23- A Final

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Todas as atividades normais na sala comunal foram abandonadas na véspera do jogo. Até Hermione pusera os livros de lado.

— Não consigo estudar, não consigo me concentrar. — comentou ela, nervosa.

Havia uma grande algazarra. Fred e George enfrentavam a pressão agindo com mais barulho e exuberância que nunca. Oliver estava a um canto debruçado sobre a maquete de um campo de quadribol, empurrando bonequinhos com a varinha e resmungando. Angelina, Alícia e Katie riam das piadas de Fred e George. Helena, que havia subido secretamente ao quarto masculino, desceu montada na Firebolt, dando rasantes em todos e balançando o braço no ar, como se estivesse montando um boi.

Harry se sentara com Rony e Hermione afastado do centro das atividades, procurando não pensar no dia seguinte, porque toda vez que o fazia, tinha a terrível sensação de que alguma coisa enorme estava tentando voltar do seu estômago.

— Você vai se sair bem. — disse Hermione a ele, embora parecesse decididamente aterrorizada.

— Você tem uma Firebolt! — animou-o Rony.

— É... — respondeu Harry, o estômago se revirando. Eles olharam para Helena, ela voava como se cavalgasse e fazia muito barulho. — Se ela não arrebentar essa.

Foi um alívio quando Wood se levantou e gritou:

— Time! Cama!

Harry dormiu mal. Primeiro, sonhou que perdera a hora e que Oliver gritava: "Onde é que você se meteu? Tivemos que chamar Neville para substituilo!".

Depois sonhou que Malfoy e o resto do time da Sonserina chegavam para a partida montados em dragões. Harry voava a uma velocidade vertiginosa, tentando evitar o jorro de chamas que saía da boca da montaria de Malfoy, quando percebeu que esquecera sua vassoura. Começou, então, a cair pelo ar e acordou assustado.

Levou alguns segundos para se lembrar que a partida ainda não se realizara, que estava seguro em sua cama, e que, decididamente, o time da Sonserina não teria permissão para jogar montado em dragões. Sentiu uma sede enorme. O mais silenciosamente que pôde, levantou-se da cama de colunas e foi se servir de água de uma jarra de prata sob a janela.

Não havia movimento nem som nos jardins. Nenhum sopro de vento perturbava as copas das arvores na Floresta Proibida; o Salgueiro Lutador estava imóvel e transpirava inocência. Parecia que as condições para a partida seriam perfeitas.

Harry pousou o copo e já ia voltar para a cama quando alguma coisa prendeu sua atenção. Havia um animal rondando o gramado prateado. Harry correu à sua mesa de cabeceira, apanhou os óculos, colocou-os, e voltou depressa à janela. Não podia ser o Sinistro, não agora, não na véspera da partida...

Ele tornou a espiar os jardins e, depois de uma busca ansiosa, localizou-o. O animal ia contornando a orla da floresta agora... Não era o Sinistro... era um gato...

Harry agarrou o peitoril da janela aliviado ao reconhecer aquele rabo de escovinha. Era só o Bichento... Acompanhado de um gato muito preto com olhos de lanterna. Harry apurou a vista, esborrachando o nariz contra a vidraça. Bichento e Salém pareciam ter parado. O menino teve certeza de que estava vendo outra coisa andando sob a sombra das árvores, também.

E naquele momento, ele apareceu, um cão gigantesco, peludo e negro, que se movia sorrateiramente pelos gramados. Bichento e Salém caminhavam ao seu lado.

O time entrou em campo sob uma onda gigantesca de aplausos. Três quartos da torcida usavam rosetas vermelhas, agitavam bandeiras vermelhas com o leão da Grifinória ou faixas com palavras de ordem: "PRA FRENTE GRIFINÓRIA!" e "A COPA É DOS LEÕES!". Atrás das balizas da Sonserina, porém, duzentos torcedores se cobriam de verde. A serpente prateada da casa refulgia em suas bandeiras e o Prof. Snape estava sentado na primeira fila, vestindo verde como os demais, exibindo um sorriso muito sinistro.

𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇 𝐿𝐼𝐿𝑌 • HARRY POTTEROù les histoires vivent. Découvrez maintenant