XVII Capítulo

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Noah Sousa
Sim, demitido. Aquela gostosa maldita teve a coragem de me demitir. O que eu vou fazer da minha vida eu ainda não sei. Quando meus pais saberem vão me matar, ou então vão matar a Ofélia, o que eu muito improvável, mas ainda guardo um resquício de esperança.

Desço do táxi em que estava e entro em casa. Não tem ninguém, meus pais foram levar meus tios para o aeroporto, e meus irmão estão trabalhando. Vou para o meu quarto e pego mil reais do dinheiro que tenho guardo, as chaves do carro do meu pai, e vou para a boate mais próxima que encontro aberta. Ainda é cedo, por volta das quatorze horas da tarde, mas já preciso encher a cara o suficiente para ser feliz pelo menos um pouco.

-Senhor, ainda não abrimos - uma funcionária me diz quando entro na boate.
- Desculpa, eu preciso tanto beber - faço uma carinha de cachorro que caiu da mudança.
-Tudo bem, o barman já está para chegar.

Minha noite começou cedo. Já tomei três garrafas de Jack Daniels, uns dez copos de uísque, sem contar nas batidas de todos os sabores existentes. Só agora, sete e meia da noite, que começou à chegar pessoas. Umas três meninas já viveram falar comigo, eu até me animei, mas nenhuma era bonita o suficiente. Além de eu estar tomando um cuidado maior com essas vadias, depois daquele vídeo que vazou na internet é melhor eu me comportar. Fico de boa, na minha, só bebendo. Mesmo depois de tanto beber eu ainda não estou caindo, pelo contrário, ainda posso caminhar tranquilamente. Quem tem o costume de beber não cai tão cedo.

-Bonito né seu Noah, no dia da sua demissão você resolve encher a cara - escuto uma voz embolada e olho para o lado e quase caio para trás.

Nada mais, nada menos do que Ofélia, em carne e osso e álcool. Álcool sim, porque parece que ela está bem bêbada.

-Pensei que você não era dessas.
-Também achei que não fosse, mas os problemas mudam as pessoas - ela tenta se sentar ao meu lado e quase cai, mas eu a ajudo.
-O que aconteceu? - pelo menos bêbada ela consegue ser civilizada.
-Problemas com a Lusitano.
-Se eu tivesse na presidência nada teria acontecido - digo convencido.
-Cala a boca Noah - ela diz sorrindo e se apoiando no meu ombro - é uma pena que você seja tão chato, você é tão gostosão.
-Você também é uma baita gostosona - sorrio e roubo um selinho dela.
-Hummm - ela geme quando me afasto - Noah, seja mais homem e me beije direito!

O quê?! Nem precisei ouvir duas vezes. Puxo seu seu cabelo e beijo sua boca como nunca beijei a boca de ninguém. O gosto de álcool de varias bebidas diferentes se misturam em nossas bocas e ela se levanta me puxando para ela. Lia gruda nossos corpos, consigo sentir cada pedacinho da sua pele, enquanto nos beijamos brutalmente. Mordo sua boca, ela morde a minha, sinto gosto de sangue mas continuo. Quando finalmente estávamos sem fôlego nos afastamos.

-O que você tem de insuportável você tem de gostoso - ela comenta sorrindo.
-Digo o mesmo de você bebê - digo com a voz rouca. Sim, eu estou louco de tesão.
-Quero provar mais de você - Lia faz uma cara safada que eu me encanto.
-Seu desejo é uma ordem.

Puxo-a em meio à um monte de beijos, amassos e mãos bobas. Entramos no carro do meu pai e dirijo em direção à um hotel, ao invés de motel, peguei trauma desde a última vez. Durante todo o caminho Lia me tocava e dizia o quanto eu sou gostoso. Também não perdi a chance de passar a mão por cada pedacinho delicioso do seu corpo.

-Cadê esse hotel que não chegamos nunca? - Lia diz toda manhosa - faz tanto tempo que eu não transo...
-Fica calma Lia, já estamos chegando, e vamos tirar todo o seu atraso.

Ofélia Santos
Descobri um desvio de dinheiro na Lusitano e isso me desesperou completamente. Primeiro porque eu não sabia o que fazer, e depois porque me senti completamente incompetente. Como não percebi isso antes? Com toda certeza serei demitida, e ai como farei? Tenho um filho para criar e uma família para cuidar. Ainda mais agora que comprei uma casa e um carro novo, tenho contas para pagar!
Saio da empresa frustrada, mas que droga! Meu celular toca e eu atendo.

Filhinho de papaiWhere stories live. Discover now