Parte 18 - Voltando a viver

34 8 22
                                    

Chanyeol acordou pronto para deixar de sobreviver e voltar a viver como fazia antes.

Vestiu algumas correntes por cima de roupas pretas, como era seu costume de anos. Os seus coturnos e piercings. Mas, agora, passou a vestir um sorriso que brilhava cada vez mais. Agora, sentia bater na porta uma gostosa dor no peito chamada paixão. E era gostoso sentir que aquele tipo de vida ainda podia pulsar em suas veias.

Ficou um bom tempo se olhando no espelho, trocando detalhes mínimos, até se sentir o mais bonito possível. Mesmo que ninguém mais estivesse no apartamento além dele, qualquer criatura do mundo saberia dizer sem falhar que ele só estava se arrumando daquele jeito porque veria Baekhyun.

Saiu de casa e foi pilotando até a casa dos Byun, acelerando o quanto fosse prudentemente possível, tendo a cabeça presa ao corpo só porque usava um capacete. Não imaginava que seria possível se sentir bem daquele jeito outra vez — se é que, em algum momento de seu passado, já chegou a se sentir bobo daquela forma.

Cheio daquela energia transformadora e de sorrisos apaixonados, Chanyeol estacionou sua motocicleta em frente ao sobrado. Tirou o capacete assim que se certificou de que ninguém na rua ou dentro das casas poderia vê-lo. Prendeu o cabelo do jeito de sempre, checando o próprio reflexo no pequeno retrovisor de sua Yamaha Factor 125i preta. Levou a moto ao seu lado, empurrando-a silenciosamente até à frente do portão, porque queria surpreender Baekhyun com sua chegada, mas sua mente estava inundada enquanto seu corpo todo cintilava.

Baekhyun era a sua pessoa certa do momento. Queria estar com ele assim que o momento errado em que estava passasse. E isso, assim, de repente, só lhe pareceu como um incentivo a fazer mais esforços para estar bem. Como podia usar tanto de seu tempo para ajudar a libertar o Byun, enquanto não ajudava a si mesmo e mal sabia sobre liberdade? Por isso, decidiu dar o primeiro passo.

Naquela tarde, contaria a Baekhyun alguns de seus segredos sobre os últimos meses.

Estacionou a moto, apoiando-a no pedal. Respirou fundo, porque sabia que seria um dia difícil, se quisesse se abrir e mexer em feridas. Entendia que o esforço seria grande e muita força seria necessária. Mas já relaxou um pouco logo em seguida, porque era Baekhyun quem estaria ao seu lado e ele sempre acharia um jeito de amenizar as suas dores, nunca faltaria um abraço nos braços dele.

Bateu palmas ali em frente, sem se identificar, olhando para Simba, o cachorro, dando piruetas e balançando a cauda para os lados. Esperou um pouco em silêncio, mas conhecia o Byun. Sabia que ele fingia que não estava em casa para não ter que atender ninguém. Por isso, bateu palmas novamente. Dessa vez, viu alguma movimentação na janela da sala. Pouco depois, Baekhyun apareceu correndo, abrindo o portão pelo controle remoto no meio do caminho. Chanyeol já estava a um sorriso longe de gargalhar, porque não suportava aquele rosto contente sem sentir todas as coisas boas do mundo. Mas só foi rir mesmo, completamente sem querer, quando Baekhyun o alcançou e se jogou em seu colo, quase derrubando Chanyeol enquanto ele segurava o Byun longe do chão.

— Você é louco? Quase me derrubou — fingia reclamar, ainda rindo, tendo os braços de Baekhyun apertados em volta de seu pescoço, quase o sufocando, e as pernas dele cruzadas atrás das suas costas, pendurado, agarrado ao seu corpo sem nem avisar que o abraçaria.

— Que surpresa boa, Yeol! — disse baixinho, recheado de risadinhas, nem um pouco interessado em descer ao chão. — Eu acabei de fazer o almoço, se soubesse que você vinha eu tinha feito algo melhor!

— Mas são quase três da tarde, Baek, o que é que você cozinhou que demora tanto? — perguntou, rindo em seguida. Gostava da sensação de ouvir a voz de Baekhyun dentro de seu abraço.

Como Ser Expulso de CasaWhere stories live. Discover now