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Andy: senhor Herrera, tem um senhor aqui querendo lhe falar, mas não tem hora marcada.

Retirei o óculos de leitura, esfregando os olhos pesados, e recostei-me na cadeira, suspirando. O dia mal começara e eu já me sentia euxarido, como se ele estivesse terminando. Maldita troca de diretores!

Alfonso: o nome?

Andy fez uma pausa e eu ouvi sua voz abafada enquanto ela confirmava o nome do visitante inoportuno.

Andy: senhor Christopher Uckermann. Ele disse que não é assunto profissional, eu devo...

Alfonso: ora! - exclamei surpreso. O que Christopher fazia em Nova York em plena segunda-feira comercial? - Pode deixá-lo entrar, Andy. E traga algo para bebermos.

Quando a porta se abriu, levantei a fim de cumprimentar Christopher. Com o mesmo ar despojado e fanfarrão de sempre, ele entrou como se fosse a coisa mais natural do mundo estar ali. Trocamos um aperto de mão e ele sorriu para Andy, dizendo alguma gracinha que a fez corar antes de sair para providenciar nossas bebidas. Fiz com que ele se sentasse na cadeira em frente à minha mesa e voltei ao meu lugar.

Alfonso: o que diabos faz em Nova York, Uckermann? Cansou da tediosidade de Boston?

Christopher: antes fosse - suspirou. - Me meti em encrenca - fez uma careta.

Alfonso: o que houve? Algo sério?

Christopher: digamos que corri atrás do rabo de saia errado - eu não contive a risada. Aquilo não era mesmo difícil de se imaginar. - A namorada nova do patrão.

Alfonso: caramba!

Christopher: nada me restou a não ser sair com o rabinho entre as pernas. Pedi demissão quando ele começou a tentar fazer da minha vida um inferno.

Alfonso: você não tem mesmo jeito! - balancei a cabeça, rindo. - Ao menos valeu a pena? - perguntei, malicioso.

Christopher: ôh se valeu, gosto nem de lembrar - respondeu. - Mas acontece que aqui estou eu, desempregado e sem uma quantidade boa de grana de reserva. Pensei que você pudesse me ajudar.

Alfonso: quer dinheiro emprestado? - franzi o cenho.

Christopher: não, não. Claro que não - revidou de imediato. - Eu ia voltar para Chicago, mas você sabe como é meu pai. Ia falar nos meus ouvidos até não poder mais, e acho que já passei da fase de ficar ouvindo sermão do velho. Então tive a ideia de vir para Nova York, mudar de ares. Pensei que você pudesse conseguir alguma coisa aqui pra mim. Digo, na empresa...

Alfonso: você quer trabalhar aqui? - me surpreendi.

Christopher: claro se é só se tiver alguma função disponível pra mim. Eu não...

Alfonso: não, tudo bem. Você só me pegou de surpresa. Acho que a gente pode dar um jeito nisso rápido - intervi, ao mesmo tempo em que Andy voltava com nossas bebidas. - Andy, peça ao Richard do Departamento Pessoal para dar um pulo aqui, por favor. - Ela assentiu e se retirou. - Vamos ver o que temos pra você, brother.

Christopher assentiu e agradeceu, enquanto voltava a contar sobre a mulher que o fizera mudar de emprego... e cidade.

Christopher havia saído a algum tempo quando o telefone tocou outra vez e Andy transferiu, informando que era uma ligação pessoal. De Ana Nicholls.

Atendi com um sorriso deliciado. Aquele, definitivamente, era o dia das surpresas.

Alfonso: ora, ora, a que devo a honra?

O Pecado Mora Ao LadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora