XIII Capítulo

6.8K 385 25
                                    

CAPÍTULO NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS . POR CONTER LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CENAS DE SEXO E DE VIOLÊNCIA .

Noah Sousa
Ainda estou aprendendo a lidar com a minha nova condição de vida. Pelo menos poderia ser pior, meus pais poderiam ter me expulsado de casa ou algo do tipo, mas não. Nesse último mês que se passou eu acabei me afastando bastante da minha família. Primeiro porque a faculdade e a nova área que estou trabalhando tem me ocupado a maior parte do meu tempo, e depois, pois parece que eu não me encaixo mais na minha família. O meu irmão mais velho está casado e sua esposa está grávida, o meu outro irmão, o Enzo, apareceu em casa noivo, e já marcou a data do casamento para daqui três meses, e minha irmã, a Alícia, também está noiva com o casamento marcado para daqui seis meses. Então só sobrou eu, o caçula rebelde, que só trás dor de cabeça. Meu pai só pega no meu pé, nunca mais vi aquele velho que brincava e me dava conselhos, e minha mãe parou de me mimar. Antes, fazia tudo por mim, como se eu fosse um bebê, agora eu tenho que me virar sozinho com tudo.
Chego em casa depois de um dia corrido. Hoje é sexta-feira, e além de ficar fazendo relatórios pela boa parte da manhã e da tarde por conta da maravilhosa chefe que me arrumaram, eu ainda tive duas provas nos primeiros tempos da faculdade. Mas mesmo estando mortinho da Silva, eu vou sair, sexta-feira não tem como, mesmo que eu não queira tem um imã que me puxa para farra. Não vejo ninguém quando subo para o meu quarto, melhor assim, tomo um banho rápido e coloco uma calça jeans e uma camiseta. Passo meu perfume, penteio o cabelo de qualquer jeito, pego minhas chaves e minha carteira. Desço as escadas rapidamente e passo pela minha mãe no meio do caminho que nem olha na minha cara. Foda-se. Passo pela sala e meu pai e meu irmão estão vendo jogo, meu pai continua sua atenção na televisão, mas o Enzo me olha.

-Sexta-feira não tem jeito, né?! - ele diz sorrindo.
-Você sabe que não - sorrio e saio de casa.

Conecto meu celular no carro e ligo para um dos meus amigos da faculdade, o João Pedro. Eu, JP, e o Lucas formamos o trio da farra. Não dispensamos uma noitada.

-O que temos para hoje? - pergunto logo que ele atende.
-Mano, vai rolar um baile na favela do Alemão. Tá a fim de comer muitas novinhas?
-Sempre - não resisto ao sorriso.
-Então é lá mesmo. Cola aqui no condomínio para me pegar? Estou sem carro.
-Beleza. O Lucas vai?
-Lógico, sabe que ele não recusa uma farra.
-Demorou cachorro, já colo aí.

Desligo a chamada e dirijo até o condomínio do JP, que é bem pertinho da minha casa, logo que paro na portaria o JP pula no carro.

-Fala aí cachorro - trocamos um aperto de mão, e eu arranco o carro.
-Preparado? Estou louco para ir para cama com pelo menos três.
-Eu topo até cinco. Estou em plena forma, cheio de porra para doar - ele caí na gargalhada.
-Sé louco Noah, estou cheio de porra só para gozar na cara daquelas vadias mesmo. Não tô querendo ser papai agora não.
-Deus que me livre, eu também não. Nem brinque.

Fomos conversando até a favela, e logo que paramos na entrada dois caras armados com fuzil pediram para abaixarmos o vidro.

-Quem são vocês? - um dos caras pergunta.
-Amigos do Alemão, viemos para o baile - JP diz.
-Qualé seus nomes?
-Noah Sousa e João Pedro Albuquerque.
-Olha só o Alemão, só arranja gente fina para colar aqui na quebrada - um dos caras caçoa.
-É os playboyzinhos são os que mais curtem a nossa quebrada. Estão liberado, podem subir.

Entrei com o carro na favela e logo encontramos o local onde estava sendo realizado o baile. Estacionei o carro em qualquer lugar e entramos no enorme salão luxuoso que acontecia o baile. Alemão é camarada mesmo, tanta estrutura e dinheiro, e ainda entrada franca. Logo que entro no salão vejo umas vadias de shorts tão curto que até parecem calcinha, e com aquelas blusinhas curtas que muitas delas estão usando. O som é ensurdecedor com uma batida muito contagiante. As vezes toca funk, outras vezes música eletrônica. A ausência de luz branca, e os focos de luzes coloridas pelo salão deixa tudo ainda mais empolgante. Muitos fumam e usam drogas, o que me dá uma vontade de provar maconha novamente, já fiz isso uma vez, quando ainda estava no colégio, e a brisa foi tão monstra que sempre quis provar de novo, mas nunca mais tive a oportunidade. Então avisem a Ludmila, porque é hoje! Ai se a minha mãe sonha que estou em um lugar desses, ela me mata. Mas foda-se ela, foda-se meu pai, eles nem se importam mais comigo mesmo.

Filhinho de papaiWhere stories live. Discover now