Até a eternidade! (Romance Gay)

Apaixonado? - IX

Não sabia o que dizer para ele. O cara por quem eu havia me apaixonado, acabará de sair um relacionamento, do qual ainda não estava totalmente fora.

- Não vai falar nada? – Matt me pergunta, me tirando de meus devaneios.

- Desculpe, não sei o que dizer – respondi com sinceridade.

- Tudo bem, imagino que a gente ainda possa ser amigos?

- Acho que é o melhor para ambos no momento.

- Ok. Melhor você entrar, alguém na sua casa acabou de acender as luzes.

- Deve ser minha mãe, melhor eu ir mesmo. Até mais.

Não havia como, depois de ter ficado com ele, por um dia que seja, me despedir com um aperto de mão, sendo assim, dei um beijo em seu rosto, que pela expressão, foi pego de surpresa com aquele gesto.

Saí de seu carro, minha cabeça estava a mil, precisa conversar com alguém, mas com quem essas horas? Entrei em casa e para minha surpresa não eram meus pais que estavam acordados e sim minha irmã.

- O que faz acordada? – Perguntei espantado, geralmente ela dorme muito cedo.

- Levantei tomar um copo da água, esqueci de levar quando me deitei – está tudo bem Érick?

- Está sim – disse tentando disfarçar.

- Que bom, com esse trabalho novo, quase nem conversamos mais maninho, fiquei sabendo que amanhã você começa o estágio, boa sorte – e veio me abraçar.

- Obrigado Mi, estou ansioso e nervoso.

- Vai dar tudo certo, boa noite maninho.

- Boa noite Mi.

Eu e meus irmãos somos muito unidos, nos damos muito bem, claro como todos os irmãos, houveram brigas, mas isso nunca atrapalhou nossa convivência.

Fui para meu quarto, tirei minha roupa e deitei na cama, nem vi meu celular se tinha alguma mensagem. Estava realmente cansado e ansioso para o primeiro dia de estágio e não podia ir para o primeiro dia caindo de sono.

———

Meu celular despertou, era 7:00, entraria apenas as 8:00, acordei e desliguei o maldito. Iria ficar mais 5 minutinhos na cama, mas como sou sortudo, minha mãe já estava batendo em minha porta e mandando eu me arrumar.

Peguei minha toalha e fui para o banheiro, tomar um banho e fazer minha higiene pessoal. Sai apenas de toalha e assim que entro no meu quarto, Matt estava sentado em minha cama. Me analisou da cabeça aos pés, cada detalhe do meu corpo até chegar em meus olhos e abriu aquele sorriso lindo.

- Bom dia – disse ainda sorrindo.

- Bom dia, o que faz aqui? – não consegui conter minha surpresa.

- Estou esperando você para te dar uma carona.

- Agradeço, mas não precisa se incomodar – respondi sem jeito, pois ele não havia parado de me olhar ainda, ali apenas de toalha em sua frente.

- Faço questão, agora se vista ou vai ficar me seduzindo ai semi-nú.

- Palhaço, você quem invadiu meu quarto, agora se puder me esperar lá na sala, enquanto me arrumo...- não consegui terminar a frase, fui interrompido por um beijo.

- Que saudades eu estava desse seu beijo – disse com sua testa na minha.

- Matt, por que fez isso? Não conversamos ontem?

- Eu sei por isso fiz isso, ontem não parei de pensar em você e percebi que estou apaixonado por você e decidi que quero você. Irei resolver tudo com Guilherme e terminar de vez essa história, vou viver a minha vida e quero que seja com você.

Dessa vez fui eu quem o agarrou e o beijou. Pude sentir aqueles braços em volta de mim me abraçando, seus lábios procurando os meus e aquela sensação de borboletas na barriga. Fomos parando o beijo em selinhos, até que ele disse:

- Vá vestir uma roupa logo antes que eu faça os dois perder dia de trabalho, aqui neste quarto – com um sorrisinho malicioso nos lábios.

- Tá bom, agora se puder me esperar lá embaixo.

- Sério? Achei que iria poder vislumbrar essa paisagem mais tempo.

- Vai poder, um outro dia – respondi com um sorriso malicioso também.

Assim ele desceu. Coloquei uma cueca, um terno preto, com uma camisa branca por baixo e uma gravata preta, penteei meu cabelo e desci. Assim que cheguei na sala vi Matt sentado na poltrona me encarando, mais uma vez da cabeça aos pés.

- O que foi?

- Você é lindo, deixa eu te olhar mais um pouco – disse ele com um brilho nos olhos.

- Para de graça.

- Nossa que gatão! – Reconheci sua vez na hora e olhei para cozinha, lá estava meu irmão sentado à mesa com minha mãe.

- Meu filho, que orgulho – completou minha mãe.

- Mãe, estamos com visita – disse olhando para Matt e ficando rubro, enquanto ele sorria.

- Minha sogra só está dizendo a verdade, meu lindo – disse isso quase como um sussurro e piscou para mim.

Desacredite no que acabará de escutar "minha sogra". Fui até a cozinha, com Matt me acompanhando, dei bom dia para os presentes ali, me servi com um copo de leite com nescau e uma torrada.  Após esse rápido café, eu e Matt saímos de casa rumo aos nossos empregos.