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Letícia 🎭

Acordei com a visão toda embaçada, gemi de dor implorando por algum tipo de remédio e fechei meus olhos novamente, eu sabia que tinha alguém falando mas não conseguia enxergar. Depois de uns cinco minutos eu abri os olhos novamente e vi o Patrão me olhando com maior olhão, a Gabriela deitada na cadeira com os olhos fechados e fiz uma cara feia, ao ouvir a voz do Bruno.

Letícia: Fala baixo, eu tô morrendo de dor de cabeça.- Falei totalmente rouca e balancei a cabeça.

Patrão: Tá sentindo alguma coisa? - Olhei bem pra ele.

Letícia: Dor, muita dor no corpo.- Choraminguei.- Por que você tá aqui? Você não pode.

Patrão: Vou chamar alguém, não se mexe.- Falou saindo de perto de mim.

Letícia: Obrigado por avisar, tava quase levantando da cama e indo pra um samba agora.- Murmurei e olhei pro teto.- Que dia é hoje?

Patrão: Quarta feira.- Olhei pra ele e vi ele com a cabeça pra fora do quarto, apertei o botão que ficava no dedo pra chamar médico e ri.

Letícia: Você sabe que não precisa ficar aí, né? - Chamei atenção dele.- O Preto tá bem também?

Patrão: Tá, não aconteceu nada com ele.- Olhou pra Gabi que acordou, se sentando na cadeira inclinada.- Ele tá por aí fora rondando, não tá querendo entrar com medo dos cana reconhecer.

Letícia: E você deveria pensar da mesma forma.- Sorri fraco ao saber que ele tava por perto.- Não acredito que perdi meus dias de folga.

Gabi: Você ainda ganha atestado, no mínimo de um mês.- Falou toda tímida.

Letícia: Há males que vem pro bem.- Brinquei e sorri fraco, ela abriu um sorriso e o médico entrou.

Só baboseira que eu não fiz questão de escutar, mas os dois ficaram atentos, fiquei triste porque descobri que não ia ter alta hoje mas ele explicou que eu tinha acordado hoje, não estava bem e ele precisava ver as reações.

Passou a quinta, sexta, sábado e domingo. Na segunda eu fui liberada e finalmente fui pra casa, tomei um bom banho, meu pai pagou uma enfermeira pra fazer o curativo e eu tava no meu quarto, tomando uma sopa que a Gabriela tinha feito e tava gostosinha.

Tinha passado a manhã com o Ryan, ele tinha vindo mas ficou pouco tempo, por causa do plantão. Eu tava sozinha mas a oposta do meu quarto tava aberta, quando alguém bateu e eu levantei a cabeça.

Letícia: Aproveita que tá aqui e pega mais pra mim, por favor.- Pedi estendendo o prato e o Preto fez cara feia.

Preto: Vai Bruno, tua filha quer comer.- Gritou ignorando e sentou do meu lado na cama.- E aí.

Letícia: Oi, Pretinho.- Sorri pra ele e ele encostou na parede e meu pai entrou no quarto.

Patrão: Moleque abusado, tu não faz nada.- Entrou e olhou pro Preto, pegou o prato, saindo.

Preto: Como tu tá? - Balancei a cabeça.

Letícia: Relativamente bem, consigo ficar de boa, só me incomodo muito na hora de dormir.- Ele olhou sugestivo.

Preto: Se eu dormisse contigo pode pá que dormia de boa.- Falou meio baixo.

Letícia: Você é um feio.- Brinquei e ele sorriu.

Meu pai entrou com minha sopa e não saiu, ficou conversando com o Preto sobre o morro ali mesmo, quase dez minutos depois a Gabriela chamou ele e ele saiu nos deixando a sós, preto falou que ficou preocupado e colocou a mão na minha coxa, fazendo carinho enquanto eu fiquei apenas encarando ele.

Todo amor do mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora