Não sei como Adam consegue não falar sobre Sam. No entanto, levando em consideração o tempo que estão juntos...
Deus, assim que terminaram há sete anos atrás tudo que saia da boca dele envolvia a garota.Quem sabe depois de sete anos eu consiga desenvolver a mesma habilidade de me conter.
— Por que estamos nesse bar? — Adam pergunta.
Também me questiono o mesmo, não faço ideia da razão pela qual Peter nos arrastou para um lugar tão distante da galeria.
— É o point dos jornalistas — diz.
Adam e eu nos entreolhamos.— Está bebendo no lugar aonde seus inimigos se divertem? — questiono.
Ele só pode ser louco. Toda semana, sem exceção, surge uma matéria a respeito de Peter. As vezes verdadeira, as vezes tendenciosa, mas sempre relacionada ao seu alto nível de promiscuidade.
— Está dando munição a esses abutres.
Adam dá risada.
— É exatamente esse o propósito de estarmos aqui, — estreita os olhos para nosso amigo. — Não é?
Peter nos ignora e acena para o garçom do lugar; assim que o funcionário do local se aproxima, ele pede um martini com duas azeitonas.
Não sei porque reparo nesse detalhe, mas, se não me falha a memória, todas as vezes que Peter pede um Martini (as quais são raras) ele exige duas azeitonas. Não uma, não três, duas.
Garoto estranho.
— Talvez, mas não vem ao caso. —declara. — Só achei que era o lugar ideal para dizer que estou indo para Nova York — anuncia.
— Precisa de tanta cerimônia pra dizer que vai viajar? —indago fazendo careta. Ao meu lado, Adam parece ficar tenso.
Peter tentar manter o sorriso convencido e dissimulado de sempre, no entanto, sua postura descontraída oscila.
— Não é uma viagem — solta. — Tenho tido umas reuniões com Samantha e...
— Tem? — o tom de Adam é acusatório.
Peter o ignora e continua:
— E ela decidiu investir em outros artistas sem reconhecimento como Reed, pessoas que vieram das ruas e jovens de orfanato, só que em outras cidades — parou um pouco para respirar. — Vamos abrir outras galerias, Vamos transformar o Studio Rebel Angels em algo ainda maior, uma marca de alcance global de Pintores e fotógrafos, mantendo a pegada do original concedendo tatuagens exclusivas das artes vendidas.
Porra, isso é muito grande.
— E eu serei o Gerente-chefe dessas sedes, e por Nova York ser um point ideal para um Studio Central... Estou indo para lá.
Paro, perplexo e atordoado demais para organizar os pensamentos na minha cabeça.
— Como é? — eu tô confuso pra caralho. — Você tá... Se mandando daqui? Simples assim?
É como ser apunhalado pelas costas, a diferença é que Peter está bem na minha frente e calmo como uma maldita porta.
— E a Samantha sabia disso — Adam soa bem mais traído.
O silêncio recai sobre a mesa conforme se processa as informações jogadas sobre nós. Somos adultos, e nem somos irmãos de sangue, mas... Porra, somos a droga de uma equipe, somos nós contra o mundo. E Reed. Porra, Reed vai ficar desolada.
É como ver um pacto ser quebrado. Peter indo embora.
— Adam está casado com a mulher que passou anos tentando superar, você e Reed finalmente estão indo bem e ela tem uma carreira mais do que promissora agora, — Peter desvia o olhar para um ponto distante. — E eu?
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2 •Esqueça Ela - Blue Sky City
RomanceReed Spencer é o caos em pessoa, encrenqueira, problemática até o último fio de cabelo prateado e precisa - urgentemente - de um teto temporário enquanto procura um bom apartamento. E quando não se é tão amigável, nem gentil, ou ao menos simpática...
35 - Surpresas
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