XXVII Capítulo

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"Para nós, todo o amor do mundo!".

Noah Sousa
Puta que pariu! Quando é que eu vou poder viver em paz?! Dirijo loucamente em direção ao banco, para descascar mais um abacaxi. Lia está inqueita ao meu lado, tento me acalmar para tentar acalmá-la, esse fardo estamos carregando juntos.

-Vai dar tudo certo amor - massageio seu joelho.
-Noah eu não sei mais o que fazer! Já estou aderindo a ideia da sua mãe de que seu pai esteja vivo.
-Não brinca com isso.
-Eu bem queria que fosse brincadeira.

Terminamos o percurso em silêncio, quando chegamos ao banco, descemos de mãos dadas. Entramos direto para o segundo andar, onde encontramos Gael que nos direcionou à uma sala em que um senhor grisalho nos esperava.

-Já expliquei para ele o que aconteceu, o senhor Johnson vai tentar nos ajudar - Gael diz.
-Certo - eu e Lia nos acomodamos nas cadeiras em frente ao senhor que logo começou à falar.
-Bom senhores, temos um problemão aqui - ele diz olhando no seu Macbook - o dinheiro sacado foi tão alto que bloqueou a conta. O que nos surpreende, é saber que a pessoa conseguiu sacar essa quantia absurda. Tem mais alguém que tenha acesso à essa conta?
-Meu falecido pai - digo e sinto um nó se formar em minha garganta.
-Realmente não sei como então esse saque foi concebido. A melhor opção, por hora, é criar uma nova conta, e transferir todo o dinheiro. Esse processo pode demorar até quinze dias por conta do valor total da conta ser alto, mas tento acelerar esse passo. E também contatar a polícia ajuda.
-Ok - Lia confirma.

Assinamos todos os papéis necessários para a nova conta, e antes de irmos embora, Gael se desculpou umas cem vezes conosco. Quando chegamos em casa, tentamos relaxar, esquecer os problemas, mas não conseguimos. Quem quer que seja que esteja por trás desse desvio, conseguiu tirar a nossa paz.

(...)

Passaram-se seis dias desde fomos ao banco criar uma nova conta, e somente hoje o senhor Johnson nos ligou confirmando que a transação foi concluída. Um alívio temporário se apossou de mim, não aguentava tanta preocupação, por enquanto, ao menos esse problema está resolvido. Contatamos à polícia, e o delegado disse que vai investigar, mas que não garante nada já que não temos nenhuma pista. A paz voltou a reinar em minha casa. Há dias, somente hoje conseguir ter uma noite de sono tranquila, aproveitando para estender meu descanso até tarde pois hoje é sábado. Se não fosse o fato de intrusos invadirem minha cama.

-Pai! - sinto corpinhos em cima de mim.

Abro meus olhos e vejo Claiton, Naldo, Benjamin, Somálian, e Lia na minha cama.

-Que festa é essa? - sorrio ao ver minha família.
-Sua festa amor - Lia faz carinho em meu rosto - parabéns!

Nossa, como eu pude me esquecer do meu próprio aniversário? Minha cabeça anda tão cheia que nem me lembrei.

-Obrigado! - sorri.

Meus filhos me enchem de beijos, carinhos, e presentes. Nunca me senti tão amado.

-Obrigado, vocês são os melhores - dou um abraço coletivo em todos.
-A gente que tem que te agradecer Noah, nunca te disse isso, mas sou extremamente grata por você ter entrado em nossas vidas - Má diz.
-Que isso, assim vocês me deixam sem graça.
-Vamos levantar que hoje é dia de festa - Lia diz - sua mãe e seus irmãos querem te ver, por isso organizei uma festinha para gente aqui em casa.
-Ah querida, não precisava.
-Precisava sim, e vocês saiam de cima do Noah e vão se arrumar.

Os meninos e a Má saíram, mas Benjamin permaneceu grudado em meu pescoço.

-Papai Ben tá com sono - ele diz rindo.
-Ah filho, que pena. Vamos todos comer bolo, e você vai ficar dormindo?
-Brincadeira papai - Ben levanta de cima de mim.
-Amor, você pode dar um banho nele para mim? - Lia pergunta.
-Posso sim, vou me arrumar e já arrumo ele.
-Ta bom, vou descer para resolver uns últimos detalhes.

