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Letícia 🎭

Eu tava tomando água tremendo que nem um cachorrinho, Brenda tava me encarando e eu tomei um susto quando ouvi o Pretinho falando.

Preto: Amor caralho, aonde você tá? - Gritou e eu pude ouvir sua respiração acelerada.

Letícia: Na casa da Brenda, invadiram a casa e eu tive que sair correndo.

Preto: Brenda? - Falou alto novamente.- Como tu foi parar aí?

Letícia: Correndo sem rumo algum.- Respondi passando a mão na testa.

Preto: Calma, eu tô indo aí.- Falou desligando a frequência.

Brenda: Sou tão falada assim no teu relacionamento pra ele tomar um susto quando disse que você tava aqui? - Debochou e eu continuei quieta, namoral agora não queria nada, só um colo.

Porque a cena se repetia milhões e milhões de vezes, minha mãe, meu pai, eu uma criança chorando mesmo sem entender. Parecia que tinha acontecido de novo, sabe? Como um problema que não foi resolvido voltando pra minha mente.

Não demorou cinco minutos pro Preto quase derrubar a porta, Brenda abriu e ele rodou os olhos, me encontrou sentada no cantinho e se ajoelhou na minha frente colocando o fuzil pra trás.

Preto: Quando saiu era pra ter avisado.- Falou preocupado olhando meu rosto e eu olhei pro seu braço.

Letícia: Você acha mesmo que era isso que tava passando pela minha cabeça? - Falei baixo.- Acertou ou foi raspão? - Me referi ao seu braço que tava enrolado e cheio de sangue.

Preto: Consegui tirar a bala porque ficou bem pra fora, mas pegou num deslize, foi muita coisa não.- Falou negando.- Eu tô bem, tô bem. Eles tão recuando já, vamo embora.

Letícia: Meu pai? - Falei levantando com a ajuda dele e quando eu levantei, ele olhou pro meu braço.

Preto: Quem fez isso contigo? - Mudou o tom de voz, olhei pro meu braço vendo que tava arranhado pelas unhas da Brenda misturado com a força na qual ela me puxou.

Letícia: Ou era uns arranhões ou um tiro na testa, vamos deixar pra lá.- Falei vendo ele encarar a Brenda.

Preto: O que tu quer ein, garota? Quer dinheiro? - Falou encarando ela que riu.

Brenda: Não podia deixar minha sócia morrer, quem eu ia botar terror? - Falou achando graça e eu encarei ela feio.

Preto: Vem botar terror pra cima dela que eu te deixo careca.- Falou apontando.

Letícia: Obrigada pela caridade, invejosa.- Falei em tom descontraído e ela revirou os olhos, Andrey abriu a porta me colocando pra fora.

A gente foi pelos becos, os tiros eram poucos mas ainda dava pra ouvir. A gente se encontrou com a tropa de moleque e eles foram fazendo a segurança, quando a gente chegou em casa quase chorei ao ver a bagunça, Andrey me soltou indo olhar apenas o seu quarto do cofre, me sentei no sofá colocando as mãos no rosto enquanto os outros meninos rondavam pela casa.

Preto: Tu fechou! Bati cabeça pra caralho quando lembrei que tava aberta a porta.- Falou aliviada se sentando ao meu lado.- Tem que pegar alguns bagulhos, a gente vai pra outra casa.

Letícia: Hoje, agora? - Respondi ainda sem olhar pra ele.

Preto: De preferência.- Se aproximou falando no meu ouvido.- Eles podem ter colocado algum bagulho pra poder escutar.

Olhei pra ele sem condições nenhuma e me levantei passando pela bagunçamos ir no quarto, que tava pior ainda. Só peguei alguma coisa básica e ele também, sai quase arrastada indo pra outra casa que era muito diferente da outra.

Só tinha um quarto, um banheiro e a sala junto da cozinha, era bem pequena e eu coloquei minhas coisas na cadeira. Não tinha sofá, nem televisão, só geladeira, fogão e o básico.

Preto: Só por hoje, jae? - Falou me vendo encarar a casa.

Letícia: Pelo menos tá limpa.- Brinquei sorrindo fraco.

Preto: Ponto pra nós.- Falou pegando o celular.

Letícia: Cadê o Bruno? - Falei olhando pra ele.

Preto: Tá no postinho com o peixe, o moleque levou um tiro por ele...- Falou pensativo.- Mas o Bruno tá bem.

Letícia: Entendi.- Murmurei.

Fui pro banheiro e só liguei a água, deixei ela cair da cabeça aos pés e fiquei relaxando por um bom tempo, vesti meu pijama e me sentei na cama, sentindo falta do meu luxo.

Ele foi tomar banho também e voltou me encarando, deitou na cama do meu lado e eu fiz um biquinho, não consegui falar nada e só abracei ele me encolhendo.

Preto: Brenda te fez algum bagulho? Fala pra mim! - Neguei.

Letícia: Imagem da minha mãe caindo morta tá batendo pra caraca na minha mente, vi um menino caindo da mesma forma que ela. Fiquei paralisada, não conseguia nem respirar direito! - Falei baixo, sendo ele fazendo carinho no meu braço.

Preto: Se eu soubesse tinha ficado com você, vacilei.- Falou e eu neguei.

Letícia: Eu só tô sentindo isso porque nunca consegui ir visitar minha mãe no cemitério, sinto que é a culpa remoendo na minha mente.

Preto: Se tu quiser a gente vai, que dia que você quiser.-  Confirmei com a cabeça.

Ele tentou falar mais porém eu ignorei, fiquei de olhos fechados até ele se calar resmungando que eu não dava atenção, mas eu tava sem cabeça.

Acabei que dormi e acordei assustada com o meu despertador, lembrei que tinha que ir no médico e a gente foi se arrumar pra isso, mas passamos na casa porque eu não tinha pego roupa pra isso.

A gente comeu na padaria, passou na casa que o Patrão estava e eu falei pouco com ele, até porque ele tava indo pro postinho por causa do Peixe, falei que na volta iria passar por lá e fui resolver o que tinha e na volta fomos no postinho, Andrey cuidou dos problemas dele no braços e eu fui ver o Peixe.

Todo amor do mundo Where stories live. Discover now