Parte 24 - Fazendo planos e promessas

47 5 5
                                    

As histórias deles continuavam.

Os pais de Baekhyun ainda discutiam e ele ainda estava sobrecarregado com a faculdade. Kanghee ainda tentava se aproximar de Chanyeol e ainda havia a rixa com outro tatuador. Mas agora tinham algo, sempre muito doce, quando olhavam para si mesmos. A noite na hamburgueria havia mexido vários, vários pauzinhos dentro deles.

Todo aquele momento tinha jeito de amor. Não só gostar, nãos só paixão, mas também amor. As palavras, os cuidados, as promessas e os beijinhos. Na jornada para conhecerem a si mesmos, viam que um caía bem no outro, e aquilo os fez pensar. Pensar que talvez já estivessem prontos para uma relação saudável e tranquila. Namorando de verdade.

Chanyeol pensava no rosto de Baekhyun, em cada pinta, nas marcas de expressão quando sorria, no desenho dos olhos e nas sobrancelhas rebeldes, inclusive aquela com um risco de falha proposital. Queria beijá-lo outra vez. A boca bonita. E a pele toda. Balançou a cabeça, tentando aproveitar do tempo livre e fazer alguma outra coisa a não ser estar absolutamente apaixonado.

Pegou o sketchbook. Ainda fazia um desenho por dia, seguindo as sugestões que Baekhyun escreveu em cada folha, quando queria motivá-lo a voltar a desenhar. E bastou enxergar a letra dele que o peito já se esquentava, principalmente com o que leu ali.

A frase era:

Algo que te fez sentir sortudo por ter acontecido na sua vida.

Quando Baekhyun escreveu, não tinha pensado em nada muito especial. Imaginou que Chanyeol ilustraria ter passado na faculdade, algo relacionado a tatuagens, quem sabe tivesse a ver com as duas irmãs, que amava muito. Ou até uma nota amassada de dinheiro que encontrou pela rua.

Chanyeol, por sua vez, juntou a lapiseira e os lápis, a borracha e o limpa tipos. Com um sorriso enorme no rosto, ouvia Mar e Lua, de Chico Buarque — uma das músicas favoritas de Baekhyun e que parecia falar sobre um amor quase proibido de almas parecidas — e foi desenhar. Sentindo que, curiosamente, a música parecia cantar sobre eles dois.

Sobre o sentimento entre eles que arrastava o mundo aos poucos e desaguava, lentamente, em só fazerem parte da existência. Como se, no final, grandes amores virassem parte da poeira do universo que contavam a história da vida. E a história do amor deles, com certeza, já havia começado a levá-los pela correnteza.

Horas depois, lembrou-se de que ele e seu interesse romântico já não eram mais completos desconhecidos, já que haviam se "conhecido pela primeira vez" na hamburgueria. Então poderiam conversar, não?

O canceriano, de coração enorme, acabou enviando de repente uma imagem, notificando o celular de Baekhyun, — que foi ligeiro ver o que era. E o que encontrou fez os olhos lacrimejarem, o sorriso se abrir e o peito aquecer. Teve certeza de que se apaixonou outra vez.

Havia uma ilustração de um Chanyeol abraçado a um sorridente Baekhyun de olhos fechados, recebendo um beijo na bochecha de um cabeludo bonitinho. Os traços eram delicados e cuidadosos. Cada detalhe de Baekhyun havia sido captado e representado com todo o carinho. As mãos bonitas, as bochechas, o formato das orelhas. Até o jeito que seus olhos sorriam como meias luas junto da boca, dos dentes caninos proeminentes. Tudo. Chanyeol pensou em tudo e o retratou da forma mais adorável possível.

Aquele desenho tinha quase som, quase vida, e Baekhyun se sentiu realmente abraçado e preenchido de acalantos por um moreno bonito de fios longos, que desenhavam o rosto, os ombros e as costas largas de Chanyeol.

O ilustrador não costumava usar cores, mas usou uma série de pequenos quadrados pintados com estampas amarelas diferentes, montando a roupa de Baekhyun, enquanto a de Chanyeol era composta por retângulos diferentes de hachuras, pontos e espaços todos pretos. Mas com algo de rosa aqui e ali.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Apr 16, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now