Entro no banho com o Benjamin e nos lavo ao mesmo tempo. Saimos do banho, visto o Benjamin com uma roupa que a Lia deixou em cima da cama, e eu peguei uma roupa qualquer para mim. Descemos juntos, e a casa já estava começando à ficar agitada. Eu nem tinha de dado conta de que já eram uma hora da tarde.
Minha família chegou, e minha mãe entrou em casa carregando um bolo de aniversário que ela mesmo tinha feito. Ao vê-la, me lembrei da mulher que era antes do meu pai falecer. Olhei para Lia, e ela estava com o mesmo semblante surpreso como o meu. Dona Melissa estava de volta, em sua roupa de grife e sapatos de salto alto. Maquiagem e cabelos perfeitos, unhas pintadas, jóias, e sorriso de orelha à orelha.

-Ual mãe! Como você está linda - sorrio imensamente feliz.
-Uma hora temos que superar à perda meu amor, irei amar seu pai para sempre, mas saberei viver sem ele.

Sorrio ainda mais. Minha mãe está de volta! Abraço-a fortemente, e quase deixo escapar uma lágrima. Estou andando muito emotivo, credo!

-Feliz aniversário meu filho, estou muito orgulhosa do homem que você se tornou - ela beija minha testa e me entrega uma sacola da Aeropostale, uma das minhas marcas favoritas.
-Obrigado mãe.

Meus irmãos chegaram logo depois, com minhas cunhadas, e por último chegou minha irmã. A casa estava animada, com música ao fundo e bastante conversa. Eu estava muito contente, finalmente senti que as coisas começariam à dar certo. Benjamin caminha com um pedaço enorme de pão na boca, e eu pego ele no colo para ajudá-lo à comer sem engasgar. Henry, meu irmão mais velho, vem caminhando em minha direção.

-O viadinho mais lindo do mundo - ele me xinga rindo.
-Cala boca Henry, não fale besteira perto do meu filho.

Seu semblante fica sério, e consigo encontrar um resquício de admiração em seu olhar.

-É incrível o que você está fazendo por eles - ele se refere aos meus filhos - hoje vi os meninos te chamando de pai com tanto orgulho, vi o tamanho do amor que tem na relação de vocês.
-Eu juro que não imaginava nada disso, mas eles são tão incríveis. Não sei como vivi tanto tempo longe desses serhumaninhos - admiro meu filho em meus braços.
-Noah, você virou um homem e tanto, que orgulho que você me dá garoto!
-E como vai o papai do ano? Tá preparado? - mudo o foco de atenção.
-Acho que a gente nunca está, né?! - ele diz nervoso.
-Eu não sei bem como é isso. O Ben já é grandinho e não dá mais tanto trabalho. Mas recém nascido deve ser difícil.
-Você não está me ajudando Noah.
-Sabe, eu quero ter mais filhos com a Lia, quero acompanhar a gestação, os primeiros dias após o nascimento, as primeiras palavras, primeiros passos e tudo mais. Mas nossa vida tá muito agitada no momento.
-Tudo tem seu tempo.

Fomos chamados para cantar o parabéns, e fiquei tímido na hora. Nunca gostei desse momento, mas hoje foi totalmente diferente. Fiquei com o meu caçula em meus braços, Lia e meus outros três filhos, sim, três filhos, Somálian também anda me chamando de pai, ao meu lado. Todos nós ficamos na mesa do bolo enquanto o parabéns era cantado. Sorri tanto que meu maxilar doía. Na hora de apagar as velinhas, pedi apenas para que Deus guardasse as nossas vidas. Eu tinha muito do que reclamar, e muito do que pedir. Mas daí pensei comigo mesmo, se o mej barco está chacoalhando tanto, é porque está saindo do lugar. Só existe calmaria para quem se dá por vencido e desiste de remar, e isso nunca vai acontecer comigo. Peço a bênção dos céus, e o resto, eu corro atrás.

(...)

Três e quarenta da madrugada é o horário que recebo um telefonema com o número restrito. Desligo a chamada por três vezes, com preguiça de atender, até que Lia pede para que eu pare de barulho. Quando meu celular toca pela quarta vez, eu levanto da cama irritado e vou até a varanda do quarto para atendê-lo.

-Alô? - digo à contragosto.
-O filhinho de papai resolveu atender?

....

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Leitores mais lindos da vida! É para deixá-los curiosos mesmos. A confusão de ideias no último bônus que postei foi intencional, espero estar deixando-os malucos! Tem muito chão para rolar ainda, então fiquem calmos. Deixem nos comentários o que vocês estão achando da história e o que acham que irá acontecer daqui para frente. E deixem seu voto para eu saber que estão gostando. Sugestões do que pode acontecer daqui para frente também são bem vindas! Agora, todas sextas-feiras terá postagem! Aêêêê! Até que enfim estipulei um dia certo antes que vocês me matassem.
Então até sexta que vem!
Beijos no core!

Filhinho de papaiWhere stories live. Discover now