Parte 19 - Escolhendo voar

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Quinta-feira começou com ares de mudança, mas Baekhyun sentia-se seguro e tranquilo quando saiu da terapia pela manhã.

Era o dia que não tinha as últimas aulas da faculdade, e lá estava ele, voltando do centro da cidade para ir almoçar com Chanyeol. Com certeza, parou no banheiro do consultório para checar seu cabelo, passar uma segunda camada de desodorante e do perfume, porque queria estar pronto para ver o seu mocinho.

Chanyeol não podia dizer que fazia algo diferente, porque não só se arrumou como também ajeitou tudo o que conseguiu do apartamento, assim, como quem não quer nada, para tudo estar impecável. E, diferente dos últimos meses, ele sorria ao se encarar em frente ao espelho, com uma ansiedade gostosa dentro do peito.

O porteiro já conhecia Baekhyun e nutria muita simpatia por ele, sempre sorridente, com conversas rasas e descontraídas, coisa que muitos dos moradores nem se importavam em tentar manter. Já o Byun perguntava como ele estava, se não estava com frio, como andava a família... por isso, e a pedido de Chanyeol, ele sempre abria o portão para Baekhyun entrar, de bom grado.

Baekhyun adorava bater na porta, mesmo podendo tocar a campainha. Gostava desse charme que eles tinham e de como Chanyeol sempre ouvia e vinha abrir a porta com aquela expressão gentil, aquele sorriso curto de gracejo.

— Oi — o Byun sussurrou, mordendo o lábio inferior para conter um sorriso.

Chanyeol, de cabelo preso por hábito, só terminou de abrir a porta e estendeu os braços na direção de sua cintura, pedindo por um abraço. Baekhyun, por outro lado, não queria só um abraço, aproveitou, de uma vez, para pular em seu colo por alguns segundos, o que os causou alguns risos — agora que sabia que seu namorado conseguia segurá-lo no colo sem grandes problemas, era óbvio que faria isso todas as vezes em que se encontrassem.

— Como foi o seu dia? — o Park perguntava, com o rosto apertado dentro do abraço.

— Foi ótimo! Fui na psicóloga hoje e foi bem legal — começou a dizer, sendo deixado no chão. Mas aproveitou da situação para roubar um selinho da boca alheia. — Eu falei de mim, de você e da gente.

— Você estava fofocando de mim pra sua psicóloga? — Fingiu suspirar, como se estivesse muito surpreso e ofendido. Falava de Baekhyun o tempo todo para a sua psicóloga também, não via nada de estranho nisso.

— Falei sim, do homem mais lindo do mundo — brincou, fechado a porta atrás de si. — E do mocinho que eu vou soltar o cabelo bem agora. E dos nossos dias de descanso também.

— Oh, sim — Chanyeol respondeu, se curvando, permitindo que ele alcançasse o elástico preto em seu cabelo, soltando-o com um pouco de dificuldade.

Baekhyun ficava besta com os movimentos quase calculados que os fios pareciam fazer, como uma dança de liberdade, em círculos, soltando-se até que caíssem por seus ombros.

— E vocês chegaram em reflexões legais? — perguntou, observando o brilho no olhar de Baekhyun.

Sentia uma chama ascender em seu peito ao se encontrar com aquele sorriso bobo na boca dele só de olhá-lo de pertinho daquele jeito.

­— Ah! — Voltou a prestar atenção no mundo, distraído com o que sentia por aquele canceriano. Chacoalhou a cabeça, tentando parar de sorrir, mas um sorriso besta sempre achava passagem por algum caminho e voltava a desabrochar em sua boca, sempre que olhava para Chanyeol. — Então! Eu acabei chegando na conclusão de que, por enquanto, ainda não é o ideal, porque você está em um momento delicado de... tentar voltar a ser você, e talvez você precise... ou só queira alguma ajuda, companhia e tal.

— Principalmente se for a sua — Chanyeol sussurrou, sorrindo charmoso, segurando a mão de Baekhyun e vendo-o ficar com o rosto corado. — A sua companhia eu sempre aceito — falou, afastando com o dedo indicador a franja acinzentada de perto do olhar dele.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now