Parte 9 - Invadindo a escuridão

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Ao chegar em casa, Chanyeol pensava em uma série de coisas. Principalmente, em Baekhyun.

Morava há alguns anos com dois amigos, Sehun e Jongin, e eles perceberam como ele andava avoado — viram, nas redes sociais, as postagens sobre um tal namorado que o Park nunca os apresentou. Jongin era um rapaz alto, alguns centímetros mais baixo do que Chanyeol, tinha cabelos castanhos e olhos escuros, os mesmos que estreitou em direção ao amigo, depois de olhar de soslaio para Sehun, um ruivo caladão, mas muito fofoqueiro.

— Tava passeando até essas horas, Yeol? — Jongin perguntou afiado, tentando tirar dele alguma informação.

— Ah, sim. Estava com o Baekhyun — comentou desatento, olhando para o celular.

Escrevia e apagava e reescrevia e deletava e tentava outra vez escrever alguma mensagem para mandar para o Byun. Não queria ir dormir com aquele medo de ter estragado tudo, ou com a sensação de que seria eternamente desconfortável falar com ele. Pensava em pedir desculpas, mas não achava que seria o ideal. Então ficou em um curto ciclo em que tentava criar algo decente para dizer ao outro, fingindo que não estavam aos beijos horas atrás.

— Hm. Sim. O Baekhyun — Sehun comentou de canto de boca. — O seu namorado. Que a gente ainda não conheceu, no caso.

— O q- — Chanyeol finalmente conseguia focar na conversa com os dois, olhando-os pela primeira vez desde que chegou em casa. — Não, gente, ele não é meu namorado de verdade!

E somente a ideia de namorar com ele, depois de todas as carícias quentes que trocaram no sofá da sala dos Byun, foi o suficiente para deixá-lo agitado.

— Tá no teu Facebook que ele é, velho. Você quer enganar quem? — Jongin cruzava os braços. Não estava exatamente bravo, só se sentia traído pelo amigo que não o contou nada e agora ousava mentir.

— N-Não, gente. Eu encontrei ele no Tinder, a gente namora de mentira porque ele quer ser expulso de casa, aí a gente combinou de fazer várias coisas pra incomodar os pais dele.

Os dois fizeram silêncio.

— O quê? — Sehun perguntou.

— É, gente. O namoro é falso. Ele é só meu amigo — disse.

— Ele é hétero? — Jongin quis saber.

— Não. Ele é gay — explicou.

— E ele tá querendo ser expulso de casa? Tipo... não costuma ser o contrário?

— Como assim? — Curvou a cabeça para o lado.

— Vocês não são expulsos de casa por pais homofóbicos e largados pra se foder no mundo? Aí ele tá tentando ser expulso por pais que aceitaram a sexualidade dele?

Outra vez, houve silêncio. Jongin tinha um argumento importante. Havia gente morrendo quando o mundo não aceitava suas sexualidades e identidades de gênero. Pensando no assunto, ficou um pouco incomodado.

— Você tem razão — começou a dizer, ficando reticente. — Acho que vou conversar como ele sobre isso. Mas é que os pais dele não escutam mesmo o bichinho e agora ele resolveu incomodar, mas... Vocês têm razão. Como um cara gay, ser expulso devia ser o maior pesadelo dele.

— Bom... não tô no meu lugar de fala — Sehun falou quando percebeu que ninguém diria mais nada, para deixar o assunto morrer. — Você vai apresentar ele pra gente?

— Ah! Eu posso, se vocês quiserem. Minha família quer conhecer ele também.

— Eles sabem que é só de fachada e que vocês nunca se beijaram de verdade? — Sehun quis saber.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now