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Na manhã do sábado, fui acordada da pior forma como alguém poderia ser acordado em um final de semana: com um estridente despertador praticamente estourando meus tímpanos e me tirando de um sonho legal, e que eu particularmente.

Era realmente um ótimo sonho, tá legal?

Confesso, estava cansada e indisposta para me levantar. Sabia o que me aguardava, era previsível que eu não teria me esquecido, e eu acho que era principalmente por isso que eu não queria sair daquela cama confortável e que, no momento, agia como um ima, um muito forte e quase impossível de escapar. Precisei de muita força de vontade e determinação para sair daquele colchão envolto de lençóis e travesseiros extremamente tentadores.

Eram nove e cinco da manhã quando eu entrei de baixo do chuveiro; a água gelada caindo sob a minha pele quente e arrepiando-me levemente com aquela nova e estranha sensibilidade para o meu corpo recém-acordado.

Era uma sensação especial, a única que me fazia despertar. A mistura do quente com o frio sempre me agradou, não só na temperatura do meu banho, mas também em comidas, cores, entre outras coisas.

Nove e meia e eu já estava vestida com uma calça jeans clara, um pouco larga no meu corpo, uma camiseta branca de botões colocada dentro dela. Escolho a minha nova bolsa Louis Vuitton xadrez bege, bordô, preta e branca, alguns detalhes vinhos ornamentando ali e aqui; era a própria definição das cores de outono e era belíssima, acho que a minha bolsa favorita até agora.

Meu sobretudo bege combinava perfeitamente com as cores escolhidas para compor o visual deste dia. Amo brincar com as cores e gosto de usar os mesmos de uma única paleta, trazendo uma harmonia unanime e perfeccionista da forma que eu gosto, mas, de vez em quando, é claro que uma cor mais diferenciada entra, mesmo sendo difícil.

A limusine, como sempre, já estava a minha espera em frente ao prédio.

Se o trânsito cooperar, vinte minutos será o suficiente para eu chegar ao café no horário marcado, tendo em vista que não fica muito longe do Central Park, portanto, não é tão longe da minha casa. De qualquer jeito, tive de sair mais cedo. Sempre temos que sair com antecedência aqui em Nova Iorque, só quem já viveu, ou conhece a cidade, sabe do que digo e o porquê esses minutos extras serem tão necessários.

Meu pai já estava avisado que hoje pela manhã eu sairia com alguns amigos para tomar café, bom, é mais que obvio que eu não citei quais amigos eram, todavia, não menti, realmente sairia com amigos para tomar café, no caso, somente Audrey e Nick eram meus amigos, entretanto, a parte onde eu citava que teria um desconhecido e uma pessoa que meu pai provavelmente odeia, eu precisei deixar de lado, mas foi necessário, eu juro.

Assim que instruo o chofer exatamente onde iríamos, ele não perde tempo em ligar os motores e seguir para as ruas movimentadas do Uper East Side.

Não demoro a pegar meu celular e mandar uma mensagem a Audrey, seria estranho demais eu chegar no café e ver que somente Jacob, imaginem nós dois sentados olhando para a cara um do outro sem ter o que fazer enquanto esperamos Audrey? Seria patético, no mínimo miserável para ambos.

Não saberia o que falar, nem como agir, claro que eu daria um jeito, sempre dou, mas seria desconfortável e eu, particularmente, prefiro evitar esse tipo de situação, já está sendo horrível ter que fazer tudo isso com ele, não preciso me pôr em algo ainda mais ridículo.

Audrey responde que já estava a caminho, tipo, muito próxima mesmo, faltava apenas virar a esquina e enxergaria a rua do café escolhido por Jacob.

Repliquei que também estava próxima e que se quisesse poderia entrar e escolher uma mesa para nós.

O Lado Mais Sombrio de Nova Iorque (EM PAUSA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora