Parte 6 - Fingindo beijar seu namorado

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Horas mais tarde, Baekhyun já estava sufocado com as próprias fantasias sobre seu namorado de mentira.

Sabia que Chanyeol era bonito e o quanto havia gostado de seu perfume, o abraço gostoso que ele tinha e a sua personalidade adorável. Sabia de tudo aquilo e, até então, não tinha visto-o como uma possibilidade, alguém que sentisse real atração ou qualquer coisa do tipo. Só havia pensado nele como amigo, mas foi naquela tarde que foi entender o tamanho do problema que tinha arranjado.

Pensou nele o dia todo e, na maioria dos seus pensamentos, Chanyeol não usava roupa. Então teria que jantar com ele, fingindo que não queria casualmente vê-lo sem roupa e, ao mesmo tempo, só queria ser seu amigo, enquanto precisaria atuar e ser convincente para que seus pais achassem que namoravam de verdade — e ele realmente não tinha conseguido dosar, ainda, todas aquelas coisas. Sentia bastante atração por Chanyeol, mas não tinha a menor vontade de namorar com ele de verdade, mesmo tendo que parecer que sim.

Então, a solução que encontrou foi bem simples e era a que mais fazia sentido. Continuariam sendo amigos, só amigos, claro. Mas queria roubar um beijinho daquela boca, só de brincadeira.

Da forma mais desconfortável do mundo, seus pais preparavam o jantar às oito da noite. Baekhyun ficou dividido entre se preocupar e achar graça, mas só conseguiu sorrir quando Chanyeol o avisou que estava do lado de fora da casa, esperando.

Correu apressado até lá, ansioso para vê-lo de saia e, principalmente, para só vê-lo. Encontrar o brilho dos seus olhos, se enrolar no som da sua voz, petiscar da alegria do seu riso... Aquele homem era alguém que ensinava e deixava em Baekhyun o conceito mais puro de saudade.

De imediato, assim que o encontrou, o natural seria o cumprimentar, dizer qualquer coisa, quem sabe até o abraçar. Mas, daquela vez, travou.

— Oi — Chanyeol dizia com um sorriso curto.

Baekhyun não conseguiu fazer muito além de olhar, medindo-o da cabeça aos pés. Cada pedacinho. No mesmo instante, ficou todo embasbacado com a beleza dele. Com as diversas tatuagens em seus braços e a flor de lótus desenhada na parte de trás de seu pescoço, tomando um pouco das laterais. Com o delineado dos piercings por baixo da camiseta preta, fina e lisa. Com a cor bonita de sua pele. Com os enfeites metálicos em suas orelhas, sobrancelha e nariz. O brilho de seus cabelos. A cor delicada do rosado de seus lábios bonitos. Mas, principalmente, a saia... aquela saia de pregas que quase mostrava seus joelhos e deixava marcado a sombra de outras partes de seu corpo, aquele volume que Baekhyun não conseguiu evitar de olhar.

— Meu Deus — foi o que murmurou sem querer, passando as mãos nervosa e lentamente pelo rosto, tentando limpar para longe cada um dos pensamentos indevidos que teve.

Em resposta, Chanyeol só riu. Em segredo absoluto da bobeira mais boba de seu coração, adorando a expressão no rosto do outro logo ali. Fazia tempo desde que se sentiu bonito daquele jeito. Desde que alguém o olhou daquele jeito. Aquele jeitinho que fazia suas bochechas esquentarem, que o roubava um sorriso, que ecoava badulaques em seu peito. Baekhyun não precisou de uma palavra, sequer um gesto, e mesmo assim deu na segurança de um olhar uma série de carinhos, puros e castos, e quentes e não muito poéticos.

— Você jura pra mim que seus pais em algum momento duvidaram da sua sexualidade? — Chanyeol brincou, rindo.

— Eu acho que eu preciso de um exorcista neste exato momento — resmungou, sem conseguir parar de olhar para aquela maldita saia que desenhava daquele jeito obsceno a zona dos quadris de Chanyeol.

— Pra mim? — O Park fingiu estar magoado, suspirando.

— Pra mim! É cada coisa que eu tô pensando agora que nem salvação eu tenho mais — disse, por fim, naquela voz torta e meio distante, até finalmente conseguir olhar só para os olhos de Chanyeol. Respirou fundo, sorrindo, afastando tudo o que pensou e resistindo à tentação de chamar de gostoso o seu amigo. Lembrou que seria um bom namorado e lembrou de ser doce. Por isso, usou de seu tom mais gentil ao dizer: — Oi, mocinho. Boa tarde.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now