XVIII Capítulo - parte 2

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Noah Sousa

É tão triste perceber a surpresa de alguém ao te ver sendo legal. Isso significa que você sempre está sendo ignorante, mal educado e um monte de outras coisas negativas que não vale a pena nem lembrar. E foi exatamente assim que aconteceu entre eu e a Ofélia. Em todo momento eu recebia olhares surpresos da parte dela por me ver sendo legal pela primeira vez na vida.

-Vamos no carrosel com o Ben? - Lia me pede com aquele seu sorrisinho lindo.

Desde de quando eu acho sorriso de mulher bonito? Eu achava bonito bundas fartas, seios pulando para fora da blusa, o que aconteceu comigo?

-Sentar naqueles cavalos e ficar girando? Nunca Lia, me peça qualquer outra coisa, menos isso.

-Por favor Noahzinho, nunca te pedi nada - ela faz um biquinho e eu não resisto a tentação e roubo um selinho dela.

-Tá maluco Noah?! Imagina se alguém vê a gente - balbucia toda assustada.

-Relaxa Lia, somos maiores de idade e vacinados.

Ela solta uma risadinha sem graça e vai em direção ao carrosel.

-Já volto - ela diz sem olhar para trás.

Ela vai rebolando sua bunda gostosa dentro daquele shorts até o brinquedo. Ben escolhe um cavalinho e os dois se sentam no cavalinho esperando a diversão começar. Um outro cara senta no pónei ao lado junto à uma garotinha do tamanho do Ben, e começam a conversar com a Lia. Aproximo-me do carrossel para que eu possa escutar a conversa, mas logo que o brinquedo inicia eu não consigo ouvir mais nada. Fuzilo a Lia furioso por ver ela exibindo sorrisinhos para o tal cara mas me contenho, afinal foi eu que não quis ir no Carrossel com ela. Quando finalmente aquele pesadelo termina, Lia desce do brinquedo meio tonta e me entrega o Ben.

-Segura ele um pouquinho por favor.

-Tchau Lia, foi um prazer - o cara se despede.
-Tchau, o prazer foi meu - ela acena simpática.

-Perai, eu ouvi Lia? - pergunto quando nos afastamos do cara - quanta liberdade hein, nem parece que conheceu ele à cinco minutos atrás.

-Ele é um homem muito educado, só conversamos sobre as crianças mesmo - ela prende o cabelo de um jeito bagunçado - pode me devolver o Ben.

-Não, eu quero ficar com ele - abraço aquele corpinho frágil junto à mim e ele gargalha.

-Pertado tio - Ben reclama rindo.
-Isso, esmaga o meu filho - Lia diz brincalhona e exibindo seu sorriso.

Paro de apertar o Ben e coloco ele sentado em meus ombros e seguro apenas as suas mãozinhas. Brincamos em praticamente todos os brinquedos da área infantil, e eu claro, depois do ocorrido no carrossel, topei ir em todos os brinquedos sem nem reclamar. Confesso que estava adorando tudo aquilo, estar com Lia e Ben juntinhos à mim, parecíamos até uma família feliz. Pela primeira vez na vida senti vontade de ser igual aos meus irmãos. Apaixonados, responsáveis, maduros, casados, e como meu irmão Henry, também tive vontade de der pai.

Credo, isso só pode ser coisa ruim. Alguém fez algum trabalho para mim ainda muito bem feito por sinal, pois está fazendo efeito.

-Ben toma um pouquinho de água amor, senão vai ficar dodói - Lia insiste pela décima vez.

Pois é, estamos sentados na praça de alimentação do parque, após comermos um delicioso lanche, convencendo o Benjamin à tomar um pouco de água, já que andamos debaixo do sol o dia inteiro.

Filhinho de papaiWhere stories live. Discover now