Parte 11 - Vestindo novas cores

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Baekhyun estava agitado quando a aula acabou.

— Nossa, mas todo dia sai da sala igual uma lesma e hoje tá todo doido desse jeito? — perguntou Minseok.

— Vamos logo, caralho! Eu tenho um ótimo motivo pra estar com pressa, agiliza! — Baekhyun pedia enquanto o amigo fechava lentamente o zíper da mochila.

— E que motivo seria? — Quis saber, começando a dar passos largos junto do amigo.

— Meu namorado — contou, sorrindo.

O vento batia sobre seu rosto jovem, jogando os cabelos castanhos claros para trás, brilhando com o movimento.

— Hã? — Minseok perguntou, mesmo tendo ouvido bem. Só queria ter a certeza de que seria naquele dia em que conheceria aquele cara que viu nas fotos.

— Só vem! — Baekhyun exasperou, puxando-o pelo antebraço quando começou a correr.

Havia uma pequena aglomeração de pessoas ali perto do portão, mas era quase como magnético o jeito que encontrou o rosto de Chanyeol. Ele estava do outro lado da rua, apoiado em sua moto, esperando. Olhava na direção da multidão onde Baekhyun estava. O sorriso se abriu fácil, quase sem querer, quando reparou quem vinha correndo em sua direção.

Baekhyun usou toda a estamina acumulada dentro de seu corpo pelos últimos vinte anos até conseguir desviar de todas as pessoas e levar Minseok para perto do homem que tanto sentia a falta. Parou em frente a Chanyeol, contendo a vontade de abraçá-lo, de elogiá-lo, de tomar qualquer iniciativa. Somente e unicamente sorria, com seus olhos grudados no rosto do Park, como se esperasse dele todas as coisas mais belas da vida e toda a luz do planeta.

— Oi — o canceriano falou um pouco sem jeito, encarando o amigo transbordando alegria e o rapaz que estava junto com ele, completamente perdido na situação, olhando Chanyeol dos pés à cabeça.

— Oi! — Baekhyun disparou, agitado, só então soltando o braço de Minseok para, agora, juntar as duas mãos em frente aos quadris, tentando mesmo se segurar para não acabar abraçando Chanyeol de repente.

— Você tá bem? — Park quis saber, um pouco perdido. Ainda estava esquisito consigo mesmo, com seus sentimentos, com o mundo, e com o que poderia vir de Baekhyun.

— Eu estou, é que eu fiquei com saudade — disse, de um jeito singelo, sincero, e bastante dócil. Não estava se declarando ou pedindo alguém em casamento. Parecia só falar de um amigo muito querido e foi por isso que Chanyeol foi abaixando a guarda.

— Eu posso... te dar um abraço... se você quiser — falou da forma mais estranha possível.

Baekhyun riu constrangido, seu rosto ficando vermelho, também da forma mais estranha possível.

— Eu quero.

Chanyeol acabou sorrindo com ele.

— Vem cá — sussurrou, abrindo os braços, que rapidamente se tornaram o espaço suficiente para abrigar o corpo de Baekhyun.

O escorpiano adorava aquele carinho que só tinha de um certo canceriano. Nem sabia que gostava tanto de abraços até começar a ser abraçado por Chanyeol. Adorava o jeito que sentia as mãos dele em suas costas, em seus ombros, com a ponta dos dedos sempre se movimentando discretamente para fazer carinhos. Não era só a parte física daquele tato que apreciava: gostava do que significava. Significava que Park estava bem, que a relação deles não estava indo tão mal assim e que ainda poderia chegar pertinho dele daquela forma.

Quanto a Chanyeol... bem... era um segredo, mas tinha algo no abraço de Baekhyun que o deixava completamente cativado.

Era inocente e brando, mas quente e intenso. Baekhyun abraçava com gosto, apertado daquele jeito que o fazia sentir quase preso. Sentia, pelo tato, no silêncio, só no corpo, o quanto Baekhyun gostava dele. Era um carinho precioso e tão verdadeiro quanto só um escorpiano poderia ter. Aquele abraço gostoso e bobo não tinha nada de ambíguo. Dizia claramente: eu senti a sua falta, que bom que você veio e fique pertinho de mim.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now