XIX Capítulo

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Ofélia Santos
Apesar de o meu fim de semana ter sido fantástico, a minha segunda-feira chegou me trazendo um monte de dor de cabeça. Naldo acordou com febre e eu não pude ficar com ele pois tinha uma reunião inadiável com o Sr. Sousa. Dei um remédio para meu 'filhote' mais velho e corri para Lusitano. Hoje eu teria que dar a minha posição à respeito de comprar a emissora TV Vida Rural. Antes eu até apoiaria essa ideia, pois só aumentaria o patrimonio da Lusitano. Mas depois de sexta-feira, que eu descobri um desvio de dinheiro na Lusitano, não acredito que fazer uma compra dessas em um momento como esse seja propício. 

Entro na Lusitano dando um bom dia para todos que passam por mim e subo pelo elevador. Vou direto para a sala de reuniões com a minha secretária me seguindo e ditando a minha agenda de hoje, que por sinal está enorme.

-Bom dia Sr. Sousa - digo ao entrar e o encontrar sentado de costas para mim.

Ele não me responde e continua sem se virar.

-Sr. Sousa? - chamo-o mais uma vez.
-Ele está meio estranho hoje mesmo - minha secretária sussurra para mim.
-Sr. Sousa? - chamo-o mais uma vez já impaciente.

Sem resposta. Respiro fundo e caminho à passos largos até a cadeira que o Sr. Sousa está,  mas não consigo nem dar três passos em direção à cadeira e sou impedida.

Noah Sousa
Acordo cedo pela manhã de segunda-feira e vou caminhar na orla. Corro por uns cinquenta minutos e volto para casa pingando suor. Fico pensando à todo momento como chamar Ofélia para sair comigo hoje de novo, gosto de estar com ela. Entro em casa e vou direto tomar um banho, depois de limpo visto uma calça caqui e uma polo preta. Pego minha mochila com meu material da faculdade e vou para a biblioteca pública da cidade. Combinei com o Guilherme, o maior nerd da faculdade, de estudarmos juntos. Pedi sua ajuda para que pudesse tirar todo o meu atraso no curso para que eu possa acompanhar a turma sem tanta dificuldade, já que tenho muito conteúdo atrasado. Antes eu nunca seria amigo do GuiGay,  como apelidaram ele, mas hoje eu sinto uma pontinha de inveja e de vontade de ser como ele.

-Fala aê Guilherme - toco em sua mão e ele sorri.
-Pronto para passar o dia enfurnado na biblioteca de cara nos livros? - pergunta divertido.
-Mais do que isso.

(...)

Passei o meu dia estudando com o Gui, que por sinal, se mostrou ser um cara muito legal. Revisamos boa parte do conteúdo, mas ainda tinha muita coisa para ver, eu nem tinha ideia de como consegui chegar  no último ano de faculdade, sendo que não sabia de nada. Voltei para casa tranquilo, com aquela sensação de dever cumprido. Quando entrei em casa notei que estava vazia, minha mãe deve estar na construção da sua empresa de artesanato, e meu pai deve ter ido fazer alguma coisa no centro comercial. Aproveito o silêncio da casa para colocar minhas séries em dia. Guardo minha mochila em meu quarto, passo pela cozinha para pegar uma pizza adormecida que estava no microondas, e vou para a sala. Ligo minha televisão e conecto no Netflix, coloco na série Orphan Black que estou viciado ultimamente, e assisto metade da segunda temporada tranquilamente.
O meu celular começa a tocar e me lembro que deixei ele lá na bancada da cozinha, com preguiça de levantar, finjo que não ouvi a ligação e continuo assistindo à televisão. Após a quarta repetição da música do meu toque de chamada, resolvo atender. Quem quer que seja deve ter algum assunto  muito importante para falar comigo, pois não me deixa em paz!

-Alô? - atendo entediado.
-Sr. Noah? - escuto uma voz desconhecida.
-Pois não?
-Aqui é a Kamilly, secretária da Lusitano - ah sim, a Milly. Ela é bem gostosa, já dei alguns perdidos maneiros com ela.
-O que foi?
-Estamos com um problema aqui na Lusitano, poderia vir até aqui?
-Eu não trabalho mais ai Kamilly, em que poderia ajudar?!
-Senhor, uma quadrilha de bandidos tomaram o prédio, e a Ofélia e sua secretária estão como reféns.

Melissa Fortunato
Hoje decidi que iria ver como estava indo a obra da minha empresa artesanato, pedi para que o Guto viesse comigo, mas parece que ele tinha uma reunião na Lusitano, e como agora não tem mais o Thales para ajudá-lo, ele foi obrigado à ir.
Aqui na obra tudo parece correr bem. São nessas horas que vejo como o dinheiro move o mundo. Em menos de uma semana minha empresa já esta na reta final de construção. Já estou providenciando a decoração, e a contratação de novos funcionários, que me ajudarão à atender a grande demanda de pedidos que recebo diariamente. 

-Já que está tudo certo por aqui vou embora. Quando você acha que consegue entregar a obra finalizada? - pergunto ao engenheiro responsável pela construção.
-Em três dias te entrego o prédio impecável senhora.
-Tudo bem, muito obrigada. Tenha uma boa tarde.

Saio da obra e vou direto para casa. Quando chego, e encontro a casa vazia, pesco o meu celular de dentro da bolsa para saber onde o meu marido se meteu. Já era para ele estar em casa faz tempo. Bosta, meu celular está zerado. Ligo-o no carregador e vou comer alguma coisa. Cadê os meus filhotes? Noah, Alicia, Enzo?! Essa casa está muito vazia para o meu gosto. Pego o telefone fixo de casa ligo para o celular do Guto, que só dá caixa postal. Tento o da Alicia e está fora área, ligo para o Enzo e só chama, chama, e ninguém atende, tento por último o do Noah. Quando já estou começando a ficar desesperada, escuto sua vozinha de homem do outro lado da linha.

-Mãe?
-Oi meu amor - eu amo meu filho, como não poderia amar? Mas quando me lembro das últimas que ele aprontou volto a ser fria - onde você está?
-Estou tentando ligar para você e para a Alicia faz tempo.
-O que aconteceu? - já não estou aguentando de tanto desespero.
-A Lusitano foi invadida por uma quadrilha e a Ofélia está lá dentro  como refém.
-Oh meu Deus do céu! - meu coração acelera e preciso me encostar no sofá para manter o equilibrio - e seu pai?
-Pensei que ele estivesse com você mãe - diz sem entender nada.
-Seu pai também está ai dentro Noah! - praticamente grito.
-Oh mãe, fica calma. Vou pedir para o Enzo te buscar ai, deixa um bilhete para Alicia que quando ela sair da faculdade e chegar em casa ela vai ver.
-Ta bom filho, pede para ele vir logo.

Desligo o celular apreensiva, diria até que completamente desesperada. Do jeito que o nosso mundão tá, é difícil não esperar o pior. Mas o meu marido não pode morrer. Isso eu nunca vou aceitar. Não desse jeito, ele não merece isso. Respiro fundo e tento me acalmar. No estado em que estou só vou atrapalhar o trabalho da polícia. Visto uma roupa simples e confortável, para estar preparada para a longa noite em claro que está por vir.

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GENTE, TIVE UM PROBLEMINHA NA POSTAGEM DO CAP XIX, MAS JÁ ESTÁ TUDO OK. QUEM VOCÊS ACHAM QUE ESTÁ POR TRÁS DESSA QUADRILHA???? BEIJOS!
EU VOU. MAS EU VOLTO!!! 😘😘

Filhinho de papaiWhere stories live. Discover now