02 | The Test

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— Você quer...? – Jeon sentiu as palavras ficarem presas em sua garganta, não era possível que Jimin quisesse jogar tudo pro alto.

— Sim. – Jimin sabia que aquela não era a forma mais correta de terminar as coisas, mas preferiu ignorar o bom censo. — Você sabe que não vamos conseguir sobreviver a esses três anos.

— Não, hyung, eu não vou. – protestou ele.

— Você vai, sim! Nós acabamos aqui. – o pequeno lutou contra as lágrimas, tentando ser convincente em terminar seu relacionamento.

Jeongguk já estava chorando silenciosamente, ele se levantou e foi até Jimin. Abraçou-o gentilmente, pela última vez.

— A gente não termina aqui, eu vou voltar, bebê. – Jungkook depositou um beijo em seus lábios. — Porque eu te amo.

Jungkook saiu, passando pela sala onde Yoongi corrigia alguns papéis. Eles trocaram um breve olhar; Yoongi já sabia o que Jimin havia feito. Largou tudo e foi falar com ele.

— Jimin, – sua voz era dura. — por que você fez isso?

Ele não respondeu, começou a chorar violentamente, Yoongi quis batê-lo pela idiotice que acabar de fazer, mas seu coração amoleceu, ele não sabia o que era estar apaixonado, nunca sentiu isso antes.

— E-eu quero ficar sozinho. – pediu.

— Tudo bem.

Yoongi saiu, fechando a porta e desligando as luzes, voltou para a sala e terminou de corrigir seus trabalhos. Jimin não saiu do quarto pelo resto do dia. Não comeu nada também. Quando resolveu finalmente colocar algo em seu estômago, passava das oito da noite. Min ainda estava sentado na mesinha de centro, coberta de papéis. Jimin passou por ele sem dizer nada, vestia um casaco enorme, possivelmente de Jeongguk, seus olhos continham aquelas costumeiras bolsas roxas que apareciam quando ele não tinha uma boa noite de sono. Yoongi suspirou.

Jimin fez um sanduíche e comeu, satisfeito por não ter colocado nada para fora – ainda. Sentou-se no sofá e ligou a TV em um filme qualquer.

— Você deveria parar um pouco de corrigir trabalhos, fez isso o dia todo. – comentou.

Yoongi retirou os óculos e depositou-os na mesa.

— É isso que os professores fazem nos finais de semana. – eles riram um pouco, quebrando o clima pesado.

O restante daquela noite foi assim, assistindo filmes e conversando sobre desenhos animados, sem tocar no em assuntos que levassem ao moreno alto.

Na manhã de segunda feira, Park acordou enjoado outra vez. Ele não podia ficar doente, não. Ele tinha que trabalhar. Levantou, tomou um banho e se trocou, vestindo algo quentinho. Seul estava em pleno outono, folhas laranjas caíam das árvores, cobrindo o chão como um tapete.

Ele caminhou até a cafeteria onde trabalha. Não era onde ele queria trabalhar o resto da vida, não, era apenas temporário, logo ingressaria na universidade de Seul. Cursando música. Jimin era completamente apaixonado por música, ele tocava piano desde criança. Parou na porta esperando que alguém a abrisse. Somin, uma senhora de mais idade veio abrir a porta para ele. Jimin educadamente a cumprimentou, antes de seguir para os fundos da loja e guardar as coisas, ele vestiu o avental verde, que continha o símbolo da loja e foi para o balcão.

Uma garota de não mais de 18 anos, com cabelos longos e loiros se dirigiu até ele, Jimin a atendeu, seu pedido eram três cupcakes. A loja estava muito movimentada hoje. Jimin não teve descanso nem por cinco minutos.

Somin estava reabastecendo os doces novamente, o cheiro de chocolate e morango dos cupcakes fez o pequeno sentir náuseas. Ele largou o caixa e correu para o banheiro dos fundos. Pelo menos havia dado tempo de chegar até o banheiro, pensou.

Voltando ao posto, para atender os clientes, Somin o chamou.

— Tudo bem, Chimchim? – doce e carinhosa, como sempre. — Está se sentindo mal?

— Um pouco enjoado, noona. – má hora para trabalhar em uma cafeteria.

— Quer tirar um tempo? Vá para a cozinha e faça um chá. Eu cuido do caixa. – ele não protestou, não estava em condições para aquilo.

E assim ele fez. Bebeu seu chá observando um bolo de aniversário. Ele lembrou que Jeongguk não estaria com ele em seu próximo aniversário, isso o deixou triste. Perguntou-se porque certas coisas tinham que acontecer. Estava tudo perfeito na vida do casal, mas de repente tudo ficou de pernas pro ar. Jimin só queria chegar em casa e se enfiar embaixo dos cobertores, mas ele ainda tinha mais duas horas de turno, só então poderia fazê-lo.

Yoongi tentou animá-lo durante aquela semana, nada adiantou, Jimin passou grande parte do tempo na cama, chorando silenciosamente, quando não tinha que trabalhar ou correr para o banheiro e vomitar.

Na sexta, depois de sair da cafeteria, Jimin passou na farmácia, cansado de ficar passando mal toda hora.

Parou na farmácia da esquina de seu prédio. Já era cinco e meia da tarde, começava a escurecer. As luzes fluorecentes do estabelecimento quase lhe cegavam, ele entrou, dirigindo-se para o balcão onde um homem de jaleco estava parado.

— Posso ajudar? – perguntou. Ele brincava com uma caneta nas mãos.

— Hm, ahn... – gaguejou, ele não sabia o que pedir. — Eu quero algo para enjoo.

— Okay. Tenho alguns aqui. – o garoto o guiou até o outro lado do imenso balcão que cobria grande parte da parede onde haviam várias prateleiras cheias de medicamentos. — Esse, é para enjoo, náuseas. É útilizado principalmente para controlar os sintomas no início da gravidez, não traz riscos para o bebê.

Gravidez? – Jimin ficou paralisado, ele não podia pensar na probabilidade de estar... Não, ele não estava, afirmou para si mesmo. Jeongguk e ele sempre suavam proteção. Sempre.

— Sim. É usado nesses casos. – explicou. — É para sua namorada, certo?

Jimin concordou, ainda em choque. Não iria dizer a um desconhecido que era gay e que era ele quem poderia ter um bebê.

— Pode ser este mesmo, e... – ele não sabia ao certo como perguntar isso. — Você tem aqueles testes?

Como esperado, a meia frase foi suficiente para que o farmacêutico entendesse o que o pequeno queria. Ele saiu e foi até os fundos da loja, quando voltou, trazia uma caixa pequena e longa.

— Isso funciona com precisão? – perguntou.

— É quase certo, mas se quiser algo mais concreto, recomendo que faça um exame de sangue. Mais alguma coisa?

— Não. Apenas isso.

Eles foram até o caixa, JImin pagou e o homem lhe entregou a sacolinha.

— Boa sorte. – sorriu sincero.

Jimin chegou ao apartamento e graças aos céus, seu colega não estava ali. Ele sentou no sofá, abriu a embalagem e começou a ler as instruções. Aquilo não poderia estar acontecendo com ele, não!

Lido como o deveria fazer o teste, ele foi para o banheiro e fez pipi sobre o palitinho. E esperou dar o tempo. Jimin tratou de voltar e tirar suas coisas da sala, antes que Min viesse e visse a embalagem do teste e os comprimidos para enjoo. Após jogar tudo na última gaveta, bem lá no fundo do armário onde ninguém mexeria, ele voltou para o banheiro e pegou o teste.

Não, ah droga!

Three Words ↬ JikookWhere stories live. Discover now