Parte 24 - Fazendo planos e promessas

Começar do início
                                    

Baekhyun entendeu que aquela era uma releitura do quadro O Beijo, de Gustav Klimt. Era a obra favorita de Baekhyun. Até isso Chanyeol lembrou. Era o traço ele, o jeito dele de representar, com o preto sempre, mas agora com uma invasão de amarelo que também lhe trazia um tom rosado pelos cantos. Ele via Baekhyun. Ouvia cada uma de suas palavras. Guardava todos os detalhes.

Respondendo ao que sugeriu, Chanyeol escreveu uma palavra só. A palavra sobre algo, o acontecimento, qualquer coisa no mundo que representava a sorte de Chanyeol, tinha três letras. Estava escrito sobre o desenho:

"Ele".

Porque Baekhyun era a melhor coisa que já tinha acontecido a Chanyeol.

E enviou assim, logo abaixo, fazendo um charminho só para encantar:

Chanyeol: Ops, acho que mandei errado 👀

Mas não apagou a imagem enviada porque queria, sim, que chegasse ao rapaz que amoleceu inteiro.

Baekhyun tentou não chorar, porque já andava sensível nos últimos dias, de qualquer forma. Mas fechou aquela conversa e abriu um documento em branco para escrever o que, mais tarde, enviou para Chanyeol:

Baekhyun: Não posso dizer que penso em você a todo instante, não gosto de mentiras e nem de meias verdades, mas tenho te visitado em pensamentos pelo menos uma vez a cada hora. E esses minutos são os meus favoritos de cada dia.

Não te mentalizo a cada batida do meu coração, mas acho graça. Eu te sinto a todo tempo.

Tenho aprendido a viver por aqui, a existir por mim, a colocar um pedaço a mais de mim mesmo em cada letra do meu próprio nome e não sinto que vou parar de respirar sem você.

Em contrapartida, e em espaço de ter que admitir, sinto saudade de detalhes sobre o seu universo que já decorei, mas o peito aperta tanto na vontade de reencontrar que é quase como se fosse medo de esquecer.

Não consigo mais imaginar um mundo que eu não possa ver pelo brilho dos seus olhos. Não consigo mais pensar em estações do ano e roupas bonitas de frio sem lembrar do calor do seu corpo. Do cheiro da sua pele. Dos nós dos seus dedos. Da sua voz pela manhã. Das costas gostosas de abraçar, do seu cantarolar quando se concentra e os seus braços inteiros ilustrados que me abrigam.

Tenho lembranças repentinas que me invadem sem convite e me arrastam como se eu fosse só um cisco no pé do vento.

Reparo na lembrança que guardo da textura dos seus cobertores. Dos anéis em seus dedos. Das luzes do seu quarto. De passear contra a ventania em sua moto. De ver você cozinhando. Do toque das suas mãos. Do gelado que faz cócegas da ponta do seu nariz. Do rastejar que arrepia dos fios do seu cabelo em meu rosto. Até seus beliscões seguidos de beijinhos quando não paro de te amolar. Tanta coisa. Tanta coisa. Você e tudo sobre você, em preto e branco, em cores, ao vivo, a cada linha, a cada miudeza, em toda imensidão.

Ainda assim, não vou morrer. Juro.

Cheguei a essa conclusão gostosa: você não é uma necessidade minha.

Mas é um querer.

E eu te quero, por livre e espontânea vontade.

Quero porque você me faz bem. Pelo seu riso fácil. Sua conversa boa. Pela opinião política e até pelo seu jeito de segurar hashis. Quero mesmo sem os carinhos de dentro do quarto (ou de beijos roubados quase por acidente). Quero estar perto porque o seu existir alivia e engrandece e adoça o meu sonhar. Quero porque... Meu Deus, como te quero, Chanyeol. Como coisa de cinema.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 16, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Como Ser Expulso de CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora