Lembranças - XXV

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Abri meus olhos devagar, me acostumando com a claridade, que por sinal estava muito forte. Minha vista estava embaçada. Demorei um pouco para me adaptar a claridade do ambiente. Percebo que não estou na minha cama, olho ao redor e me dou conta de que estou em um quarto de hospital.

Como um flash, veio em minha mente a cena do que havia ocorrido. O rapaz que desceu na moto e atirou em mim. Mattheus correndo em minha direção. Lembro de ter entrado na ambulância e depois não lembro de mais nada.

- Filho – disse minha mãe correndo em minha direção e me abraçando.

Olho para a porta de onde minha mãe veio e vejo Matt me olhando com os olhos brilhando e um sorriso enorme me olhando. Observando ele assim, essa felicidade dele em me ver, fica estampado na cara o quanto ele me ama. Me sinto bem com isso, pois o amo na mesma intensidade.

- Oi mãe – respondi a ela

- Que susto você nos deu – disse Matt se aproximando de mim.

Dava para ver como ele estava ansioso para me abraçar e me dar um beijo. Mas minha mãe ainda estava grudada em mim. Imagino o desespero dela ao saber que eu havia levado um tiro e estava no hospital.

Minha mãe saiu do abraço, deixando espaço livre para Matt. Eu queria senti-lo de novo. Seu abraço é confortável, protetor e quente. Beijou minha testa e sussurrou em meu ouvido que me amava.

- Que bom que você acordou meu filho – disse minha mãe radiante

- Do jeito que falam parece que estou apagado a dias – comentei e percebi que os dois ficaram desconfortáveis com o comentário e resolvo perguntar – fiquei?

- Amor – como eu amava ouvir ele me chamar assim – você se lembra do que aconteceu?

- Lembro, levei um tiro na barriga

- Sim, você perdeu muito sangue e tiveram que fazer uma cirurgia para tirar a bala – continuou Matt – onde ocorreu uma complicação e você teve uma pequena hemorragia. Após a cirurgia você ainda estava muito fraco e ficou em coma induzido por 15 dias.

- 15 Dias? – perguntei assustado

- Calma filho, você acabou de acordar – interveio minha mãe me abraçando.

- Quando estiver melhor o detetive precisará vir aqui tomar seu depoimento – completou Matt – mas agora, o senhor tem que comer e descansar, terá muitas visitas hoje.

- Conviveu muito com minha mãe esses dias, está até parecendo um general também – disse brincando e acabamos rindo.

Matt saiu da sala, estava em horário de trabalho e tinha que voltar a suas tarefas, minha mãe ficou lá sentada em uma poltrona, ligando para minha família avisando que eu tinha acordado.

Toda hora, Matt passava na minha sala, para ver se estava tudo bem, minha mãe ria da cara de pau dele. Imagino que durante esses dias foi assim, minha mãe nessa poltrona e Matt vindo a cada minuto ver como eu estava.

Um tempo depois ele voltou com aquela comida deliciosa de hospital e informou que era hora do almoço. Tenho quase certeza de que essa não é a função dele e ria pensando nisso. Minha mãe aproveitou que Matt iria ficar comigo no almoço e foi para casa.

- Eu te amo – disse para ele

- Eu amo você – me respondeu e selou nossos lábios – não vai se livrar de mim tão fácil.

- Não quero isso

Pouco tempo depois, minha mãe estava de volta ao hospital e Matt havia voltado a trabalhar. Iniciou o horário de visitas. O primeiro a entrar foi meu pai, seguido de meus irmãos. Rafa e as meninas do escritório também foram, até mesmo o Dr. Richard, fiquei surpreso.

Quando anoiteceu, minha mãe se despediu de mim, falando que hoje Matt queria ficar comigo e ela precisava ir para casa. Estava um pouco tonto, devido a tantas visitas e ainda estava me recuperando. Depois que jantei, Matt levou a bandeja até a cozinha e voltou, muito rápido, como se eu fosse fugir.

- Eu estava com saudades de você – me disse olhando em meus olhos

- Eu também estava de você – dei um beijo nele

- Quando eu te vi ali caído no chão – disse ele e sua voz foi embargada pelas lagrimas que começaram a surgir em seu olho – achei que fosse te perder.

- Eu nunca vou deixar você, se você prometer não me deixar.

- Eu juro, não consigo me ver mais sem você. Você se tornou meu ponto de paz – disse ele segurando meu rosto, e me beijou.

Ele deitou na minha cama e eu coloquei minha cabeça em seu peito. Um de seus braços estava me envolvendo e o outro mexendo em meu cabelo. Assim eu adormeci rápido e passei a sonhar. Quer dizer, foi mais para lembranças fragmentadas do acontecimento. Eu estava revivendo.

"Eu estava indo para me encontrar com Matt no restaurante, havíamos combinado de almoçar junto. Estava distraído e não percebi a moto se aproximando de mim. Até que o vi. De capacete e touca, mas eu o reconheci. Escutei um barulho, senti uma dor insana em minha barriga. Olhei para frente, vi ódio em seus olhos e um sorriso em seu rosto. Olhei para baixo e vi uma arma em sua mão. Ele passou a mão em meus bolsos e tirou meu celular e minha carteira. E minha vista escureceu".

Acordei assustado consequentemente acordei Matt, que me olhava assustado. Me perguntando o que havia acontecido.

- Amor, o que foi? – Perguntou ele com os olhos arregalados.

- Nada amor, apenas um pesadelo, desculpa – o beijei e voltei minha cabeça em seu peito.

Não podia dizer para ele o que era.

Não podia dizer que quem atirou em mim foi...

Guilherme...


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Oie :)

Galera, obrigado por acompanharem essa historia, obrigado pelos votos e comentários.

vocês são foda *--*

Com tristeza no coração que eu falo, mas a história está chegando ao fim, tô sem ideias :/

Mas já estou pensando em uma outra, vamos ver se dá certo.

não esqueçam de votar e comentar.

beijos e abraços ;*

Até a eternidade! (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora