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Assim como Jacob havia dito que daria um jeito, ele realmente deu.

Eu não sei como, e, sinceramente, nem quero saber, mas ele, de alguma forma estranha e suspeita, conseguiu o meu número, avisando que nos encontraríamos amanhã pela manhã em um café de suapreferência.

O idiota nem me deixou opinar!

Falou que até amanhã teria a sua "equipe" pronta e que era bom eu levar a minha, no caso, Audrey era a minha única equipe. E bom, pelo menos deu certo com o que eu já estava planejando com a minha melhor miga, afinal, também iriamos nos encontrar em um café para programar nossos próximos passos.

Entretanto, mesmo com essa parte resolvida, ainda havia um último passo para que o encontro de amanhã desse certo. E esse era o passo que mais me assustava.

Mando mensagem para Audrey avisando que precisava falar com ela por facetime urgentemente. Ela ligou para mim no mesmo instante, e eu acho que ela ficou assim tão esperta nas minhas "conversas urgentes" depois da última conversa urgente de hoje mais cedo, que por algum acaso era simplesmente um aviso de que eu investigaria um assassinato que aconteceu no meu hotel.

- "Tá, só fala com o quê aconteceu dessa vez. E depois eu quero saber por que que você foi embora mais cedo, sinto que tem a ver com essa ligação..." – Começou objetiva a ligação a partir do momento que eu a atendi.

-Primeiramente eu fui embora porque ontem eu fugi da detenção com o Jacob e pegaram através das câmeras. Longa história, vou te explicar outra hora. – Nunca falei tão rápido na minha vida e nem entendo como ela conseguiu me entender, mas entendeu.

A próxima coisa que eu escuto é sua gargalhada, estridente e incessante.

-Do que você está rindo?

- "Meu Deus, Ashley! Você literalmente fugiu da detenção. Caramba garota, daqui a pouco vai me superar." – Ela diz se acalmando da risada. – "E como se safaram?"

-O diretor achou que nós estávamos tendo esses comportamentos rebeldes por causa de tudo o que aconteceu com as nossas famílias, aí o cara deu um desconto e livrou nossa pele, depois disse que a gente podia ir embora. – Lhe explico apoiando meu celular em uma das almofadas em minha cama.

- "Sortuda!" – Jogo meus cabelos para trás em um movimento exagerado de "arrasei", claramente brincando com o que a minha melhor amiga disse.

-Enfim, não era sobre isso que eu queria falar, mas que bom que eu já te expliquei, iria te contar de qualquer jeito.

- "Céus, mais coisa?" – Ela cai na cama segurando o celular em um ato de cansaço e retaliação. – "Não lembro o último dia normal que tivemos em nossas vidas, sério."

-E eu não faço ideia de quando será o próximo que teremos. Pode apostar, esse próximo mês será tudo menos normal. – Falo humorística, mas com uma pontada de medo crescendo em meu peito.

- "E do que você queria falar?"

-Sabe a nossa missão? – Ela assente. – Então, se eu te dissesse que não somos somente nós que estamos envolvidas e que esse envolvimento a mais não foi proposital, mas sim consequente e irremediável, algo fora dos nossos alcances?

- "Quem mais?" – Questiona hesitante, sobretudo curiosa.

-Promete que não vai surtar? – Ela não responde nada e apenas me encara de uma forma que me disse mais que mil palavras poderiam. – Jacob...

- "O quê?!" – Seu celular cai em seu busto e ela rapidamente o pega, sentando-se na cama e levando o celular próximo ao rosto. – "Repete, eu acho que teve uma mal conexão e eu não entendi, não é possível que eu tenha entendido o que eu acho que entendi."

O Lado Mais Sombrio de Nova Iorque (EM PAUSA)Where stories live. Discover now