Jeonghan respondeu, tímido.

— Jeongguk.

— Gguk. – repetiu Jeonghan.

Jeongguk riu, era exatamente como Jimin o chamava.

— Agora dê um abraço em Jeongguk, sim? – era o mínimo que ele poderia fazer depois de tudo.

Jeonghan pareceu meio incerto em abraçar um desconhecido, mas acabou cedendo. Jeongguk nunca se sentiu mais feliz do que naquele momento, tendo o filho em seus braços, embora a criança nem fizesse ideia de quem ele era.

Seus cabelos faziam cócegas em seu rosto, as mãozinhas pequenas na dúvida de onde serem colocadas, acabaram em sua nuca, elas eram tão quentinhas e macias, seu cheirinho de talco e bebê era maravilhoso.

O abraço acabou antes do que Jungkook desejava, era claro que Jeonghan preferia o conforto e a segurança dos braços de Jimin ao invés de permanecer no colo de alguém que não conhecia. Jeongguk procurou não se abalar.

Jeonghan pediu para ser posto no chão e Jimin o fez.

— Desenho, papai? – pediu, puxando sua mão em direção à sala.

— Vai lá, amor. Papai já vai, okay? – Jimin pediu, dando uma palmadinha em sua bunda, indicando que ele deveria ir.

Jeonghan correu em direção à sala, rindo alto. Jeongguk acabou sorrindo com a cena.

O sorriso sumiu de seus lábios assim que Jimin se virou para ele novamente.

— Quero que ele carregue meu nome. – disse, sério. — E também quero participar da vida dele a partir de agora. – emendou. — É tudo que peço.

[↬]

nota de 2017:
quando eu postei esse capítulo pela primeira vez, eu ainda tinha cinco semanas de aula. agora eu to quase no ensino médio, caralho.

nota do fim de 2018:
puta que pariu, eu to indo pro segundo ano e ainda não parei de apostar essa fanfic, wtf