Confie em mim - XVIII

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Acordei com uma dor de cabeça enorme. Olhei no relógio eram 10:00, ninguém ainda havia levantado. Peguei fui ao banheiro, lavei meu rosto e fiz minha higiene pessoal, fui para a sala arrumei as coisas em que dormi. Na mesa de centro da sala, havia um bloco de papel e uma caneta, deixei um bilhete para eles e fui embora.

Coloquei minha mochila na costas e fui andando para casa, que não era longe, mais ou menos 4 quadras. Precisava pensar um pouco, tinha que conversar com Mattheus, mas não sabia como. E se ele pensasse que havia sido uma vingança pelo que aconteceu com Guilherme e não me perdoasse?

Quando percebi, já estava na rua de casa e Matt estava sentado na calçada, como se tivesse me esperando, até pensei que ele já sabia de algo. Fui me aproximando dele, já havia atravessado a rua para ir ao seu encontro. Não conseguia olhar direto para ele, fui com a cabeça baixa.

- Bom dia Érick, sei que não é da minha conta, mas está chegando agora?– disse Matt ainda sentado na calçada, olhando para cima.

- Bom dia...Matt será que a gente pode conversar um pouco?

- Senta ai – me respondeu ele, um pouco desanimado.

Me sentei ao seu lado, ainda procurando um jeito de falar com ele. Ficamos ali, em silencio, um do lado do outro. Mesmo assim, era bom sentir a presença dele do meu lado.

- Então? – me pergunta Matt, me tirando de meu devaneio

- Sim eu estou chegando agora. Ontem depois que conversamos e você me contou o que houve, eu realmente te perdoei, mas foi um choque para mim. Precisava conversar com alguém e beber. – comecei a falar a história toda, desde o começo para ver se me entendia – Eu até agora, além de você, só fiz um amigo aqui, Rafael você sabe.

- Entre tantas outras pessoas...

- Me escuta hoje, por favor – e abaixei a cabeça, não conseguia olhar para ele, estava me sentindo mal pelo o ocorrido.

- Desculpe, prossiga – foi a vez dele abaixar a cabeça

- Não precisa me pedir desculpas, eu quem devo pedir. Ontem saímos do escritório, vim para casa, peguei umas roupas e fui para a casa de Rafael, onde as meninas do escritório iriam nos encontrar para beber e curtir uma piscina, elas estão lá dormindo ainda. Eu desabafei com ele o que havia me contado, eu precisava contar para alguém, estava me sufocando. Depois de conversar com ele, e beber muito, ele me beijou.

- Ele o que? Aquele filho da puta...- começou a falar, mas logo o interrompi.

- Matt...eu correspondi o beijo na hora – continuei de cabeça baixa – e...acabamos...transando. Logo depois eu e ele nos arrependemos, ele ama o Guilherme.

- Como você pôde fazer isso? Eu sabia desde o começo que isso iria acontecer...ele não presta e eu te disse, mas te entendo, aliás entendo os dois, foi tipo uma vingança né? Estamos quites agora?

- Matt, por favor não foi isso, acredite em mim. Eu me arrependo do que fiz – disse para ele, enquanto lágrimas começavam a descer de meu rosto – Foi uma coisas de duas pessoas bêbadas, não houve sentimento nenhum. Eu...- as palavras não saiam.

- Você o que Érick? – disse olhando em meus olhos

- Eu te amo porra – me levantei – desculpe e espero que me perdoe.

Ele não me respondeu, também não dei tempo para isso, sai correndo para minha casa e entrei, deixando ele ali, sentado com a bomba que acabará de deixar. Eu precisava dizer isso a ele.

Entrei em casa, área estava limpa, ninguém na sala. Fui até o banheiro rápido para ninguém me ver chorando e começar a me fazer um milhão de perguntas. Lavei meu rosto, sequei bem e sai do banheiro.

- Achei que tivesse se esquecido onde morava! Porque já vi que esqueceu de como se usa o celular – disse minha mãe na sala

- Quanto drama mãe, eu avisei que iria dormir lá no Rafael, agora vou tomar um banho tá!?

- Tá bom, daqui a pouco o almoço fica pronto e almoçamos todos juntos como uma família.

- Tudo bem dona Pâmela, a senhora quem manda – dei um beijo em seu rosto, subi para meu quarto pegar minha toalha e fui para o banheiro.

Entrei no chuveiro, deixei a água quente cair em mim e fiquei pensando na minha vida. Nossa que semana turbulenta. Eu saí a pouco tempo, uns 5 meses aproximadamente, de um relacionamento complicado. Cheguei aqui nessa nova cidade não querendo me envolver com ninguém de cara. E no primeiro dia, olha o que aconteceu.

Eu sei que a culpa toda é minha. Eu me encanto rápido demais pelas pessoas, acho que posso confiar nela já sem conhecer muito e sempre me ferro. Preciso mudar esse jeito meu. Perdido em meus pensamentos, quase não escuto meu celular tocando. Atendo sem olhar na tela.

- Alô!?

- Que susto você me deu mano! Como sai assim sem avisar?

- Ah, oi Rafa, desculpe. Minha mãe mandou mensagem para mim vir embora – inventei uma desculpa – E eu deixei um bilhete na mesa de centro da sala avisando, não quis acordar.

- Foi isso mesmo?

- Claro que foi mano!

- Beleza então, a tarde eu e as meninas estaremos aqui na piscina, apareça aqui.

- Rafa agradeço, mas não vai dar, minha mãe só tem o final de semana para ficar com a gente e vai encrencar – e era verdade, não estava evitando ele e hoje queria ficar aqui pensando na minha vida.

- Tudo bem, qualquer coisa aparece tá bom!? – Disse ele meio desanimado.

- Tudo bem, até mais!

- Até mais!

Resolvi sair do banho. Fui para meu quarto, me vesti e desci para a sala. Meu pai estava no sofá lendo o jornal, Henrique esparramado no chão jogando vídeo game e Michele na cozinha ajudando minha mãe.

Almoçamos todos juntos, rimos e nos divertimos. Após o almoço minha mãe foi ajeitar a cozinha, Michele Iria sair com sua amiga e Henrique iria para o shopping com alguma menina que estava saindo. Optei por ficar em casa, iria dormir um pouco. Coloquei meus fones de ouvido e dormi.

***

Acordei eram 18:00, nossa estava cansado. Fui para o banho, para despertar meu corpo. Meus pais estavam deitados em seu quarto e meus irmãos não haviam voltado ainda. Peguei meu livro, estava lendo o último volume de Os Instrumentos Mortais, amo essa saga e coloquei meu óculos para leitura. Sim, tenho aqueles óculos estilo geek, de armação preta. Desci lá na varanda de casa para ler. Ali havia aqueles balanço, estilo sofá para duas pessoas. Sentei ali e comecei a ler.

Estava uma noite gostosa, não estava muito quente nem frio. Fiquei ali lendo um bom tempo, até que escuto barulho de um carro estacionando olho e vejo que era Matt, mas a porta do passageiro se abre assim que o carro para e para minha surpresa, minha irmã sai do carro dele.

O que Michele estava fazendo com ele?


Até a eternidade! (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora