Parte 16 - Aprendendo a namorar

53 9 15
                                    

Na manhã seguinte, Chanyeol sentiu aquela coisa estranha de novo.

Acordou com Baekhyun sobre seu corpo, o abraçando desajeitado, causando um pouco de dificuldade para respirar, mas não era uma sensação ruim. De forma alguma. Sentia como se fosse só mais uma forma de carinho, das muitas que adorava. O Byun roçava seu nariz de um lado para o outro, movendo a cabeça, com o rosto afundado no pescoço de Chanyeol. Quase como se quisesse fazer cócegas com seu nariz na pétala da flor de lótus tatuada, que era visível na lateral do pescoço do Park.

Chanyeol riu curto, ouvindo Baekhyun grunhir.

— Você acordou? — o canceriano protestava, com voz manhosa de sono.

— Eu fiquei com saudade — o escorpiano sussurrou, também bastante rouco e manhoso.

O mais velho apertou o abraço, fazendo carinho em suas costas, um se ajeitando com mais conforto sobre o corpo do outro.

— Vamos tomar um cafezinho? — Chanyeol convidou.

— Uhum — Baekhyun murmurou, de boca fechada. Estava fazendo carinho com o dedo indicador, mexendo, quase brincando com o lóbulo da orelha de Chanyeol, que tinha tirado alguns piercings para dormir. E, do jeito que Baekhyun estava, ele ficou. Sem mover sequer um músculo para sair da cama, mesmo tendo acabado de dizer que deveriam levantar.

— Você tá levantando? — perguntou Chanyeol, bem abraçado a ele, de olhos fechados, também sem mover absolutamente nada. A não ser o seu sorriso, que se abria sozinho por causa de Baekhyun.

— Eu tô — sussurrou abafado. Ainda sem se mexer. — Você tá?

— Sim, ó. Tô quase em pé — brincou, falando baixo, com a voz grave bastante rouca, inutilizada durante a noite. Riu curto, em seguida, acompanhado de seu amigo.

— Eu também, ó — o outro disse.

Então sua mão desceu, passando por baixo da axila de Chanyeol, segurando entre seu ombro e suas costas, só para ter certeza de que ele não encerraria o abraço que mantinham. Respiraram fundo, um sentindo o cheirinho da pele um do outro, e ficaram quietinhos por algum tempo. Até Baekhyun deixar um beijo simples no pescoço de Chanyeol e se levantar, de repente.

— Preciso mijar — sussurrou, de um jeito engraçado, e saiu andando apressado, com a bexiga apertada.

Chanyeol riu baixinho, achando-o bonitinho.

— Vai logo! — foi o que falou.

Deixado sozinho, ficou encarando o teto, mesmo no quarto escuro. Aquilo tudo era algo muito maluco para ele. Que loucura. Ter um amigo que ficava pertinho, que o dava carinho e atenção. Era gostoso de estar junto, poder chamá-lo de namorado. Para Chanyeol não era só a primeira vez apresentando alguém a seus pais como seu par romântico. Era também a primeira vez que tinha alguém que o fazia sorrir daquela forma. Alguém que o enchia de beijinhos, abraços, carinhos e todos os elogios do mundo.

Baekhyun o fazia sentir merecedor. Sentia que merecia tudo aquilo. Que o olhassem, porque se sentia bonito. Que fosse ouvido, respeitado, cuidado. Merecia... ser ele mesmo. Tinha voltado a aceitar cores em sua vida, depois de tanto reprimir isso dentro de si. Tanto figurativamente, porque vivia na escuridão que seu ex-namorado o prendeu, quanto literalmente, voltou a aceitar que gostava de rosa e de coisinhas bonitinhas. Agora tinha um copo de coelhinho e começou a achar normal demonstrar carinho em público. Tudo estava parecendo mais leve, por causa de seu mocinho.

Podia prever, com facilidade, que logo voltaria a deixar o cabelo solto e fazer as coisas que fazia antes. Só precisava de um pouco de tempo, porque ainda doía. Mas o Byun o enchia de motivação e, depois, de beijinhos e risadinhas. Chanyeol queria ser mais Chanyeol, só de estar perto de Baekhyun, que queria ser mais Baekhyun. E aquilo era o máximo! Era gostoso acordar em um mundo em que aquele rosto bonito existisse.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now