24 | After The Chaos

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— Quando é sua próxima consulta? – perguntou Namjoon, enquanto afivelava o cinto.

Eles haviam acabado de sair do consultório médico onde Jimin fez seu checape de oito meses.

O último mês havia sido louco e agitado.

Seokjin havia surtado ao descobrir o que Jimin havia feito. Os dois amigos mal se falavam desde então. Foi Namjoon que o acompanhou em suas últimas duas consultas e fazia praticamente tudo para ele; desde acompanhar as idas a obstetra até as compras do supermercado.

Jimin sentia-se enorme, e fisicamente cansado na maior parte do tempo.

— Em duas semanas.

— Ótimo, assim eu evito de agendar compromissos. – explicou Namjoon.

— Não precisa desmarcar seus compromissos por mim, eu posso ir sozinho. – reclamou Jimin.

— Não iremos discutir isso, está resolvido. – Jimin estava prestes a rebatê-lo, mas antes que aquilo tornasse um debate, Namjoon continuou: — Hey, há algo que não contamos! Eu havia realmente esquecido!

— Oh, não diga que Seokjin está...

— Não! – Jimin chegou a rir com a velocidade na qual Namjoon havia conseguido gritar uma negação. — Nós estamos noivos!

— Isso não foi uma estratégia para adiar a ideia de ter um filho, foi? – Jimin suspendeu uma sobrancelha. Namjoon-hyung era realmente esperto.

— De maneira alguma! – sorriu ladino. — Eu o amo, e se nós formos construir uma família, vamos fazer com que seja do modo tradicional.

Jimin sentiu-se um pouco mal, ele sabia que estava fazendo tudo da maneira errada, totalmente errada, mas não era a hora para pensar naquilo.

— Isso soa realmente lindo. – murmurou Park. — Já marcaram a data?

— Não, essas últimas semanas foram loucas, nós não discutimos os detalhes, eu nem oficializei o pedido. Precisamos contar a nossos pais e escolher as alianças.

— Espero que até lá Seokjin-hyung já não esteja mais me odiando. – comentou Jimin, enquanto limpava o vidro embaçado devido as baixas temperaturas com a palma da mão.

— Ele não odeia, não diga uma bobagem dessas. – ralhou Kim. — Ele só está magoado. Não digo que a sua atitude foi algo certo a se fazer, você realmente pôs tudo a perder, mas a reação de Jin também foi totalmente equivocada. Você fez uma grande merda, Jimin, espero que tenha consciência disso, mas, eu vou continuar do seu lado, vou ajudá-lo no que for preciso, menos trocar fraldas! – brincou, para amenizar as duras palavras ditas anteriormente.

Jimin riu. Estava confiante que aquilo foi o certo a se fazer. Jungkook tinha um futuro brilhante pela frente, e não seria Jimin quem o impediria de realizar seu sonho.

— Eu não pediria isso de qualquer modo. Você não parece levar muito jeito com coisas pequenas e frágeis. – zombou o grávido.

Namjoon estacionou em frente a casa de Jimin sem desligar o automóvel, já que ele não desembarcaria de qualquer maneira.

— Obrigado, hyung. – agradeceu Jimin antes de soltar-se do cinto.

— Não agradeça, Jimin. Faço isso devido a nossa amizade. Me ligue se precisar de algo, sim? – Jimin prometeu que ligaria se precisasse, agradeceu novamente a bondade e generosidade do hyung e então desceu do carro e fez seu caminho até o hall de entrada.

Jimin destrancou a porta e adentrou ao calor e conforto de sua casa. Tirou seus pesados casacos de neve e os pendurou no suporte.

Era maravilhoso poder ficar apenas de suéter. Foi até a cozinha, colocou água para ferver.

Sentou-se uma nas banquetas junto a bancada. Uma de suas mãos tamborilava sobre o mármore gelado, enquanto ele observava a chama azul queimar no fogão. O bebê estava tranquilo hoje, sem muitos chutes ou empurrões.

Havia dias em que o pequeno resolvia mostrar toda sua rebeldia, mas Jimin sabia que não era intencional, a cada semana que passava ele crescia mais e mais, limitando o espaço em seu ventre. Quando terminou de beber seu chá, acompanhado de alguns cookies, Jimin levou a xícara até a pia e subiu para o andar de cima.

Nas últimas duas semanas, quando seus pés e colunas não decidiam torturá-lo, Jimin ia até o quarto do bebê, para terminar os últimos ajustes antes da chegada de seu bebê.

Quadros com animais haviam sido pendurados, as cortinas trocadas, o berço, a cômoda – que também servia como trocador –, haviam sido postos em seus lugares definidos. A cada dia, aquele espaço tornava-se mais colorido e vivo. Amarelo e branco definitivamente havia sido uma ótima escolha. Estava tudo em seu lugar, ele estava definitivamente pronto para a chegada da criança.

Jimin sentia isso a cada dia que passava, ele estava pronto para ter seu bebê nos braços. Mal conseguia controlar a ansiedade de saber se seria uma menininha ou um menininho, ele já estava quase arrependido em não ter decidido revelar o sexo antes, mas agora faltava tão pouco! Ele conseguiria aguentar mais um mês, por mais difícil que fosse.

As roupinhas haviam sido lavadas e passadas por Jiwoo e ela mesma ajudaria Jimin a arrumar sua mala de maternidade e a mala do bebê.

Jimin foi até o berço, próximo a janela e correu a mão por toda extensão dos protetores bordados com tanta delicadeza, sentiu a textura da manta que ficava ali, ainda sem lugar definitivo, e os poucos bichos de pelúcia que Seokjin havia comprado, que de qualquer maneira só ficariam ali até o bebê nascer.

Ele pousou a mão sobre sua barriga, assim que sentiu os primeiros e suaves movimentos. Isso sempre acalmava a fera dentro de si, Jimin ficou assim por alguns minutos, perdido em seus pensamentos enquanto assistia pequenos flocos de neve chocarem-se contra a janela fechada.

Jimin só deu conta de que estava ali parado há minutos quando ouviu alguém bater à porta.

Era quarta-feira, e não passava das três, não seria Jiwoo, pois a cafeteria ainda estava aberta e as aulas de culinária que ela havia caridosamente prometido a ensinar a Jimin – já que ele e Seokjin ainda estavam sem se falar –, era apenas nas sextas.

Antes de abrir, Jimin espiou pelo olho mágico e confirmou sua suspeita: Era Taemin.

E dessa vez, ao invés de chocolates, trazia um punhado de rosas. Jimin suspirou antes de abrir a porta.

Taemin era realmente persistente.

Three Words ↬ JikookWhere stories live. Discover now