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Anahí: vê se não vai demorar! - avisou mais uma vez, enquanto eu calçava os sapatos. - Reservei uma mesa pra gente no Tiffany's meio dia.

Ela estava sentada bem no meio da cama, descabelada e ainda com cara de sono, o telefone nas mãos. Sua figura tão pequena em meio àquela cama enorme com lençóis retorcidos aqueceu meu coração. Era uma sensação tão boa de familiaridade que era inevitável que eu sorrisse. E eu o fiz.

Alfonso: tudo bem, Dna. Encrenca. Eu já entendi.

Anahí: não gosto quando você me chama assim.

Alfonso: você não gosta de nada do que eu faço - retruquei com pouco caso, enfiando o outro pé no sapato, apressado. - Já percebeu?

Anahí: não é verdade - algo em seu tom me fez desviar os olhos do que fazia e encará-la. - Posso pensar em algumas coisas que gosto bastante que você faça - completou maliciosa.

Jogando a cabeça para trás, ri.

Alfonso: você não presta. Só provoca agora porque sabe que eu não tenho tempo para responder suas provocações à altura.

Anahí: eu não estou provocando - deu de ombros, inocente. - Isso pareceu uma provocação?

Com um meio sorriso plantado nos lábios, caminhei até a cama. Engatinhei sobre ela, parando bem em frente àquele diabo loiro que me encarava curiosamente.

Alfonso: acho melhor que você cancele nossa reserva.

Ela enrugou a testa.

Anahí: por quê?

Agarrei seus cabelos pela nuca e ela arfou, a cabeça inclinada para trás. Seus olhos sorriam.

Alfonso: porque quando voltar vou estar ocupado demais ensinando-lhe algumas lições para ter tempo de sequer pensar em comer.

Ela riu, o som melodioso de sua gargalhada enchendo o quarto.

Anahí: é mesmo, professor? - zombou. - E o que tanto você tem a me ensinar?

Gemi, dando uma leve puxada em seus cabelos.

Anahí: por que não ensina agora?

Alfonso: não provoque - ameacei. - O que quer que esteja me esperando na Companhia vai ser adiado por tempo indeterminado se eu ouvir mais uma ínfima provocação sua.

O sorriso travesso com que ela me respondeu fez com que eu percebesse que precisaria cumprir minha ameaça antes mesmo que as palavras fossem ditas.

Anahí: é mesmo? - suspendeu o rosto, deixando seus lábios a centímetros dos meus. Quando inclinei-me para beijá-los, ela se afastou. - E eu deveria ter medo disso?

Alfonso: Anahí - rosnei, antes de tomar-lhe a boca.

Ela sorriu contra meus lábios, levando as mãos ao meu pescoço e enterrando os dedos em meu cabelo. Suspendi seu corpo, sentando-a em meu colo. Ao inferno com a empresa, ao inferno com a impossibilidade de tê-la. Eu a queria. E ninguém me tiraria dali até que a tivesse.

Afastei nossos lábios, correndo os beijos por seu rosto e pescoço. Ela sorria, deliciada, deslizando os dedos por meus braços.

Anahí: sabe - murmurou em meu ouvido com um sussurro -, hoje eu acordei com desejo.

Afastei-a delicadamente pelos braços, fitando seu sorriso.

Alfonso: algo de extraordinário?

O Pecado Mora Ao LadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora