115

26.2K 2.2K 1K
                                    

Preto 🥋

Tinha se passado mais um dia, eu tava praticamente morando na casa do cabeça, Patrão tinha voltado pro morro dele atrás do Goiaba que tava no mesmo lugar, isso me fez tirar a prova que o peixe é confiável e tirar essa neura da minha cabeça.

O dia que tinha se passado só serviu pra eu me limpar, mano cabeça não me deixava nem pisar na rua sozinho. Mas também, a única notícia que eu tinha da Letícia foi que ela tava na mesma e o médico havia dito que se ela passava mais 24h sem dar sinal, eles iriam colocar em coma.

Eu tava olhando pro teto enquanto tava deitado na cama quando o Cabeça bateu na porta, ele abriu e eu olhei pra ele.

Cabeça: A Lelê acordou.- Dei um pulo da cama encarando ele.- Não acordou assim, mas deu um sinal de vida.

Preto: Como? - Falei eufórico.

Cabeça: Respiração ficou acelerada. Ele fizeram o exame e parece que ela tá acordada, só não tá em total consciência. Pelo que a Laura falou ela nem se mexe ainda, mas de vez em quando a respiração da sinal que ela tá viva.- Falou tentando explicar.

Preto: Vou lá cara.- Fui sair atrás da chave da moto.

Cabeça: Polícia tá rondando, querendo saber o que aconteceu. Tá até na porta do quarto.- Neguei.

Preto: Que se foda cara, eu passo por eles e eles nem veem.- Cabeça me encarou feio.

Cabeça: Para de graça, moleque.-Bateu em mim.- Patrão tá vindo aí, Laura vai ligar em vídeo pra vocês, então senta pra esperar.

Encarei ele serinho e alguém bateu na porta, me sentei no sofá olhando e quando ele abriu era o Ryan, olhei feio pra ele e neguei.

Ryan: Tá se olhando no espelho pra tá fazendo cara feia? - Falou fazendo toque com o cabeça.

Preto: Tu é chato pra caralho ein, moleque.- Reclamei e ele riu, se jogando no sofá.

Cabeça: O cara acha que tá em casa.- Resmungou.

Ryan: Jaja tu descobre que eu comprei essa casa aqui.- Me olhou balançando a cabeça.- Tá feião tu ein.

Preto: Me diz aí quando foi que eu te perguntei?! - Ele riu e eu neguei.

Passou uns minutos com esse moleque abusando a mente até o Patrão chegar, eu já tava quase arrastando ele pelo cabelo do pau pra fora de casa, muito chato não tem como.

Quando Patrão chegou a gente ficou marolando até a Laura ligar, daí que começou maior briga porque o Ryan achou que tava num desfile pra querer aparecer mais que todo mundo.

Patrão: Vai tomar no cu essa porra.- Pegou o celular da mão do Ryan e se afastou.- Fala aí garota, conta aí o bagulho!

Laura: Como eu tava tentando falar, né... Ela tá acordada, mas não fisicamente, deu pra entender? - Balancei a cabeça olhando pro Patrão.- Mas o médico falou que o corpo dela dando sinais já é ótimo, não vai demorar muito pra ela acordar de vez.

Preto: Quando tempo pra isso? - Falei alto pra ela escutar, já que o maluco tava longe.

Laura: Uns dois há três dias.- Respirei aliviado.- Quer vê a cara dela?

Patrão: Aham, mostra aí.- Falou se sentando perto da gente de novo, dei logo uma puxada no Ryan e coloquei ele quieto, pior que criança o maluco era.

Ela mostrou a Letícia e eu até me aliviei, o rosto dela tava menos inchado, só o tinha roxo, mas já tava mais calmo pelo menos.

Laura: O médico usa uma pomada nela, o que tá fazendo tirar o inchado e aos poucos diminuir o roxo.- Falou mostrando.

Ryan: Tá diminuindo o roxo no sonho de vocês, só pode.- Patrão bateu na cabeça dele.

Patrão: Jae, entendi! Qualquer bagulho tu liga, o que precisar.- Falou e eu me levantei, balançando a cabeça mais tranquilo.

Laura: Já sei todo esquema, e quando conseguir visitar eu aviso também, acho que quando ela acordar e falar com os polícias vai ficar limpo.- Falou mais baixo.

Fui tomar água e procurar algum bagulho pra comer, quando voltei escutando o Ryan resmungando que tava tentando arrumar a ficha com a justiça pagando alguém pra limpar, pra ir no hospital tranquilo.

Preto: Papo reto, eu tava viajando nisso...- Falei me sentando.- Tô mais de boa porque tem policial lá, mas quando inimigo souber que herdeira do Patrão tiver lá assim, nenhum neguinho vai perder a oportunidade de querer usar isso contra não.

Patrão: É po, mas não dá pra colocar segurança ali. Fora que não pode ficar mais de duas pessoas no quarto, maneiro a Laura ficar lá porque ela é mulher e ajuda a Leticia, só que de qualquer maneira, quem for lá pra lá só vai fazer a mesma coisa que o F6 faz. Lá fora já tem uns menor rondando, a única coisa que tem é isso.

Ryan: Falar nisso pô, cadê as negas que fizeram isso? - Me olhou.

Preto: Tão numa casinha ali, que a gente usa pra tortura. Esses dias num tive tempo nenhum de pisar lá.- Falei negando.

Ryan animou de ir lá e eu achei maneiro, iria curar meu estresse e iria me vingar da melhor maneira, mesmo sabendo que isso não ia tirar minha mulher do hospital, muito menos a minha culpa, eu ia ficar mais tranquilo.

Todo amor do mundo Onde as histórias ganham vida. Descobre agora