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Ruth: minha querida! - Ruth sorriu, deliciada, assim que nos viu surgir na área de desembarque. Poncho vinha logo atrás, carregando nossas bagagens e a bolsa de Noah. - Como você está linda! E esse meu bebê... - empolgou-se ainda mais, aproximando-se para tocar o rostinho de Noah. - Como ele cresceu!

Anahí: você acha? - perguntei, ao mesmo tempo em que recebia seu beijo afetuoso. - Eu ainda acho que ele está tão pequenininho.

Ruth: ele cresceu um monte! - retrucou, balançando a cabeça em um gesto negativo.

Poncho, que já tinha deixado as bolsas no chão e abraçava o pai, afastou-se, risonho.

Alfonso: exagerada como sempre, não é dona Ruth?

Ruth: filho! - Estendeu os braços e enlaçou-o pelo pescoço, saudosa. - Eu não sou exagerada, ele está mesmo grande!

Poncho concordou com um gesto de cabeça, mas tinha um ar divertido no rosto que dizia que ele não concordava com aquela história de que ela não era exagerada. Deu um beijo demorado na bochecha esquerda de Ruth e a apertou, brincalhão. Enquanto isso, Armando me cumprimentava, simpático, e mexia com Noah, que estava desperto em meu colo.

Ruth: para com isso, Alfonso! - ralhou. - Você está me bagunçando inteira!

Poncho riu, desarrumando seus cabelos.

Alfonso: estava com saudades, mamãe.

Ruth: eu também, querido - sorriu, ajeitando as mechas escuras novamente atrás das orelhas. - Muitas.

Alfonso: não é verdade. Agora você só quer saber do meu filho. Eu sei que já perdi meu lugar de queridinho da família.

Anahí: olha! - sorri, divertida. - Alfonso, é pecado ter ciúme do próprio filho!

Armando riu, seguido por Ruth, que concordou com meu comentário.

Alfonso: não é ciúme, é só uma constatação - deu de ombros.

Ruth: deixa de ser bobo, menino! Eu amo os dois, da mesma forma.

Poncho sorriu, passando um dos braços por seus ombros.

Armando: como vocês foram de viagem? - questionou ao ajudar Poncho a pegar as bolsas e nos acompanhar até o portão de saída. - Tudo tranquilo?

Alfonso: tudo - confirmou. - Essa tal de CHR Air Lines trata muito bem seus passageiros, viu? - brincou, puxando sardinha para a empresa aérea da família. - Vou recomendá-la a uns amigos.

Armando e eu rimos. Ruth estava mais ocupada em bajular Noah, que já tinha arrancado de meu colo.

Anahí: bobo - enfiei o braço entre o dele, apoiando a cabeça em seu ombro, sorridente. - Como vai essa perna, Armando?

Armando: ah - deu de ombros. - Já estou pronto para outra.

Ruth: pois eu não! - revidou, intrometendo-se na conversa. - Não aguento mais dois meses de resmungos e lamuriações no meu ouvido!

Armando piscou, maroto.

Armando: digamos que eu dei algum trabalho.

Alfonso: sério, pai? - zombou.

Ruth: algum trabalho? Ele passou semanas e semanas choramingando pelos cantos - contou, com algum enfado. - Eu fico realmente imaginando o que seria da humanidade se fossem os homens que tivessem que lidar com as dores do parto. A taxa de natalidade despencaria vertiginosamente e o mundo não teria quase crianças!

O Pecado Mora Ao LadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora