XIV Capítulo

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Noah Sousa
Acordo com uma dor de cabeça insuportável, quando abro os olhos e observo ao redor noto que não estou em casa. Agora está bom, eu não me lembro de nada da noite anterior. Me levanto do chão que estava e vejo a bagunça ao meu redor. Que eu estou em um motel eu já percebi, mas quem será a puta da vez? Droga, por que que eu fui beber tanto? Procuro as chaves do meu carro e a minha carteira por todo o quarto e não as encontro. Que maravilha. E minhas roupas, cadê? Puta que pariu. Estou sem nada. Nem meu celular eu sei aonde foi parar. Pego o lençol da cama e enrrolo na minha cintura. Ou é isso, ou então fico pelado. Desço até a recepção do motel e os funcionários me olham rindo e cochichando sobre mim.

-Posso usar o telefone? - pergunto à recepcionista.
-Pode - ela me entrega o telefone rindo e eu deviro os olhos irritado.

Droga, eu só lembro o número de casa de cor. Como vou falar com a minha mãe a situação que estou? Disco os números na cara e na coragem, e para a minha total sorte é o Henry que atende.

-O que você está fazendo ai? - pergunto meio que aliviado.
-Vim pegar um negócio com a mãe para a Lívia.
-Que maravilha!
-Quê? Noah, onde você tá? A mãe tá preocupada.
-Você pode vir me buscar? Quando chegar aqui eu te conto tudo - quer dizer, tudo, tudo, não.
-Tá, me passa o endereço - eu falo o nome do motel em que estou - nossa não tinha um lugar mais baratinho para você fazer suas fodas não? - eu arregalo os olhos por que também estou sem carteira.
-E você também pode me emprestar uma grana? Te pago hoje mesmo quando chegar em casa - peço sem jeito.
-Noah, o que você aprontou?
-Henry, só me faça esse favor.
-Estou saindo daqui.

Espero impacientemente o Henry, pensando em toda a merda que fiz. Isso porque eu não consigo me lembrar de nada. Espero que a foda tenha valido a pena. Não que isso fosse mudar alguma coisa, já que não me lembro de nada. Uns trinta minutos depois o Henry chega e me entrega uma quantia em dinheiro que eu pago o motel e vamos embora.

-O que você fez Noah? - ele pergunta sério enquanto coloca o carro em movimento.
-Merda é claro. Só que eu não me lembro.
-Nossa, que bonitinho. Nem deve der bebido nada, né?! - diz irônico.
-É a primeira vez que isso acontece.
-Que eu saiba. Porque duvido que você nunca ficou assim.
-É, eu até já fiquei, mas nunca fui sacaneado igual dessa vez - fecho os olhos e encosto a cabeça no vidro.
-Levaram tudo? - pergunta me olhando de relance.
-Sim. O meu carro, meu celular, minha carteira com dinheiro , cartões e documento, além da minha roupa.
-Fudido é pouco para você. Mas é bom para você aprender.
-Não preciso de sermão - reclamo de saco cheio.
-Quando você vai crescer, hein?
-Henry, chega. Não quero ouvir sermão.
-Tudo bem, depois não diga que ninguém te avisou.

Bufo irritado e fecho os olhos. Que droga de vida. Fizemos o restante do caminho em silêncio, e quando paramos em frente de casa eu sai do carro rapidamente.

-Valeu, depois te pago o que estou devendo.

Entro em casa feito um furacão e tento passar invisível, o que não funciona.

-Noah meu filho - minha me chama obrigando-me a olhar para trás - o que aconteceu? Que roupa é essa?
-Nada demais mais, agora vou dormir um pouco que estou com dor de cabeça.
-A mamãe já vai aí te levar um remédio - ela diz e vai para cozinha.

Entro em meu quarto, arranco aquele lençol da cintura e tomo um banho frio. Visto apenas uma cueca box e me deito na cama.

-Trouxe um comprimido para dor - minha mãe entra no quarto com um comprimido e um copo de água.

Bebo o comprido com a água e agradeço. Minha mãe sai do quarto e antes que eu pense em resolver alguma coisa a respeito do roubo que sofri hoje, eu caio em um mais profundo sono.

Filhinho de papaiWhere stories live. Discover now