Como Ser Expulso de Casa

Parte 5 - Combinando um jantar com seus pais e seu namorado

Quando os Byun chegaram em casa, Baekhyun soube que teria que enfrentar os seus pais.

Desde que abraçou Chanyeol e, timidamente, o deixou ir embora, os Byun ficaram em completo silêncio, até chegar em casa. Parte daquele comportamento era normal por parte dos pais de Baekhyun, costumavam agir assim até que ele se sentisse mal quando algum desentendimento acontecia. Mas o outro lado da moeda era que não sabiam o que dizer, o que perguntar ou como agir a seguir. Aproveitando-se da situação, o filho cogitou escapar para tomar um banho e simplesmente ir dormir, mas foi em vão.

Ouviu sua mãe dizer:

— Você não tem nada pra dizer pra gente, não?

Ele, que estava de costas, suspirou antes de girar nos calcanhares. Percebeu, ali, que estava realmente cansado de ter que falar sobre sua sexualidade, quando eles claramente não queriam ouvi-lo. Acreditou que teria mais energia para falar e ser ouvido, mas só queria ir dormir e acordar no dia seguinte, com tudo resolvido. O que não aconteceria.

— Mãe, tudo o que eu queria dizer, eu já disse. Vocês é que não quiseram ouvir.

— E você acha que trazer seu namorado na festa da sua prima, com a família inteira lá, é o ideal? — ela perguntava já um pouco irritada.

— Foi o dia que ele pôde ir e... sei lá, eu queria que ele fosse comigo, então foi o ideal pra mim — disse, parecendo todo cheio de certeza, mesmo com sua respiração já saindo do lugar e o coração acelerado.

— Você nos pegou desprevenidos, Baekhyun. Nem soubemos o que dizer pro moleque — seu pai emendou, um pouco mais calmo, mas parecendo chateado.

— Mas não precisava dizer nada pra ele, ele estava tranquilo. Eu só quis passar um dia com o meu namorado, que mal tem isso?

— Ai, Baekhyun, eu nem vou falar mais nada — sua mãe quis encerrar o assunto por ali, penteando seu cabelo para trás, cansada, indo em direção ao seu quarto.

— Você podia, pelo menos, deixar a gente conhecer ele antes, sabe? — seu pai falou de um jeito que Baekhyun não entendeu se estava o apoiando ou brigando com ele.

— Eu teria trazido se vocês me ouvissem em todas as vezes que tentei falar disso — falou com a voz baixa, com o peito ardendo na vontade de chorar. Mas foi firme, e ficou quieto até seu pai também se retirar, balançando a cabeça.

E aquela seria a primeira vez que não tentaria pedir desculpa por algo que era dele.

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Assim que entrou em seu quarto, Chanyeol se sentou sobre a cama, sorrindo ao balão rosa que amarrou em sua escrivaninha.

Estava tão feliz com aquele dia ao lado de seu amigo que mal podia descrever. Chanyeol foi ele mesmo durante uma tarde toda, sem se sentir mal! Adorava aqueles brincos que usou, mas não tinha coragem de expô-los por aí. Eram espalhafatosos demais, não seria uma boa ideia usar com seu capacete enquanto pilotasse sua moto, e também não tinha uma vida muito movimentada nos últimos tempos. Nem saía de casa com frequência, então fazia tempo que queria se arrumar daquele jeito, exatamente daquele jeito, e se sentir bonito, querido e confiante.

Pensando em confiança, tapou o rosto no segundo seguinte. Lembrou do abraço de Baekhyun, da forma que segurava sua mão e o dava um beijinho na bochecha. Ele desmontou Chanyeol inteiro com aqueles carinhos inesperados. E só de pensar nele, seu peito apertou outra vez e teve vontade de morder um travesseiro e gritar até faltar o ar nos pulmões. Sabia que seu namorado falso era bonito, corajoso e abusado daquele jeito. Chanyeol se arrumou antes de sair de casa cheio de certeza de que era rei do próprio reino e de que conseguiria lidar com tudo que a vida pudesse lhe dar, mas lá estava ele, de noite, pensando em tudo o que Baekhyun fez e ainda sentia o coração acelerar e uma vontade besta de sorrir.