Capítulo 13: cogumelo de zebu e algumas poças de sangue - Parte 2 de 4

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– Acho que tâmo perdido, Ílso – Uílton disse, olhando ao redor da mata que lhe deixava cada vez mais nervoso. A noite já batia na porta.

Uílson permaneceu em silêncio. Era verdade; estavam perdidos. Os passos eram mais cuidadosos à noite; temiam ter que dormir naquele local ou, pior, nunca sair daquela cela de árvores e sons assombrosos que vez ou outra rastejavam próximos de seus ouvidos.

Indo ao encontro de seus medos e levando-os ao desespero, um rugido estrondoso pairou sobre o ar. A dupla ficou paralisada, estática; os ossos congelavam de medo.

Que foi isso, Ílso? Deus... – Uílton quase chorava.

Eu não sei... – cochichavam. – E nem quero sabê, Ílto. Para o diabo com isso! Vâmo dar o fora daqui!!!

Antes que começassem a correr, contudo, ouviram aumentar o farfalhar das folhas secas sendo esmagadas. Uma árvore pequena caiu a uns metros de distância, e, as que se mantinham, na visão deles, chacoalhavam. Um monstro seguia ao seu encontro.

Deus...– Uílson levou as mãos à cabeça. Pela segunda vez no dia, sua virilha molhava. 

Um Perverso Tom de VinhoWhere stories live. Discover now