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N/A: (Não faço a mínima ideia do porque, mas eu simplesmente, amo esse capítulo. Aproveitem!

Com amor, Sara.

PS: tem aviso importante no final, não deixem de ler!!)



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Certo, dizer que eu estava ansiosa era eufemismo comparado ao que eu sentia quanto ao dia de hoje.

Em uma escala de um a dez referindo-me a probabilidade do quanto essa noite poderia ser um total fiasco, talvez um onze seria o ideal.

Sei que pareço uma pessimista rabugenta que somente vê o lado negativo das coisas quando falo dessa forma, mas, eu lhes garanto, não sou assim, não na maior parte do tempo, pelo menos.

Sempre, sem exagerar, sempre consigo ficar animada e empolgar os que estão ao meu redor em situações em que há mais malefícios do que benefícios, esse é o meu dom. Nunca precisei disso, nunca precisei alguma motivação a mais por eu estar dando conta de mim mesma. É ultrajante, eu sei. Todavia, reconheço que, agora era eu quem precisava de alguém para levantar o meu astral.

Perdi a conta de quantas hipóteses de como essa noite poderia acabar, no sentido ruim, eu já havia criado. E ainda são duas da tarde! Levando em conta que o evento começa apenas às oito da noite, estes simples pensamentos me fazem aparentar ser uma paranoica compulsiva, o que eu, definitivamente, não sou.

Tenho total consciência de que estou sendo lógica demais, um realismo exagerado, a fixação tendenciosa pelos pensamentos negativos sendo maior do que o otimismo que agora havia sido encurralado no fundo do meu subconsciente.

Sabia que precisava relaxar. Estava tensa demais para uma adolescente que não devia ser muita coisa além de impulsiva e inconsequente.

Forcei-me tanto a parar de escutar meu coração e emoções, recusando-me a deixar que o meu lado sentimentalista e emocional falasse mais alto – já que eles sempre tiveram essa predisposição a me controlar – que, agora eu percebo, acabei me esquecendo de como e quando devo usá-los, tendo o lado arguto e coeso mais presente do que deveria, sem contar a inclinação que ele possui de aparecer na maior parte dos momentos em que ele, certamente, não deveria, justamente nas ocasiões em que eu precisava ser um pouco mais instintiva, tendo este lado pensante sempre ligado de forma maçante e azucrinante durante todas as vinte quatro horas do dia. Consequentemente, logo que tento usar essa parte sensitiva do meu cérebro, falho miseravelmente. O que instiga, como se fosse um gatilho, a sensação de apavoramento e pânico, fazendo-me sentir daquela forma horrível como se tudo fosse sair do meu alcance, do meu controle.

-Filha...? – Meu pai estala seus dedos na frente do meu campo de visão. – Ashley?

-Ah, oi, pai. – Meus olhos recobram o foco e minha mente se dispersa novamente.

-Você estava me ouvindo? Parecia distraída... está bem? – Ele pergunta, colocando seu IPad, onde resolvia alguns negócios, apoiado em sua perna.

-Estou bem sim, eu acho que só viajei, foi mal. – Sorrio para que ele veja a sinceridade em minhas palavras. – O quê disse?

-Perguntei se estava animada para hoje à noite. – Relembra-me.

-Oh, desculpa, eu não tinha ouvido. – Explico. – Não tenho sequer palavras para descrever como estão minhas... emoções para hoje. – Tento falar o máximo da verdade. E com certeza era verdade que eu não sabia ao certo como descrever minhas expectativas para esta noite que poderia ser tão promissora ou tão arriscada.

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