Parte 10 - Cuidando do seu namoradinho

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Quando Chanyeol acordou, seu quarto estava vazio.

Sentiu um incômodo nas costas ao se espreguiçar, certo de que foi por ter dormido muito encolhido, torto do jeito que deu, nos braços de Baekhyun. Foi um pouco triste, inclusive, acordar e não o ver ali. Na verdade, não saberia como olhar para ele. Ia odiar ter que fingir que nada tinha acontecido na noite anterior, mas queria, no fundo, que ele estivesse ali, ou que o deixasse ao menos um abraço antes de ir.

Eram quase sete horas da manhã. Tentou se encarar no espelho, mas seu rosto inteiro estava inchado e suas pálpebras estavam rechonchudas, dificultando até sua visão. Mas nada o impediu de ler a folha sulfite rabiscada que havia ali, em sua escrivaninha.

Era a letra de Baekhyun:


"Bom dia, namorado!

Eu achei melhor voltar pra casa de madrugada, só para estar lá quando meus pais acordassem. Não queria que, de alguma forma, isso virasse uma bola de neve e em algum momento eles pudesse tem olhar feio porque EU quis sair de casa escondido pra ir te ver. E eu ficaria muito puto se eles, por acaso, te tratassem mal em um momento em que você precisou de ajuda.

Eu JURO que ia te dar tchau, um boa noite, um beijinho na testa, sei lá. Mas você está dormindo tão bem, com um sono tão profundo e de um jeito tão bonitinho que eu não consigo. Por isso estou deixando esse bilhete. Pra desejar que você tenha um bom dia quando acordar. E pra dizer que você é a coisa mais pequenininha desse mundo.

Este bilhete vale com um beijinho na testa.

Até mais tarde e fique bem.

Assinado, seu namorado."


Chanyeol prendeu a vontade de rir, misturada com a vontade de abraçar aquele homenzinho outra vez. Então fingiu não saber o que estava fazendo quando dobrou a folha com todo o cuidado e a guardou no canto mais especial, dentro de uma caixa de lembranças escondida em seu guarda-roupa. Para não perder nunca mais aquele momento gostoso. As memórias de alguém que atravessou a cidade para lhe trazer calor e carinho.

Foi ao banheiro, lavar o rosto e seguir com sua higiene matinal, mas não conseguiu apenas voltar para o quarto quando Jongin e Sehun o olhavam com os olhos saltados.

— Bom dia — Chanyeol falou baixo, a garganta ardendo em seguida.

— Oi, Yeol. Bom dia — Jongin respondia apressado.

— Bom dia, parceiro — Sehun sobrepunha a voz do amigo.

Eles nunca estavam animados daquela forma para responder um simples cumprimento. Entendendo que seria bacana explicar pelo menos um terço do que houve aos amigos preocupados, Chanyeol se sentou com eles à mesa, enchendo uma xícara de café com leite e algumas colheres de achocolatado.

— O que foi? — Park começou, dando a abertura que os dois esperavam.

— Você tá bem? — Sehun perguntou disparado.

— Ah... — o canceriano riu, um pouco abatido. Dava para ver que não estava, ainda, completamente bem. — Agora eu estou bem melhor.

— Aconteceu alguma coisa ontem? Cadê o Baekhyun? — Jongin inquiria, de um jeito um pouco ameaçador. Era daquele jeito que quase perguntava, nas entrelinhas, se já podia ir quebrar a cara dele, se ele fosse o culpado daquilo.

— Não, ele... ele foi embora de madrugada, mas está certo, tudo bem. Eu só tinha pedido pra ele ficar até eu dormir, então tudo bem.

— Mas... mas o que aconteceu? — Sehun insistiu.

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