08 | Warzone

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Yoongi havia descoberto.

Jimin não disse nada, estava assustado demais para tentar argumentar.

— Jimin?

— O quê? – rebateu o menor.

— Você não vai dizer nada?

Jimin tirou seu sobretudo que estava usando e o estendeu sobre o braço, ficando apenas com o suéter vermelho. Tentou manter a calma e não aumentar ainda mais as proporções da briga. Jimin era do tipo "pavio curto", Yoongi também, ambos defendiam seu ponto de vista e ideologias muito bem, era comum Yoongi acabar arrumando confusões em pubs e boates. Bastava um olhar atravessado de alguém, uma palavra mal dita...

— Dizer o quê? Oh! Vou ter um bebê, sim, eu vou. – a ironia emanava daquelas palavras, a carinha doce, a voz fina e seu corpo pequeno escondiam uma personalidade forte, Jimin podia ser um anjo em alguns momentos e repentinamente se tornar estúpido e irônico.

— Você mentiu para nós! Quando Seokjin encontrou aquela embalagem de teste de gravidez você negou!

A voz de Min já estava se elevando a cada acusação que ele fazia. Se Park estava imaginando uma discussão, estava longe de chegar a aquelas proporções. Yoongi estava exagerando, como se estivesse acabado de presenciar uma traição. Jimin cruzou os braços. Yoongi só faltou soltar fogo pelas ventas. Havia um pouco de provocação na atitude de Jimin.

— Não se mete, a vida é minha, o bebê é meu. O problema não é seu. – Yoongi passou a mão pelo rosto, massageando as têmporas.

— Você nem ao menos contou ao Jungkook! – gritou.

O pequeno mudou o peso do corpo para o outro pé. Yoongi sentou no sofá, passando as mãos no cabelo, puxando os fios com força.

— Ele não precisa saber! – dessa vez, quem estava aos berros era Jimin. — Que droga, eu não sou uma criança pra vocês me tratarem assim!

— As vezes você age como uma! – rebateu Min. — Quando pretendia nos contar? Namjoon, Seokjin, Jungkook e eu?

— Jin e Namjoon já sabem. – respondeu simplesmente.

— Como já sabem? Eu não acredito que você não me contou isso, achei que fossemos amigos!

— Seokjin descobriu e eu contei a Namjoon. Quem está colocando nossa amizade em dúvida aqui é você. – provocou o pequeno.

— Eles ficaram sabendo antes de mim! Como não duvidar de nossa amizade? Achei que fossemos como irmãos, nós moramos juntos!

— Talvez porque eles entendam minhas decisões melhor que você!

— Quando você vai contar ao Jungkook?

— Eu não vou. – Yoongi se levantou do sofá em um pulo. Ele só podia estar brincando.

— Você ficou louco, Jimin? Essa criança precisa de um pai!

— Eu sou o pai dele, eu vou cuidar. Ninguém coloca a mão nele. Eu não preciso de ajuda pra criá-lo. É difícil entender? – Jimin estava indo para o quarto afim de acabar com aquilo de uma vez. Antes que passasse do batente, Yoongi ameaçou:

— Você vai contar a ele, sim. Ou eu mesmo faço.

Jimin arquejou, ele não seria capaz de fazer aquilo. Não, Yoongi não jogaria tão baixo. Entrou no quarto e bateu a porta. Pouco se importando em causar transtornos aos outros moradores do prédio. Sentou na cama e sentiu seu mundo todo desmoronar numa avalanche de soluços, choro e lágrimas.

Yoongi bateu à porta pelo menos umas três vezes, tentando a todo custo falar com o amigo, mas não adiantou, Jimin manteve-se enroscado na cama, chorando baixinho. Já era nove da noite quando Min decidiu se encontrar com Namjoon e Seokjin. Eles precisavam conversar sobre o ocorrido, ele foi até a porta do pequeno, bateu algumas vezes, mas não houve resposta.

— Eu vou sair, Jimin. Não demoro, okay? – Yoongi esperou uma resposta, mas ela nunca veio.

Deu meia volta e saiu. Indo rumo ao apartamento do casal.

Jimin cambaleou para fora da cama, fez suas necessidades se arriscando a sair do quarto, depois de dar uma boa olhada e ter certeza que estava sozinho. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, seu nariz entupido e a garganta seca. Bebeu um copo de leite e voltou para o quarto. Ele não queria continuar ali, já não se sentia mais bem estando no mesmo local com Yoongi. Na manhã seguinte, ele iria se mudar, querendo Seokjin ou não. Já era maior de idade, não devia explicações a ninguém. Tomou um banho, delongando-se em carícias sobre a barriga gordinha, vestindo uma blusa larga e uma calça de moletom. Voltou para o quarto e puxou sua velha mochila do fundo do armário. Encheu-a com algumas peças de roupas, roupas de cama, pasta dental, escova, os documentos, exame de pré-natal que ele guardava com cuidado e fechou a mochila, agora abarrotada, deixando-a ao lado da cama. Ele sairia na manhã seguinte e não voltaria mais, estava convicto daquilo.

Three Words ↬ JikookWhere stories live. Discover now