31 - Inflamados de paixão (Rick)

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— Então, eu vim aqui hoje porque quero pedir a Serena em casamento. Sei que ainda é cedo, mas não queremos ficar longe um do outro e...

— Pare! Por favor, pare — Edu me corta. — Isso tá horrível. Se fosse minha filha eu ia dizer que não, com certeza.

Passo as mãos pela cabeça novamente.

— Essa foi a minha quarta tentativa, não sei como fazer isso — reclamo.

— Você tá muito travado, Rick. Só deixa as coisas fluírem e não fica explicando muito. Os pais de Serena também não querem ficar longe dela, isso só vai dificultar as coisas — diz.

— Já falou com os pais de Cristal? — pergunto.

— Bem, não! Mas isso não vem ao caso. Eu vou simplesmente dizer que a quero pra mim e pronto. Eles aceitando ou não, nós vamos namorar. Não posso perder essa garota. Estou enfeitiçado. Ela tem alguma coisa, sabe? É difícil explicar. É como se fosse uma droga, é isso. Estou viciado!

— Vai dar certo. Confia! — zombo. — O que aconteceu no fim de semana passado hein? Só faz uma semana e você tá todo apaixonado.

— Vício, meu amigo. Vício! — ele repete com cara de adolescente apaixonado.

Edu encara o espelho acima do aparador e ajeita o cabelo.

— Vou tentar de novo, presta atenção!

Ele segura o riso e se vira para mim, esperando.

— Eu pedi Serena em casamento e ela aceitou. Vamos nos casar em dois meses e ela irá comigo para uma viagem de três meses, depois voltaremos. Gostaria de obter a benção de vocês.

— Isso foi — ele se levanta como se estivesse surpreso —, brega demais! Você é estrangeiro? Como assim, obter benção?

Jogo a cabeça para trás, no encosto do sofá. Isso vai ser mais difícil do que eu pensei que seria.

— Só diz assim: "Estamos apaixonados e queremos nos casar em dois meses. Assim poderemos viajar juntos como marido e mulher".

— Isso pode funcionar — afirmo.

— É claro que vai. Confia.

Edu bate as palmas nas pernas e se levanta.

— Já te ajudei, agora preciso ir. Vou passar naquela loja de doces coreanos e comprar um presente pra Cristal — diz ele.

— É sério, você tá muito chato — digo. — Quando você está apaixonado de verdade vira uma criança?

— Uma criança muito feliz — retruca e dá mais uma olhadinha no espelho. — Tchau. Boa sorte com o seu pedido/problema.

Será que os pais de Serena vão entender? Não quero deixá-los irritados comigo, mas ao mesmo tempo não há como adiar essa conversa. Temos só dois meses.

Entro na sala escura para separar as fotos que levarei para a empresa.

Uau! Minha noiva é muito bonita. Cada sorriso e cada pose se destacam em meio às flores. Impossível não se apaixonar por ela. Não é atoa que teve tantos namorados.

Seus lábios semiabertos ao encarar o campo de girassóis fazem meu coração acelerar. O que está acontecendo comigo? Começo a me lembrar dos beijos que trocamos no beco perto do restaurante em Holambra. Sem querer me pego pensando o que aconteceria se eu a pudesse beijar sem controle. Espalmo minhas bochechas. Mas o que e que estou fazendo? Serena está me deixando louco.

Como ela pôde me prensar contra a parede daquele jeito? Ela não tem noção de como essas provocações mexem comigo. Não consigo parar de pensar nela. Passo foto por foto e todas elas só me fazem ter certeza de que precisamos nos casar.

Romântica (COMPLETO)Where stories live. Discover now