38- Meninas São Mais Complicadas que Dragões

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"O Baile de Inverno está próximo, é uma tradição do Torneio Tribruxo e uma oportunidade para convivermos socialmente com os nossos hospedes estrangeiros. Agora, o baile só será franqueado aos alunos do quarto ano em diante, embora vocês possam convidar um aluno mais novo se quiserem.."

Lilá Brown deixou escapar uma risadinha aguda. Parvati Patil deu-lhe uma cutucada nas costelas com força, o rosto contraindo-se furiosamente enquanto ela, também, lutava para não rir feito boba. As duas viraram a cabeça para olhar Harry. A professora fingiu não vê-las, o que Harry achou que era uma nítida injustiça, pois acabara de chamar a atenção dele e de Rony.

— O traje é a rigor. — continuou a professora. — E o baile, no Salão Principal, começará às oito horas e terminará à meia-noite, no dia de Natal. Então...

A Prof McGonagall olhou deliberadamente para a turma.

— O Baile de Inverno naturalmente é uma oportunidade para todos nós... hum... para nos soltarmos. — disse ela.

Lilá deu mais risadinhas que nunca, tampando a boca com a mão para abafar o som.

— Mas isto não significa. — continuou ela. —
Que vamos relaxar os padrões de comportamento que se espera dos alunos de Hogwarts. Ficarei seriamente aborrecida se, de alguma maneira, um aluno da Grifinória envergonhar a escola.

Há uma semana, Harry teria dito que arranjar um par para dançar era moleza se comparado a enfrentar um Rabo-Córneo húngaro. Mas agora que cumprira aquela tarefa e se confrontava com a perspectiva de convidar uma garota para o baile, ele achou que preferia enfrentar mais uma rodada com o dragão.

Ele pensou em convidar Helena, mas ela parecia muito entretida com aquele cara da Durmstrang. Aparentemente, os dois estavam se encontrando no fim das aulas, quando ela ia até os jardins e ficava todo o tempo com aquele cara. Ele era muito cabeçudo para Harry, também muito alto e muito velho para ela.

Harry nunca vira tanta gente inscrever os nomes para passar o Natal em Hogwarts; ele sempre se inscrevia, naturalmente, porque sua alternativa, em geral, era regressar à rua dos Alfeneiros, mas até agora ele sempre fora minoria. Este ano, porém, todo mundo do quarto ano para cima parecia querer ficar, e todos pareciam a Harry obcecados pelo tal baile ou, pelo menos, todas as garotas estavam, e era espantoso quantas garotas Hogwarts de repente parecia abrigar, ele nunca reparara muito bem nisso. Garotas que davam risadinhas e cochichavam pelos corredores, garotas que riam alto quando os garotos passavam por elas, garotas que comparavam informações, excitadas, sobre o que iam usar na noite de Natal.

— Por que é que elas têm que andar em bandos? — perguntou Harry a Rony, quando uma dúzia de garotas passou por eles, rindo e olhando para Harry. — Como é que se vai encontrar uma sozinha para se convidar?

— Que tal laçar uma. — sugeriu Rony. — Já tem ideia de quem é que você vai tentar convidar? Ou a gente chama Lena ou Mione...

— A Helena deve ir com o bonitão idiota da Durmstrang. — ele murmurou. — Chama a Hermione você.

Harry não respondeu mais. Sabia perfeitamente quem é que ele gostaria de convidar, mas arranjar coragem para fazê-lo era outra conversa. Cho era um ano mais velha do que ele, era muito bonita, era uma boa jogadora de quadribol e também muito popular. Mas surgia Helena na cabeça. Ela era linda, inteligente e também muito popular. Mas ela ia com o búlgaro, com toda a certeza. Rony parecia saber o que se passava na cabeça de Harry.

— Escuta, você não vai ter nenhuma dificuldade. Você é campeão. Acabou de derrotar o Rabo-Córneo húngaro. Aposto como elas vão fazer fila para ir com você.

Em homenagem à amizade recém-remendada entre os dois, Rony procurou deixar um mínimo absoluto de amargura transparecer em sua voz. Além disso, para sua surpresa, Harry descobriu que o amigo tinha razão.

𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇 𝐿𝐼𝐿𝑌 • HARRY POTTERWhere stories live. Discover now