Sério isso? - XV

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Entro em casa com o olho cheio de lagrimas, por sorte não havia ninguém na sala. Corro para a janela espiar a rua e Mattheus ainda está na calçada olhando para minha casa. O que será que esse menino despertou em mim para estar desse jeito?

Resolvo ir para meu quarto, pego minha toalha e vou tomar um banho quente antes de dormir, pensar um pouco e ver se passa o pouco de cerveja que havia bebido. O que tem embaixo do chuveiro que nos faz se perder em nossos próprios pensamentos?

Durante o banho, voltei para o início da semana, no primeiro dia que havia conhecido ele. Assim que o vi, do outro lado da calçada com aquele sorriso. Sabia naquele momento que precisava conhece-lo melhor e foi isso que aconteceu. Após nosso primeiro beijo, senti que seria diferente e olha no que deu.

- ""Tá" se acabando aí dentro "fio"? Espero que não deixe o chão nojento

- Nem faz tempo que entrei pirralho – respondi ao Henrique que estava batendo na porta.

- Como não, já faz uns 20 minutos mano, agora sair que preciso de um banho também.

Nem havia percebido o tempo passar. Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e sai. Meu irmão estava na porta do banheiro, com cara de quem havia acabado de chegar em casa.

- Onde você estava até agora? – curioso eu.

- Ah Érick, você sabe né, por ai – me respondeu com um sorrisinho sínico.

- E pelo jeito, não estava sozinho né sem vergonha

- Nossa irmão, que imagem errada você tem de mim

- Te conheço bem Rick, sem vergonha. Bom já que me tirou do banho, vou dormir. Boa noite pirralho.

- Boa noite punheteiro – e entrou no banheiro dando risada, nem tive tempo de xingar ele.

***

Sexta-feira. Nossa que semana longa, aconteceram tantas coisas. A mudança de cidade, o prazer de conhecer e me apaixonar por meu vizinho em dois dias, começar a ficar com ele e o ex-namorado dele se acidentar, agora isso, estou sem falar com ele, ou melhor, ele não fala comigo e não vou correr atrás dele se ele não sabe qual decisão tomar: seguir sua vida ou tentar de novo com Guilherme.

Levanto, pego meu celular e vejo que tem notificação no whatsapp, abro o aplicativo para ver as conversas, eram alguns grupos de amigos, da faculdade e Rafael. Entro nos grupos apenas para limpar as notificações e entro na conversa de Rafael.

"Bom dia"

"Tá dormindo ainda? "

"Nossa acorda viado, me espera em frente sua casa hoje que te darei uma carona"

Respondi meio sonolento:

"Bom dia Rafa, não precisa se incomodar, vou de ônibus"

"Acordou, aleluia, para de frescura, trabalhamos no mesmo lugar e moro perto, não custa, agora vá se arrumar"

"Blz"

Abri a conversa de Matt, apenas para ver que hora ele havia ficado on. Sim eu confesso, sou desses que olha a última vez que ficou online. Vi que ele já havia ficado online de manhã e não havia mandado nada para variar. Resolvo levantar, pego minha toalha e vou para o banheiro, que estava desocupado pois todos já haviam saído, com exceção da minha mãe que estava na cozinha.

Tomei meu banho sossegado, já que hoje não precisava sair mais cedo. Fiz minhas higienes pessoais, sai e fui para meu quarto coloquei meu terno, arrumei meu cabelo, me olhei um pouco no espelho. Tenho um corpo bonito, não sou bombado, frequentava academia, mas nunca consegui ganhar massa, mas as roupas, inclusive os ternos ficavam bons no meu corpo, não faltava roupa nem sobrava.

- Bom dia mãe

- Bom dia meu filho, está atrasado hoje, perdeu hora ou entra mais tarde no serviço?

- Não mãe, vou de carona hoje.

Meus pais, durante minha criação, sempre exigiram de nós educação, responsabilidade e pontualidade, tanto para empregos e escolas.

- Huuuuuuum Matheus vai te levar hoje?

- Não mãe, Rafael o menino que trabalha comigo e o pai dele é um dos sócios do escritório. Mattheus e eu...é uma longa história, depois te explico melhor. Agora vou tomar um café meio rápido e já vou esperar lá na frente.

- Tudo bem meu anjo, quando você quiser conversar sabe que estarei aqui – disse ela me dando um beijo na testa e voltando para a louça na pia.

- Sabia que é a melhor mãe do mundo?

- Sabia sim, mas não me canso de ouvir isso – e assim começamos a rir.

Termino meu café, ainda faltava 20 minutos para o horário, mas como Rafael abre o escritório, resolvi esperar lá fora. O dia estava bonito hoje, bem ensolarado, uma brisa gostosa. Acho que a cerveja que tomei ontem me fez bem, pude relaxar um pouco e hoje, sendo sexta-feira, posso beber mais um pouco.

Fico na calçada esperando e acabo olhando para a casa de Matt, em especial para sua janela, quando me aparece nela uma pessoa, apenas de cueca.

Uma pessoa que.... não era Matheus...

Era...Guilherme?

Até a eternidade! (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora