Romântica (COMPLETO)

18 - Por um fio (Serena)

Pulo da cama num salto.

Dia de ajudar meus pais com a mudança.

Eles vão morar em um lugar bonito. É um bairro próximo ao de Clara.

Já faz mais de uma semana desde que soube que Rick pode ser meu irmão. Eu resolvi tirar essa semana de folga para colocar meus neurônios no lugar, afinal, não dá pra ajudar ninguém quando eu mesma não consigo me concentrar em nada. Não é fácil encontrar Rick e agir naturalmente, mas estamos nos saindo bem.

Assim que me aproximo da casa, vejo meus pais discutindo sobre que caixa colocar na sala, no quarto e outras coisas aleatórias. Que saudade!

— Mãe! — grito já entrando e dando um abraço apertado nela.

Seus cabelos estão lindos como sempre, mas seu rosto tem mais rugas agora. Embora, ela pareça bem mais jovem para sua idade.

— Minha Serena, como eu senti sua falta — diz colocando as mãos em meu rosto. — Você parece bem.

— Marta, onde posso colocar essa caixa cheia de livros? — pergunta meu pai. — Oi filha, você chegou. Que saudade! — Ele deixa a caixa de lado e vem me abraçar.

— Também senti muita saudade de vocês.

— Você cresceu e amadureceu muito, minha menina. Tenho muito orgulho de você. Não deve ter sido fácil ficar sozinha por aqui.

— Obrigada, pai. Mas acho que ainda tenho muito para amadurecer.

— Jairo, pode deixar essa caixa aqui mesmo. Serena me ajuda a colocar os livros na estante.

Meu pai sorri.

— Ela continua me dando ordens — reclama, me fazendo rir.

— Sabe quem coincidentemente foi acabar morando no apartamento de frente pro meu? — pergunto. Melhor eu contar logo, antes que fique esquisito.

— Ricardo! — diz minha mãe, sem pestanejar.

— Como sabe?

— A gente lê as notícias, Serena. Não acreditamos em tudo, logicamente, mas já sabemos de Edu e Rick.

— Eu não tenho nada com nenhum dos dois, no momento — explico.

— Eu ficaria irritada se você tivesse algo com Rick — comenta minha mãe.

As palavras me atingem como um golpe.

— Por quê? Ele é uma boa pessoa — afirmo.

— Como eu posso ficar feliz quando ele te fez chorar tanto? — ela retruca.

— Sei — digo, apenas.

Não consigo saber se ela está tentando esconder alguma coisa, mas o fato de minha mãe não gostar da ideia de Ricardo e eu termos um relacionamento já é preocupante por si só.

— Rick teve os motivos dele, mas no fundo sei que ele me ama — provoco.

Minha mãe me encara colocando as duas mãos na cintura.

— Não tente me irritar agora, acabamos de nos reencontrar — afirma me arrancando uma risada.

Organizo rapidamente os livros na estante e corro para ajudar meu pai. Tenho que conseguir alguma coisa, qualquer coisa que me ajude no teste de DNA. Eu nem sei o que seria útil. Fios de cabelo? Um copo em que ele tomou alguma coisa? Será que é muito caro para fazer um teste de DNA?

Retiro o celular do bolso e pesquiso na internet. — É mais fácil e barato do que eu tinha imaginado.

— O que é mais fácil e mais barato? — pergunta meu pai.