Reed Spencer é o caos em pessoa, encrenqueira, problemática até o último fio de cabelo prateado e precisa - urgentemente - de um teto temporário enquanto procura um bom apartamento.
E quando não se é tão amigável, nem gentil, ou ao menos simpática...
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Nós costumávamos ser Como gêmeos, na mesma sintonia A mesma energia.
Hot' N cold - Katy Perry.
Atualmente.
A cozinha de Gregori é do tamanho de um ovo, minúscula, mal cabe a pequena mesa quadrada de madeira com quatro cadeiras. Seus móveis e eletrodomésticos caros se destoam em um ambiente tão limitado, é evidente que ele tem dinheiro para um lugar maior.
Mastigo a torrada, levando a xícara de café preta cheia de desenhos de caveirinhas a boca para me ajudar a engolir o pão dormido.
Acho que ele prefere estar em um lugar assim, não é que seja ruim, só que é claramente feito para uma pessoa só. Greg não quer deixar espaços disponíveis, ele não quer espaço algum para outras pessoas ali.
É justo, talvez escolha uma casa parecida com a sua.
O grandão retorna para a cozinha, vestindo Jeans e uma regata cinza que ressalta seus braços imensos, cheirando a uma de suas colônias capilares que também usei no banho.
Ele nem tem cabelo, por que diabos vem gastando com produtos de cabelo?
Greg coça a nuca e puxa a cadeira a minha frente, se sentando.
Beberico um pouco mais do café.
— Leitura em? — murmuro. — Você, um leitor, quem diria? — é nove da manhã, e mexer com um homem grande neste horário é definitivamente algo não recomendado.
Gregori pega um dos pães do cesto de palha e se inclina para roubar a faca repousada em meu prato. Ele corta o pão, passa uma quantidade generosa de manteiga e o morde como um ogro.
— Cuide da sua vida — a frase sai abafada pela sua boca cheia.
— Não fique constrangido, as mulheres gostam de caras cultos — mexo as sobrancelhas sugestivamente. — Isso pode até te ajudar a dissipar a reputação de troglodita.
Greg rola os olhos e eu cutuco meus ovos fritos com o garfo. Ele se estica novamente, desta vez agarrando minha xícara.
— Não quero dissipar minha reputação — soa ofendido. — Gosto de ser um troglodita. Menos idiotas no meu calo, e menos garotas choronas na minha cola.
Era um ponto e tanto. Se sua avó não estivesse louca para vê-lo amarrado com alguém há pelo menos uns dois anos, o submetendo a um encontro por semana com alguma completa estranha escolhida a dedo pela senhorinha doce e amável que atualmente reside em um lar de idosos bem caro. Greg era um bom neto.
— Por que eu nunca te vi lendo nada? — pergunto, impressionada em como deixei isso passar despercebido. Seria algo que eu notaria, Greg e um livro.
