20- Pobre Bicuço

63 6 0
                                    

Helena e Harry estavam aos berros um com o outro no corredor próximo à sala de Lupin.

— EU JÁ SABIA! Vi no Profeta Diário a cara dele! O reconheci do espelho de ojesed! Eu já sabia que ele era meu pai.

— EU NÃO ME IMPORTO COM ISSO! Helena!

— ELE ENTREGOU SEUS PAIS PARA VOLDEMORT! Ele matou minha mãe.

Lupin, que ouvia tudo atrás da porta, arregalou os olhos. Houve um silencio terrível.

— Harry, me perdoe. Por favor me perdoe. Mas eu não consigo olhar para você sem pensar no que Sirius Black fez contra a sua família.

— Helena! Não me deixe aqui outra vez! Por favor, eu não me importo que você seja a filha dele... Eu... Eu...

— Você o que? Harry Potter?

— Amo você!... Sua amizade! Você é minha melhor amiga...

— Ah sim, entendo...

Houveram barulhos de sapatos se afastando, Lupin deduziu ser Helena indo embora, porque ouviu Harry vir pelo caminho contrário resmungando.

Todos perceberam como Rony e Hermione ficavam nervosos perto de Helena e Harry. A menina ruiva estava tão nervosa nos últimos dias, que fizera chover em volta dela. Nas aulas? Não prestava atenção e estava irritada ao excesso.

O garoto só adormecera quando o dia ia raiando. Ao acordar, encontrou o dormitório vazio, deserto, se vestiu e desceu para a sala comunal, também vazia exceto pela presença de Rony, que comia sapos de creme de menta e massageava a barriga, e Hermione que espalhara os deveres de casa em cima de três mesas.

— Onde foi todo mundo? — perguntou Harry.

— Embora! Hoje é o primeiro dia das férias, está lembrado? — respondeu Rony, observando o amigo atentamente. — É quase hora do almoço, eu ia subir para acordá-lo daqui a pouquinho.

— Onde está a Helena? — ele perguntou.

— No quarto.

— Ela está muito... — Rony resmungou, mas mal terminou de falar, porque Hermione e Harry o olharam muito feio.

— Você também choraria e ficaria muito bravo se descobrisse que seu pai matou sua mãe. — murmurou Harry.

Harry afundou em uma poltrona junto à lareira. A neve continuava a cair lá fora. Bichento estava esparramado diante da lareira como um grande tapete amarelo-avermelhado, com Salém deitado ao seu lado.

— Realmente você não está com uma cara muito boa, sabe. — disse Hermione, examinando ansiosa o rosto do garoto.

— Estou ótimo. — retrucou ele.

— Harry, escuta aqui. — disse Hermione trocando um olhar com Rony. — Você deve estar realmente perturbado com o que ouviu ontem. Mas o importante é não fazer nenhuma bobagem.

— Como o quê?

— Como tentar ir atrás de Black. — disse Rony depressa.

Harry percebeu que os dois tinham ensaiado aquela conversa enquanto ele estivera dormindo. Não respondeu nada.

— Você não vai, não é mesmo, Harry? — insistiu Hermione.

— Porque não vale a pena morrer por causa do Black. — disse Rony.

Harry olhou para os amigos. Eles pareciam não ter entendido o problema.

— Vocês sabem o que eu vejo e ouço cada vez que um dementador se aproxima de mim? — Rony e Hermione sacudiram a cabeça, apreensivos. — Ouço minha mãe gritar e suplicar a Voldemort. E se alguém ouve a mãe gritar daquele jeito, pouco antes de morrer, não dá para esquecer depressa. E se descobre que alguém que ela acreditava ser amigo foi o traidor que pôs Voldemort na pista dela...

𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇 𝐿𝐼𝐿𝑌 • HARRY POTTERWhere stories live. Discover now