Parte 15 - Passando um sábado no apartamento do seu namorado

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Baekhyun decidiu ir logo para a cozinha.

Sabia que terminar de comer sua refeição lá significaria, entre outras coisas, ter que conversar diretamente com Sehun e Jongin. Mas ouviu o chuveiro sendo ligado do banheiro e soube, assim, que se Chanyeol ainda planejava tomar banho antes de ir ao mercado, então levaria tempo até que ele voltasse. Portanto, estaria sozinho por todo esse tempo.

Tinha uma outra opção, que odiava: falar com seus pais, contar sobre onde estava, quem sabe ligar ou algo assim. Mas só de pensar nisso, já se sentiu nervoso demais e não teve coragem nem de pegar o celular. Não tinha estabilidade emocional para isso, então fugiu daquele quarto, e de seu celular, como se fosse morrer se ficasse mais um segundo sozinho.

Vestia um pijama composto por uma camiseta amarela larga e um calção azul escuro, quando encontrou dois rapazes sentados na mesa da cozinha, conversando e ouvindo uma música baixa no celular de Jongin — que paralisou ao ver Baekhyun. Sehun, o ruivo, tocou sobre a tela do aparelho sobre a mesa e a música parou. Tudo parou, aparentemente. Os dois olhavam para o Byun como se fosse algum tipo de aparição sobrenatural, como se nem humano fosse.

— Bom dia — Baekhyun falou baixo, mas soando animado. — Pode deixar a música tocando se quiser, não se incomoda comigo, não — disse de um jeito simpático, meio sorridente, quando se sentou em uma cadeira.

— Bom dia — Sehun tomou a inciativa para responder, aproximando a garrafa de café para perto de Baekhyun, em uma oferta silenciosa.

Mesmo não sendo muito aberto para desconhecidos, deixou claro uma série de vezes para Chanyeol e para Jongin que gostava de Baekhyun, sem nem o conhecer direito. Dizia que era intuição, ainda que, no fundo, o Byun fosse apenas muito fácil de se apegar. O que só se comprovava quando serviu a si mesmo com um pouco de café e leite, sorrindo de um jeito bonitinho sem mostrar os dentes na direção de Sehun, enquanto adoçava o que havia em sua xícara. Conversando com ele em sua linguagem silenciosa.

Era desse tipo de pessoa que Chanyeol precisava! — Jongin pensava. Não alguém que se servia de café e sorria. Alguém que entendia entrelinhas e era gentil, simpático, cheio de uma energia pura e cheia de vida. Alguém que sorria para Sehun de manhã era alguém que merecia namorar Chanyeol! Não ia mais tolerar qualquer um que tratasse mal os seus introvertidos favoritos.

— Dormiu bem? — Jongin perguntou, se apoiando sobre a mesa com os dois cotovelos.

Baekhyun ainda bebericava um gole de café quando ouviu a pergunta, mas esperou para devolver a xícara à mesa e pensar um pouco. Tinha que mentir sobre uma série de coisas a eles, sim. Mas ainda era um escorpiano de primeira e gostava de ser o mais verdadeiro quanto possível. Achava, pela sua experiência de vida, que ser verdadeiro e aberto a uma série de coisas só abria portas. Agora, por causa da terapia e do tempo com Chanyeol, só sentia que tinha o direito de ser sincero inclusive sobre seus pais e o que eles o faziam sentir.

— Não muito. Quer dizer... — Massageava as próprias pernas, pensativo. — Dormir bem eu dormi, sim. Chanyeol melhora minha vida em 100% e passar a noite com ele muda tudo pra mim. Mas eu meio que me desentendi com meus pais ontem, então... sei lá...

— É... o Yeol contou que deu ruim ontem. Ele tá puto até agora — Sehun falou baixinho, dando risada.

— Ele contou? — Baekhyun perguntou. Mas, logo, seu foco se virou para outra coisa. — Ele tá puto?

— Ele tá muito puto — Jongin comentou. — Você não percebeu?

— Nossa... ele não me pareceu nem um pouco puto — o Byun respondia.

Não ficou chateado por ele ter dito sobre um assunto da família dos Byun, de forma alguma. Não mesmo. Já havia passado da fase de esconder e acobertar tudo de ruim que eles pudessem fazer a ele. Dizer "eles erraram" não era o mesmo que dizer "eles são monstros imperdoáveis" ou "são os piores pais do mundo". Só queria dizer que eles não eram perfeitos e isso era normal.

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