23 - Melhor dia (Ricardo)

44 6 2
                                    


Confesso que estou um pouco nervoso. Não sei bem como encarar o pai de Serena.

Ela finalmente sai de seu apartamento. Seus cabelos estão soltos e jogados para o lado direito. A maquiagem leve realça seus belos traços naturais e seu vestido simples, na cor branca, a deixa mais jovem. Não consigo tirar os olhos dela.

— Estou bonita? — pergunta.

— Que isso! Nem precisa perguntar. Não está vendo minha cara de bobo? Se fossemos irmãos, acho que eu me esqueceria disso ao vê-la tão linda assim.

Serena sorri e suas bochechas assumem um tom avermelhado.

— Não precisa exagerar — diz, baixando a cabeça.

— Não estou exagerando, você é a única pessoa que já me fez querer beijar minha própria irmã. Acho que ninguém nunca passou por isso antes.

Ela ri tapando a boca com a mão.

Eu me aproximo e retiro a mão dela da frente de seu sorriso.

— Não o cubra — peço.

Serena ergue as sobrancelhas, confusa.

— O seu sorriso — explico. — Deixe que eu o veja. Algo que eu sempre desejei foi um dia fazê-la sorrir desse jeito.

— Ninguém, além de você poderia me fazer sorrir com tanta sinceridade — afirma.

Abro um sorriso, eu não consigo conter minha felicidade ao ouvi-la dizer isso. Ainda parece um sonho.

Estendo a mão para que ela segure. Como de costume, Serena tagarela o tempo todo enquanto eu dirijo. Não posso negar, estou ouvindo e prestando atenção, mas não consigo me concentrar na conversa. A ansiedade toma conta de mim.

— Você não precisa ficar nervoso, eu avisei que viríamos — ela diz empolgada.

Assim que os pais de Serena vêm me receber, sinto que todo meu ar foi embora.

— Pode respirar — diz o pai de Serena me dando um tapinha nas costas. — Uma hora ou outra isso ia acontecer.

Nós nos sentamos no sofá simples da sala e já faz alguns minutos que ninguém diz nada. Nem sei por onde começar.

Dona Marta serve um suco para nós e me encara, cerrando os olhos.

— Então, você rejeitou Serena porque achou que ela era sua irmã — zomba.

— Sinto muito, senhora. Entendi tudo errado.

— Pobre criança, deveria ter vindo conversar comigo.

— Nem pensei nisso.

— Gosta da minha filha? — pergunta o Senhor Jairo.

— Não senhor, eu a amo — respondo e eles me encaram.

— Já gostava dela quando era pequeno e vinha dormir aqui em casa? — ele pergunta, me fazendo corar.

— Eu nunca fiz nada estranho — afirmo.

— Então a resposta é sim. Garoto astuto — ele retruca.

— Vim até aqui — começo. — Porque quero pedir a mão de sua filha em casamento.

Serena engasga cuspindo metade do suco que havia colocado na boca. A mãe dela deixa a jarra cair no chão.

— Casamento? — Jairo toma um gole do suco, tranquilamente.

— Sim senhor, eu não falei errado. Quero namorar Serena com a intenção de me casar com ela. É claro que vou precisar de um tempo para convencê-la disso — explico. — Você está bem? — Eu me levanto e vou até ela.

Romântica (COMPLETO)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα