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Batidas ecoam pela minha porta.

-Ashley? Já acordou? – Escuto uma voz acompanhada das batidas contra a porta de madeira. 

Abro lentamente meus olhos, reconhecendo onde estou: meu quarto. 

Ainda deitada, coço minhas pálpebras como se assim fosse possível abri-las e encarar o novo dia que vinha pela frente.

-Hum? Quem... – Bocejo. – ...é? – Pergunto com a voz rouca e os pensamentos confusos por ter acabado de acordar. 

-É a Mary, querida, já está de pé? – Ela pergunta novamente.

-Não. – Respondo, finalmente me sentando em minha cama.

-Posso entrar? – Minha funcionária pergunta mais uma vez.

-Claro. – Respondo em um murmúrio quase inaudível.

-Bom dia, florzinha. Dormiu bem? – Ela pergunta simpática como sempre.

Faz não muito mais do que um ano e alguns meses que trabalha aqui em casa, mas já a vejo como uma amiga. Acho que seria impossível de não me tornar amiga de alguém tão agradável e social como ela e que eu vejo todos os dias, praticamente.

-Sim, dormi bem, obrigada Mary. – Respondo vagarosamente, ainda cansada, tateando os lençóis e tentando os afastar de mim.

-Seu pai lhe deixou um recado antes de sair.

-Ele já saiu? Acho que dormi demais... – Falei comigo mesma colocando meus pés para fora da cama.

-Ele disse que queria que hoje você almoçasse com ele no hotel. – Ela avisa.

-Qual deles? – Pergunto, já imaginando qual poderia ser.

-O da Quinta Avenida. – Me diz.

-Ah sim, o meu preferido. – Observo.

-Ele faz de tudo para agradar a senhorita. – Ela observa com um sorriso simpático.

-Faz mesmo... – Sorrio comigo mesma, agradecendo rapidamente a Deus por ter pelo menos deixado um pai tão incrível para tomar conta de mim.

-Mas agora, levante-se, vou te ajudar a se arrumar, já está quase em cima da hora. Daqui a pouco a limusine chegará e você não estará pronta. – Ela diz abrindo o meu guarda-roupa.

-Vou tomar banho, você organiza tudo para mim? – Peço caminhando até a porta do meu banheiro.

-Claro. – Ela assente e eu fecho a porta do banheiro.

Uau. O dia mal começou e eu já devo estar atrasada. 

Concluo comigo mesma.

Detesto me atrasar.

O dia estava claríssimo, tanto que iluminava todo o meu banheiro sem a necessidade de qualquer ajuda da energia elétrica.

Parece que o clima de verão ainda não foi embora de Nova Iorque, o que para mim, é mais do que ótimo. 

Céu azul, pássaros no céu, gramas de um tom vibrante de verde, sol brilhante..., isso tudo só me anima e me deixa muito mais desperta para começar bem o dia. Isso, e um banho gelado logo pela manhã. 

Ligo a ducha e regulo para uma temperatura mais fria. É bem possível que eu morra de hipotermia, mas eu preciso despertar e este é o único meio eficaz, sendo assim, lá vamos nós. 

Não demorei muito já que estava possivelmente atrasada. Quando saio do box, ainda de toalha, passo meu gloss e pego minhas pulseiras que estavam em um potinho em cima da pia. Ajeitei ligeiramente o meu cabelo castanho-dourado – não chegava a ser castanho, nem de perto meu cabelo era escuro, mas também não chegava a ser loiro loiro, era algo no meio-termo. 

O Lado Mais Sombrio de Nova Iorque (EM PAUSA)Where stories live. Discover now