Parte 13 - Trocando verdades e conhecendo segredos

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Baekhyun esperava lá fora quando Chanyeol chegou.

Estava encolhido, com as mãos em frente ao peito, em uma blusa grossa e quentinha. Nem soube o que dizer quando viu o canceriano estacionando a moto e descendo, desligando o veículo. Estava com o cabelo amarrado em um coque baixo quando tirou o capacete e nem tentou amarrar o cabelo de outra forma quando viu aquele rosto. Seus olhares se encontraram, mas não sabiam o que dizer.

O Park, então, só abriu os braços, em um convite.

O Byun, de cima da calçada, sentiu os olhos arderem e marejarem, os lábios tremendo, em silêncio, enquanto abaixou o olhar e se apressou para estar no abraço de Chanyeol.

Acabou chorando mais um pouco assim que os braços dele apertaram o seu corpo. Sentia-se pequeno no abraço dele. Era diferente do se sentir pequeno que seus pais o presenteavam. Eles o faziam sentir patético, frágil, bobo, insuficiente. Enquanto seu namorado de mentira o fazia se sentir seguro, digno de cuidado e carinho.

Chanyeol lhe deu toda a atenção que merecia enquanto ele ainda se mergulhava nas lembranças de tudo o que a sua mãe disse e tudo de ruim que ela o fez sentir. Era o completo oposto de como era bem tratado pelo Park e esse contraste ficava muito evidente. Quando mais afeto recebia, mais percebia o quão doloroso era a forma como aprendeu a se acostumar a ser tratado pelos próprios pais.

Eles pareciam colocá-lo em uma jaula. Chanyeol, por outro lado, tirou-lhe do chão por algum tempo, com aquele abraço justo, para mostrar que estava ali, que o Byun não precisava passar aquilo. Baekhyun afundava o rosto na curvatura de seu pescoço, chorando compulsivamente, porque não era justo estar daquele jeito tendo feito tudo o que eles quiseram por todos aqueles anos.

Aquela vez era diferente de todas as outras vezes em que desabou. Enquanto Baekhyun esteve sozinho, seu choro crescia até o vencer, o derrubar de verdade. Mas com ele, o seu mocinho, deixava o choro explodir e se gastar até que desaparecesse.

Recebia pequenos carinhos nas costas e alguns beijos perdidos nos cabelos, nas bochechas, na testa. Quando a tempestade começou a cessar, Chanyeol foi soltando do abraço, afastando o corpo de Baekhyun do seu, querendo ver seu rosto. Byun imediatamente secou as próprias lágrimas, fungando em seguida, por vergonha.

— Você tá se sentindo melhor? — Chanyeol perguntou com a voz baixa, com toda a delicadeza que conseguiu reunir, segurando uma de suas mãos.

— Agora tô — disse, pigarreando em seguida para limpar a garganta, tentando secar o próprio queixo, fingindo não ter visto como molhou a jaqueta de Chanyeol com o seu choro. — Já não quero mais desaparecer com todas aquelas roupas, pelo menos.

— Que bom — falou, com um sorriso cansado e distante. Não estava exausto por causa de Baekhyun, mas se sentia tão impotente que se incomodava. O que podia fazer por ele? Como evitar que ele ficasse daquela forma mais uma vez? Chanyeol estava com um pouco de raiva do mundo, se o mundo fosse machucar seu amigo. — Sabe o quê? Eu não vi todas as roupas, mas eu tenho certeza de que você ficou lindo nelas.

Baekhyun deixou um riso constrangido ser ouvido.

— Obrigado — sussurrou, evitando seu olhar, olhando para os próprios tênis. Balançou a mão de Chanyeol junto com a sua uma vez, envergonhado. — Você sabia que minha mãe comprava calças largas pra mim porque ela achava que eu queria esconder a minha bunda?

— Nossa, quem cometeria esse crime de querer esconder essas coxas? — Chanyeol disse baixo, juntando as sobrancelhas no meio da testa, brincando.

Baekhyun riu outra vez.

— Eu gosto das minhas coxas e eu acho que a minha bunda é bonita, sabe? Fiquei bem feliz em poder usar o que eu quiser agora.

Chanyeol olhou para o horizonte, fingindo coçar a própria nuca, pronto para fugir do assunto.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now